Palavras ausentes, flúem enquanto os sentidos se distribuem pelos meandros de uma sala de reuniões. Este fluxo de olhares, de rumores descomprometidos, nesta andança sem nome. Ouço ao longe a tua voz, trémula, no vazio incompleto dos movimentos sem movimento. A presença toma-se no todo, tão completamente quanto o pensamento, quanto a dança do sangue.
O fluxo é constante envolve um outro sentimento, uma outra postura, aquela de que não te posso falar, apenas penso. A verdade dissipa-se e a postura adquire uma outra formatação, com a frieza e o rigor de que sempre te falei. Sei que vou ultrapassar tudo aquilo que me parecia perdido, sei apenas que tudo é possível pela vontade que está em acção dentro de mim.
O teu sorriso grita juntamente com o meu, eleva-se no decurso da boa vontade, rumo ao dever, ao protótipo das bem-aventuranças. Muito se eleva no decurso dos dias, face à existência, face aos diálogos de café, às conversas de caris mais íntimo. As palavras tomam um lugar na vida… a saudade bebe-as, porque estas ancoram determinações, muitas estranhas ao primeiro olhar. O olhar é capaz de cativar muito do que está disperso e tu naquele dia cativaste com o teu esplendor, com palavras e olhares ainda que sinceros, bem falsos. Apenas me deixei ir na dança, a dança aparente dos conceitos… os conceitos envolvem, abrangem, também iludem em momentos de distracção. Deixei-me iludir naquele dia, problema foi o meu, nada mais do que isso. Esta é a verdade cimeira, aquela que tentei recuperar e que depois nada consegui fazer, apenas tentei, mas desisto porque não vale a pena mais lutar por aquilo que não faz sentido.
11.06.2006 – 13:42h
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