quarta-feira, 11 de julho de 2007

MECÂNICAS DA MATÉRIA

O apego que valida o meu ser é energia em realização, este presente de ninguém, tomado pela cíclica do silêncio e dos fenómenos do tempo. Participo do tempo pelo instante e nesta revolta constante, nego-me mil vezes e tomo a racionalização pelo horizonte das vitórias bélicas, no mar das limitações e das desventuras. Este esforço modifica-me temporariamente, mas, falta algo… sabes que é verdade. Essa chama parece-me interminável e o teu sorriso está contaminado pela loucura, perante todos os sentidos que precedem o intelecto. Esta matéria é a derrocada do pensamento, voz do crepúsculo, no mais recôndito do meu ser. Observo-te parcialmente, a intuição acende uma luz, é provedora da caminhada.Perco-me no círculo e na vigilância, tudo me conduz ao silêncio, à quietude, como se o meu corpo ficasse imóvel no tempo, destituído de paixão e de amor… tudo ausente do pensamento, da grande cidade mental.Os sons parecem-me crepitar no ouvido, na memória frágil das flores, na beleza do sentido… este que se estende quando me dou em vigia, em pleno mecanismo de pensamento. A intensidade da acústica oscila quando te ouço, quando fico contaminado pela tua essência, depois esqueço que existes e o som é apenas a procura.

29.07.2006 - 23:54h

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