sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

DÚVIDAS E MEMÓRIA DESTILADA

O pensamento possui a sua duração, melhor, o aparelho que o executa. Hoje pude olhar alguém, sim, olhar e debruçar-me um pouco mais e relfectir acerca dos conteúdos mentais que são armazenados na mente e que com o tempo desaparecem para sempre, sem que possa mais se administrado os serviços mentais, independente dos procedimentos que se venham a ter. Nada a fazer. Fala-se e diz-se das situações.
Tenho conhecido pessoas novas nos últimos tempo, e à medida que isto vai acontecendo, vejo que, cada vez estou mais distante do humano, desde os familiares, até aos conhecidos. É interessante! Mas, o melhor de tudo isto é a maneira com que se lida com as situações e ou a credibilidade conferida.
Todos os dias após acordar é um mundo novo que se exibe e nada mais posso fazer... estados de memória e pensamento a executar para uma nova tarefa. A vida está cheia de tarefas, todas muito limitadas, sem que sirvam para nada... tudo é um lixo de certo modo disposto, como obra de arte, para enganar. Aliás, a própria vida é um engano e dela diz-se tudo e esse tudo tornado todo, para nada serve! O que serve é o momentâneo enquanto vivenciado, o resto de nada serve. Infelizmente nem tudo se ajusta e os ajustes sofrem da tensão do desajustamento. Caminha-se para o desmembramento das situações aferidas pelos sentidos.
Todos os dias interrogo-me e perco-me em futilidades, ficando cada vez mais longe de mim! Nada tenho, apenas possuo um corpo que será lançado aos vermes, como todos os que já foram e os que estão para ir... tudo será elemento da natureza.
O que estamos todos nós a fazer? O que resta é enganar... nada mais pode ser feito, nem mudar o tal deus ou propósitos da natureza. Absolutamente nada! E eu quem sou? Porque sou assim? Porque sinto tudo isto? Para que me serve tudo isto? Será que sou desejável por alguém? Quem gosta de mim? Quem ? Ilusões e mais nada... proferem-se palavras para fazer jeito, sim, foi isso que vi naquele dia! O resto é um faz-de-conta! As contas são muitas e o meu descontentamento é cada vez mais acentuado, mesmo assim para nada serve.
As horas são ingredientes do tempo e eu sou parte desse grande lugar! Agora chega disso, cansei e preciso dormir, mas melhor era não dormir, terei todo o tempo para dormir quando morrer, sim, e a morte é certa, é mesmo e não resta dúvida nenhuma. Daqui a uns anos, todos estes que aqui estão, já não existem, são pó, terra e nada. Sim, as imagens desaparecerão e nem isso fica na memória e o que ficou para nada serve. Tens dúvidas? Não tenho nenhumas mesmo. Estou um pedaço cansado... vou então no destilamento da noite.

29.12.2006 - Algarve - 02:23h
Samuel, o Ventoso

quarta-feira, 20 de dezembro de 2006

EXISTEM SITUAÇÕES

Existem coisas que eu gostava de acreditar, existem coisas que coloquei de lado para todo o sempre, coisas que nada mais me dizem o quer que seja… o seu tempo passou o prazo de validade. A vida continua outras situações morreram para sempre, nada mais a fazer o quer que seja.
Nada mais me incomoda, nada mais mexe comigo como em outros tempos, apenas o gelo do Norte fechou o meu coração, ficou cerrado e de tão fechado ficou apático.
Continue a vida, continue todo o sistema, continue a caminhada, continue a pensar dessa maneira, mas sinceramente nada mais continua. Não é necessário perder mais tempo com o que não funciona. É verdade, sabes que é assim.
Tal como naquele dia, passo hoje à fase seguinte e pincelo um novo rosto, dou forma a um novo sentimento a uma nova vontade e deixo em aberto os gritos dos dias de ninguém, como se alguém que existisse ainda fizesse sentido dentro do não sentido. Entendo que enganei-me naqueles dias, entendo que tudo foi mentira, que nada mais parece o que foi… entendo que tudo não passou do passado dos nomes e das brevidades e que ninguém merece algumas das minhas atenções. Pouco me estou a preocupar com isso… para que serve mandar mensagens a quem nem me responde? A quem nem consegue dizer algo, por razões que eu nem entendo? Alguma vez tinha de entender alguma coisa? Nada… apenas vou deixar as coisas tal como estão e fazer a minha caminhada, acender outra luz e sorrir com quem se mantém à minha beira. A esses deixo um presente de amizade, com um laço azul, cheio de amor, cheio de atenção. Mais do que um obrigado, o meu reconhecimento pela forma amistosa de bons tratos. A vida é mesmo assim… sim, sei que deixou de ser amigo, certamente era porque nunca o foi e se fala mal dos outros, então o que falará de mim? Dúvidas? Nenhumas. E tu tens dúvidas? Melhor tornar a pensar e avaliar as situações em causa… Bem, estou mesmo à beirinha das férias. Não te esqueças que existem coisas que nos fazem pensar… sempre e sempre. Depois e mais ainda.

Porto, 19 de Dezembro de 2006 – 15:13h
Samuel, o Ventoso

segunda-feira, 18 de dezembro de 2006

EM RESPOSTA A UMA CARTA

Realidades e algumas versatilidades nas respostas que se apresentam aos poucos na senda da caminhada… que carta excelente ao Pai Natal meu amigo dos tempos da magia e do luar das beiras! Ao ler essa carta minuciosa, senti vontade de chorar por palavras tão profundas e por teres conseguido emocionar-me. Confesso que fiquei bastante emocionado, pela maneira como dizes coisas tão verdadeiras, tão profundas e tão cheias de sentido... as tuas palavras em todos os sentidos mostram a realidade da vida, nua e crua. E tanto mais fica por mostrar aos estúpidos de espírito… É isso mesmo, somos como somos e isso é tão normal como o que se possa pensar, apesar das voltas que se vai dando no adro da existência. Tudo isso faz parte de cada qual, ninguém escolheu ser uma coisa ou outra, mas penso que todos têm o direito a serem felizes, tal qual como são. Se és negro, és o que és? Não gostam de ti? Pois… existem outras coisas mais para fazer do que estar a ligar a isso ou a qualquer outro tipo de virtude. E sinceramente os outros deixem as pessoas serem felizes como a sua essência o apresenta, isso é que interessa, isso é que é ser humano. Estou sempre contigo até ao meu último fôlego de vida, apesar da cor das telas e a disposição dos valores. Crê. Agora o Pai Natal, esse, enfim… é como as velhas que estão na missa, sempre a falar mal, mas de roupagem de alegrar o olho e a dar presentes, talvez alguns envenenados. Malícias, sabes?
Que todos os teus desejos sejam cumpridos porque tu mereces, porque és uma pessoa maravilhosa, talvez esse algo de mais belo que conheci este ano, claro não desfazendo de outras pessoas. Li tudo o que escreveste e neste momento ao escrever-te isto, confesso, as lágrimas caem-me, talvez seja bom, talvez esteja a acontecer aquilo que faz tempo não acontecia. Tu conheces-me um pedaço, sim, conheces, mas ainda resta muito. Obrigado por toda a tua atenção, por teres sido sempre um amigo e acredita que te prezo imenso.
A música que escolheste como fundo auditivo é profunda, gostei muito, amei, bem como o postal seleccionado. Desculpa os desabafos mas hoje nem tenho palavras para descrever o meu estado de espírito. Estou a dizer-te porque sei que o posso fazer contigo e aqui fica registado. São os meus registos e certamente muitos irão incomodar-se com este escrito, talvez tenham uma crise de ciúmes… pois, mas eu caguei nessas coisas, e estou noutra fase! O meu blog sofreu uma ligeira alteração, mas continua a ser o meu caixote de lixo, desculpa a expressão. É para aqui que despejo tudo ou quase tudo o que me passa, é tipo terapia, uma catarse pela escrita. Brevemente irei de férias, irei sim, por essas terras, agora para o Sul... quero contudo que este Natal seja bem passado, certamente com o teu amor, que digo ser uma pessoa excelente, sempre foi desde a primeira hora, foi outra pessoa que também adorei conhecer. Pessoas existem muitas mas nem todas são dignas da nossa atenção. Sabes que é verdade. Que muitas bênçãos possam cair sobre vós. Para vós desejo o melhor do mundo. (As lágrimas continuam a correr-me lentamente). Pai Natal? Sim, só para as crianças, ele não sei se acompanha a evolução, ele está lá, mas é algo feito à medida de uma cultura retrógrada, só que as pessoas não querem ver a realidade, preferem viver nos estados de estupidez, de ignorância e abotoadas, com umas palas em cada lado. Acredita amigo, esta é a realidade e as desculpas para tudo são muitas, servem a todos os interesses. Continuamos nós a lutar por tudo o que gostamos e amamos, é isto que dá sentido à vida. Sabes, estou com saudades de vós, dos cafés e das conversas excelentes. Muitas saudades... olha, desculpa, vou telefonar-te apenas para te dar um olá, a ti e ao teu amor, que desde a primeira hora me tratou com modos sempre muito agradáveis. Obrigado a vós.
Vou ligar-te… marco o número tal… e se não atenderes, paciência, compreendo que não possas, que tenhas os teus afazeres, como toda a gente. Mas quero dizer-te que gosto muito de ti e neste mesmo desabafo ficaria em paz para todo o sempre se as palavras fossem realidades executáveis. Mais uma vez obrigado por tudo o que tens sido para mim até ao dia de hoje. Bem hajas! Abraços para ti e para o teu amor. Adoro-vos, sabias?. Quando puderem, vamos tomar um café, ou jantar, o convite está feito… nada de preocupações, sou eu que pago, ok? Bem, se não nos virmos, desejo-vos um Feliz Natal e que a paz esteja sempre convosco. (Mais uma lágrima, foi uma estrela que se acendeu, outras se acenderão depois ... ) Até para o ano e bom ano de 2007 se deus entender, se não entender eu explico melhor.

Porto, 18 de Dezembro de 2006 – 11:26h
Samuel, o Ventoso, agora em:
http://horassemnome.blogspot.com

CONSTRUÇÃO DESCONSTRUTIVA

Não poderás entender aquilo de que não falo, o invólucro da palavra sustenta o intemporal, transporta-me ao princípio, íntegro, total, ao lugar sem movimento, onde nada quero. Todo o meu querer é uma luta de estilhaços, onde me rendo ante os disparos da revolta. Olho-te apenas e não digo nada, apenas todos os nomes me ocorrem à mente, fruto do constante desespero onde caminhas.
Tenho a minha experiência, tu a tua… temos a nossa, não pode ser outra. Apenas sinto que os rituais comuns não me preenchem, pouco me edificam e o valor que houvera aplicado a alguém apenas foi mentira, consciência de lugar impróprio. Esse modo de ser fez-me desacreditar em ti, corrompeu as minhas intuições, passando-me uma vez mais um atestado de burrice!
Falei do teu corpo, do invólucro, apenas foi um sonho de fantasmas, num abraço de profunda ingratidão.
Essa maneira de ser sempre foi falsa para comigo, ainda que te lamentasses constantemente pelo teu pessimismo.
A tua consciência sempre foi um interesse por sentimentos intuitivos e construção de sentimentos de carneiro mal morto.
Esse choro não serve para nada, apenas para enganar e para que tenham pena de ti. Coitado de quem espera afecto de quem é ingrato, de quem liga só por interesse, prometendo o que nunca cumpre.
Não te prometo nada, dispenso o teu olhar porque é falso, não que esteja a falar mal, apenas a desabafar. Muitos são os meus desabafos, pela geometria das palavras, sem que precise dos teus abraços porque são falsos e muitas vezes penso na morte como o único consolo, o real de tudo o que é pelo seu fim último.
Dou comigo a valorizar o que não presta, agora sinto que me enganei, sinto que o tempo transformou as situações e as histórias da vida são gigantescas emoções. Histórias… algumas sem significado face à luz de todos os instantes.
Vim ao café, o cenário do costume, copos e tabaco, aquelas conversas da treta, triviais, coscuvilhice, as tias ali, acolá… tudo isso nada me diz, apenas me enoja. Apenas sinto saudade, essa irremediável, pela exclusão das partes da validade.


Porto, 17.12.2006 – 23:52h
Samuel, o Ventoso

domingo, 17 de dezembro de 2006

SITUAÇÕES QUE SURGEM



Tal qual o que por aqui encontrei... gente com uma cara assim parecida com este Pai Natal que se me apresenta ao olhar. O parque de estacionamento cheio, quase não se podia circular. Enfim, não fosse isto tempo de Natal, melhor, tempo de materialismo. O segurança, espantado a olhar, as pessoas numa confusão e ele ali especado sem saber o que fazer a tentar justificar com mecanismos de defesa do ego, acabando por se irritar. Nem te conto nem te digo... com cada figura que vi que até assusta. Melhores figuras ainda se fazem passar por estes lados e por outros, claro. Eu sempre a andar, sempre... depois escrever um pedaço enquanto tomava café. Almoçar, por acaso fui bem servido e nada de confusões. O cafezinho e a guerra dos lugares como sempre. É difícil encontrar uma mesa, tudo ocupado enquanto estão na fila, só que os que já estão à frente e com o tabuleiro nas mãos têm prioridade penso eu... e depois como é? Os outros é que estão a ocupar o lugar a que não têm direito querendo fazer valer esse direito? Está mal! Quem está à frente com o tabuleiro nas mãos com a refeição tem o direito a ter essa mesa que está ocupada pelos acompanhantes desse que está na fila e que está atrás. Enfim... uns murros no focinho e talvez aprendam. Coloque-se esse no lugar dos outros que tem de imediato a resposta!
Por aqui só se vê situações destas. Mas e onde andam os meus amigos? Desaparecidos, enfim, compreendo. Alguns convido para tomar um café mas nunca têm tempo, melhor, só têm tempo para o que querem, para o que lhes convém. É assim a sua forma de procedimento, já conheço disto há muito tempo. Sinceramente, melhor é não convidar mais. As desculpas fabricam-se para o que convém.
Entendo que se não gostasse deles nem perguntava, certamente não será a posição de alguns. Chega de espíritos maquiavélicos e bodes expiatórios... Vamos aprendendo com as situações que vão surgindo no decurso da vida, as simples do dia a dia. Destas coisas até se escrevem poemas e textos de enfeitar... Também gosto de estar só e nada espero de ninguém, isto para depois não sofrer desilusões. Já tive tantas, certamente tu também!
Mas, enfim... agora vou movimentar-me mais um pedaço de depois vou para casa. Logo falamos quando for possível, se for possível, alguns nem estão afim.


Grande Porto(Parque Nascente), 17 de Dezembro de 2006 - 16:33h
Samuel, o Ventoso

sábado, 16 de dezembro de 2006

MOMENTOS DO TEU NOME

Nas palavras encetadas do encontro perfeito, celebrei uma vez mais a perfeição, recortando da memória as cinzas do passado! Recortando sim, porque todo o resto é por breve passagem... Aquela fogueira foi elevada, a mesa coberta de presentes, tu foste o maior, tomaste todo o meu ser e nele hoje outras coisas pude ver! Fogo excelente depois do momento da breve noite, depois de ter ido passear e olhar-te profundamente, depois de ter tocado os livros da montra, de me ter enchido das tuas palavras, uma a uma... Confesso que são belas, bonitas, depois de te ter dito aquilo, tão docente! Fizeste a leitura, bebeste do meu ser, tornaste a ler-me e a adormecer. Palavras que encheram o meu coração, em profundidade, com o rigor, a amizade e aquele vendaval da saudade esfoliado ao acaso. Isso e tanto mais. Por vezes mudas e mudas assim repentinamente que me fazes pensar, deixas-me fora de mim, sem palavras e sem saber como agir. Sempre fazes desde aquele dia, desde aquele olhar, desde aquela atitude... desde tudo aquilo que não tem nome. O nada de um duplo nada, apenas para me arreliar. Seja como for, apenas tem o teu nome... espero que tenhas entendido a minha mensagem. Sim, porque a outra que te enviei não teve resposta, é por isso que ainda que possa acreditar em ti, fico com um pé atrás e outro à frente e sem vontade para lutar por o que me apresentas. Apenas fico quieto no tempo, esperando e desesperando. Nada tens de diferente, eu é que quis ver o que na realidade não existia. Bem... o tempo ensinará com o seu método. Agora pensa pela tua cabeça, faz um exame de consciência, acaso tenhas, porque em abono da verdade nunca tens.

Porto, 16 de Dezembro de 2006 - 23:58h
Samuel, o Ventoso

IMPLICÂNCIA GRATUÍTA


Dor sem nome
Morte que assusta
Gritos...!
Alguém que mata
Violência absoluta
Destino sem nome
Caminhada...
Ruptura do silêncio
Ditadura sem rosto.

Desta e de outra maneira
Esta forma de sentir...
Este gostar que detesto
Isto mesmo quando não presto
Porque apenas detesto.

Detesto gostar de ti
Saber-te desse modo
Detesto a tua aproximação
Detesto chamar-te à atenção
Detesto essa forma cínica
Detesto-me porque te conheci.

Chama-lhe nomes... todos
Anexa-lhe a vontade imprópria,
Todos os tramas da existência
Elimina-me do teu mundo...!
Apenas quero dormir eternamente.

É impróprio todo o meu ser
O carinho que por ti senti,
A morte das palavras, dos sonhos
Esta mistura inicial...
Abismo da extensão
Devastador sentimento do amor.

Raiva de toda a focagem...
Chama-lhe pessimismo,
Tudo o que entenderes
Isso que não posso entender!
É apenas espera
Tristeza por existir e sentir,
Este pedregulho que me entope.

Representação inquieta do olhar,
Medida desmedida...
Apenas este choro, sem voto
Na plenitude do silêncio.

Sou alguém impróprio para ti,
Tu matas todo o meu ser...
Pelo que dizes e ocultas!
Apenas lamento sentir isto,
Antes fosse eu a morte...
E o silêncio era a minha voz...
O todo de toda a felicidade sentida
Dentro de mim... dentro de nós.


Grande Porto, 16 de Dezembro de 2006 - 19:50h
Escrito no Parque Nascente - 3º piso
Samuel, o Ventoso

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

HORAS SEM NOME

Horas sem nome, com nome ou sem nome... é no nome em que me encontro para te dizer o que ainda não disse, porque não tinha o respectivo nome e a rua dos nomes foi desviada, levada para outro local, por alguém que quis roubar o impulso vital, o que não era permitido pelos deuses. Aconteceu!... Acontecem muitas situações logo ao passar na outra rua.
A vida é mesmo assim, uma estranheza constante... em que por vezes alguém desvia o que não é seu, apenas por gozo interior, o gozo que não entendo. Esse gozo por vezes é tomado pelo uso da má língua, deformando a verdadeira realidade. Roubas tudo e no tempo continuas sem nada... eu, continuo no tempo para ficar a teu lado, sem lado algum, agora sem nome, mas entre as fronteiras, anotando horas sem nome.
Tal como te disse naquele dia, o novo caminho faz-se caminhando, mudando as cores, desbravando sentidos fechados, fechando outros que não interessam... faz-se com empenho aquilo para o qual se tende, ainda que alguns se aproveitem nos nomes sem nome, como foi o caso da "Rua dos Nomes"! Sim, foi logo a seguir ao seu cancelamento. Este é o novo restauro em epígrafe! Agora, são horas sem nome, talvez mergulhado no verdadeiro silêncio inquietante, aquele que faz pensar, pelo qual se escreve, pelo qual a vida toma outro sentido entre tantos sentidos ao acaso. Horas sem nome entre a fronteira do desconhecido para conheceres algo mais profundo, o que guardo para ti... ainda que o silêncio tome o teu percurso.

Porto, 15 de Dezembro de 2006 - 19:31h
Samuel, o Ventoso

domingo, 10 de dezembro de 2006

INTENSIDADE DA EXISTÊNCIA

A existência tem os seus limites e as suas formas apenas exibem contornos... Samuel, o Ventoso - Rua dos Nomes
Dentro de mim, aquela luz, aquele sorriso… a autoridade da existência. Esta é a minha realidade psicológica, tomada à luz dos limites do meu pensamento. Tomo-me nesta convergência quase inacabada, por vezes esquecida, mas feita de conceitos. Deixo-me contaminar por uma outra iluminação… pela descoberta, pela meditação e hoje a minha mente manteve-se fiel a mim, colocando de lado o absolutamente inútil.
Estou tranquilo e silencioso e entendo o desnecessário como lixo…
Desabrocha naquele horizonte algo que me preenche, algo que me acolhe, algo mais forte do que tudo o que antes houvera pensado, algo que me faz sentir bem… sem que precise pensar no lixo! Dentro de mim ergue-se um outro mundo, onde o desafio é a prova de mim mesmo, por uma superação de ordem maior… As coisas menores não me edificam em nada e mendigar caridade é descer a um nível bastante baixo. Isso não. A descoberta da vida é em mim e não no outro… cada um faz as suas escolhas e o caminho é sempre em frente. Este é o meu processo de pensar porque com os condicionalismo não vou a lado nenhum e pensar exageradamente neles ainda me rouba mais a liberdade. Continuo de mente livre, desentupida, lançada na serenidade da matéria. Não preciso dessas coisas nem de te dizer mais nada, tu apenas procede como entenderes, se és meu amigo, não preciso chamar-te à atenção para nada; sabes bem como sou e lembras sempre de mim. Nada de sentimentalismos, nada de constrangimentos, apenas realismo… a vida é mesmo uma breve realidade na praça pública. Neste meu espaço celebro o meu silêncio, sem mais preocupações, sem mais pitada de dor, apenas intensidade de existência e sabor.

Porto, 10 de Dezembro de 2006 – 23:08h
Samuel Bastos Ventoso

GOTA DE SAUDADE E DOR

A tua ausência transporta-me para lugares do desespero e da saudade...

Uma gota, uma saudade
Uma verdade sem nome...
Uma gota que caiu sobre mim,
Neste chão, com o sangue da alma.

De uma só vez, em duas vezes,
O nada que solidificou...
Deixou a ausência de tudo
Aquilo cujo entendimento escapa.

Meus braços, partes de mim,
Envolvem o labirinto...
Das coisas todas de ausência
Aos pontos que não consigo focar...
Este mundo estranho, oculto
Isso onde mergulhas, onde resides
Talvez o teu nada, essa dor
A dor que se transforma...
Numa rosa caida, na terra do amor.

Porto, 10 de Dezembro de 2006 - 08:02h
Samuel, o Ventoso

P.S. Com interesse por este espaço oculto . Hoje um pedaço cansado por este tempo, por esta quadra de natal, pelas montras, pelas músicas e por todas as fachadas que observo do decurso destes tempos. Confesso que tudo isto repugna-me, transportando-me para outros horizontes, desenquadrados de toda esta estrutura. Estes muros festivos, materialistas, destituído dos bons princípios são apenas barrocas tradições que tentam misturar a verdade e a mentira, aproveitando as boas intenções e os corações amolecidos para assim, explorar o zé povinho; este que anda sempre pronto para os festejos da rua e da filosofia da treta, os tais ditos modelos arcaicos. Olho a tudo isto e vejo que não possuo indentificação com tais situações, mas infelizmente estou numa sociedade que não escolhi... e fica mal algumas coisas... não tenho culpa de ser assim. Sou o que sou não sendo o que sou! Depois falamos, quando houver oportunidade e se esta possuir enquadramento possível. Nada de conclusões precipitadas...

sábado, 9 de dezembro de 2006

IMOBILIDADE DE IMAGEM

Imobilidade de imagem, memória desfragmentada... Samuel, o Ventoso, na Rua dos Nomes
A memória parece-me mais sólida quando as imagens pulsam, quando a sensibilidade toca a melodia desfragmentada, por vezes em volume elevado. Elevo a música para esquecer a vida e o desconcerto. Lembro a última carta que me enviaste, não vi nela nenhum brilho, nem razão de ser, apenas letras ao acaso, cheias de autoritarismo... mas isso é comum em ti. Não tenho dúvidas disso! Inventas desculpas para o corpo e colocas-me onde eu não existo, queres que assim seja, queres que seja aquilo que não sou. Lamento muitas vezes e fecho-me no meu espaço privado e não te digo mais nada. Não inventes mais por favor, pensa pela tua cabeça e deixa-te de palermices...
Olho as tuas imagens, é linda essa imagem que colocaste no telemóvel, não tenho palavras e as lágrimas que por vezes derramas, também me surgem... têm uma função específica como tudo na vida, limpam a vista e apaziguam o coração. A tua escrita também... temos isso em comum, contorna-nos o coração. Hoje sinto um misto de tristeza e nem me apetece sair de casa, nem proferir uma palavra daquelas, apenas fico comigo, só, como se nada mais no mundo existisse.
Palavras e lágrimas, esta dualidade, isto que aos poucos se derrama, por aqui, por ali e de muitas formas e por vezes não servem para nada, quando na maioria das vezes retemperam o ego. Estou sozinho, metido no meu mundo, fechado nesta casa, no meu quatro, apenas com o meu computador, os livros, nada mais. A música ouve-se ao fundo e o aquecimento está ligado. O telemóvel toca, não vou atender, mas o vazio continua a ser mais intenso... tal qual ontem à noite naquela conversa que tivemos no parque nascente, sim, enquanto tomávamos café. Fizeste-me pensar... fiquei com medo. Não sei o que fazer, mas é uma realidade. Tu tens outras capacidades que eu não tenho, por isso, certamente serei um anormal. Não era capaz de proceder desse modo e muitos fazem o que tu fazes. Não terei eu direito à vida? Interrogo-me todos os dias.
Sim, estou sozinho e nada espero, de ti muito menos, já vi o tipo de pessoa que és e com essa esquisitice não irás a lado nenhum comigo!
Lanço as palavras, grito e ainda profiro uma última palavra como se fosse a salvação da minha vida, mas tudo me parece cada vez mais vazio... são os olhares, os amores sem amor! Melhor será afastar-me para não incomodar ou sentir-me a mais. Vazios intempestivos tomam-me para uma tempestade maior! Olhares, e formas da vida como te disse, com o pulsar do coração, o meu despedaçado, sem mais concerto... estas são palavras e todas as outras palavras parecem-me não servirem para nada. E tu para que serves? E tu que dizes de tudo isto? Não dizes nada! Tudo o que digas não serve para nada, porque apenas desacreditei em tudo, em ti também. A possibilidade fechou e nada espero de ninguém. Continuas a escrever, tal como eu... escreves... enfim... Escreve porque serve de terapia. Escreve... farei o mesmo porque não tenho mais palavras para usar enquanto o meu corpo não explode.
A temperatura baixou, incapacita a produção da adrenalina nas minhas veias. A roupa não me permite muitos movimentos e o horizonte é uma linha de sonhos vazios que encerra o meu sorriso. Assim passa a vida, onde de tudo o que resta são poeiras, sem que a razão sirva para alguma coisa e o jogo é sempre o da verdade e da mentira, num recado sem conteúdo, impróprio, como a maioria das pessoas, apenas imobilidade de de situação imagética.

Porto, 09 de Dezembro de 2006 - 17:23h
Samuel, o Ventoso

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

NAVEGAÇÃO NOCTURNA

Navegação nocturna na Rua dos Nomes, no mês de Dezembro de 2006.... Samuel Bastos Ventoso
Navegação, sim, um pedaço de navegação e desta vez nocturna, por caminhos sem destino, alguns sem nome ou até mesmo impróprios. Ontem andei por aqui, agora por outros lados, apesar do temporal que se fez sentir hoje. Água por todo o lado… apanhei uma chuvada que fiquei que nem um pintainho… também tem de lavar a pena!
Um lugar por definir, uma passagem sem passar e a pensar e tanto mais fico eu que nem posso precisar o nome correcto.
Um dia praticamente em casa, a ver a chuva lá fora e a ouvir o som da mesma em cima do tecto. O vento não deixou de soprar… Interessante, só não gostei do cão da vizinha, lá fora a uivar, no seu desespero à chuva… aquela música já aborrece, confesso. Depois passei imenso tempo na Net, navegando, teclando e outras coisas mais. Fiz imenso, apesar de algumas situações terem passado ao lado. Claro sempre com música e o aquecimento ligado foi bem melhor. Enfim... coisas, situações e mais outras situações seguidas de momentos sem palavras à espera que o telemóvel tocasse. As horas correram em demasia e fui para o carro, melhor, para a banheira, sim, já esquecia é que levei a filosofia de banheiro comigo, é um livro muito agradável mas detestável para os alunos… tudo parece que virou piscina dentro do meu carro. Enfim, não entendo que serviço fazem alguns mecânicos quando dizem que resolvem o problema e ainda por cima se paga para isso. Ou fica bem ou melhor não mexer!
Situações e navegações por mares de carros tornados piscina ambulante, com a tal dita filosofia de banheiro! A peça estragou muito rápido, sim rápido demais ou na volta foi colocada uma velha, dita e tomada esta por nova, claro que eu não vou lá ver se é velha ou nova… mais uma cena aborrecida, mas tudo se resolve e agora com muita água até acalma os incêndios todos!.
Situações que por vezes são aborrecidas…

Destas e de outras estou mesmo farto e nem os mecanismos do ego funcionam... claro tem sempre um para resolver o problema, é quando menos se espera que ele actua! Não tenho assunto para de viva voz colocar-me na tanga, já aborrece aquela música e claro, vou para a navegação nocturna e responder a provocações não é comigo, tenho mais que fazer. Pois que pense cada qual o que bem entenda e tire o proveito do lixo mental que produzir… sei como isso é… navegação nocturna.

Grande Porto (Parque Nascente), 07 de Dezembro de 2006 - 22:18h
Samuel, o Ventoso

quarta-feira, 6 de dezembro de 2006

PERANTE A NOITE QUE SE SERVE

Na rua dos nomes acontece coisas mesmo sem nome...
Parado perante os escritos, perante a noite, apenas observando e escrevendo. Apenas isso porque o resto nada serve colocar para fora e ligar para quem quer que seja, pouco adianta, as desculpas e os pretextos são aos montes e pouco me agradam. Nada mais serve para nada quando as vontades não ajudam ou apenas servem para o que não interessa. Agora diz que é mentira... já percebi o filme todo.
Na rua de nomes, mas sem o nome, sem aquilo que ficou lá! Pois... é tarde, já muito tarde e ainda sem sono. Depois das conversas fiquei assim e precisava dizer aquilo que não vou dizer. Sim, não digo... terei de reconduzir para outro espaço. É verdade! É mesmo assim... entendi hoje que é mesmo assim. É bom dizer aquilo que desejam que se diga e não dizer a outra coisa. Mesmo assim, e desta maneira... vou para outro lado então e dar uma volta de carro pela noite para ver as estrelas, mesmo entre a chuva e as outras situações.
A rua está cheia de água e as pessoas acolheram todas em casa e eu estou fora de prazo de validade. É um facto... melhor não dizer mais nada porque se o disser a chuva começa a cair torrencialente. Já percebi que é mesmo assim. Não vou dizer mais nada nem pedir o quer que seja, nem pedir para ires tomar café comigo. Não estou para mais essas atitudes insensíveis... pois pessoas dessa forma não faltam, é o que mais existe com fartura.

Porto, 06 de Dezembro de 2006 - 02:34h
Samuel, o Ventoso

domingo, 3 de dezembro de 2006

NA CHAMA DAS PALAVRAS


Quero deixar-te uma mensagem, mas todas as palavras escapam ao meu sentimento, apenas ouço a música que me enche os poros, elevando-me a uma instância superior. Talvez por estarmos na quadra natalícia, por estar distante dos meus novos amigos e por ver que afinal algum esforço empregue não colhe! Não tem nome tudo isto, apenas está na minha rua uma marca. Além mais adiante pulsa uma deusa ou um deus mirando o meu olhar, o meu corpo e os modos como actuo.
Venho da rua, da cidade, sim, da capital. Estes dias andei por cá, corri, fui às compras, produzi-me por momentos, decorei a alma e ainda fiquei mais elevado, vi novas realidades e a realidade apenas é uma. Sou eu igual a mim mesmo, digam o que disserem e aprendi nesta pequena meditação que o mais importante reside em mim, apenas tenho de saber fazer a gestão das minhas emoções, são elas que dirigem todo o meu ser na relação com os outros, sim, aqui na minha rua, independentemente do estado que me possa encontrar, com ou sem roupa.
Quero dizer-te que cheguei entre as folhas e as luzes, entre as palavras e os sons e tu preencheste a minha alma por momentos, mas confesso que apenas foi um sonho… nada mais do que isso. Amanhã estou de volta ao Porto, levo pedaços destas zonas, sabores e fotos… levo tudo e não levo nada!
Bem, arrumações, papéis no sitio, livros na mochila, computador na pasta, e tudo pronto para a caminhada… já esquecia, levar um cd’s para ouvir pelo caminho no carro. Sabe bem uma boa música e não espero ir de prego o fundo, apesar de ter um pé muito pesado… sim, conduzir é algo que me agrada bastante.
Toda a minha alegria é a alegria de estar em vida, tendo à minha beira pessoas de que gosto e que gostam de mim. Obrigado pelas vossas palavras… merecem algo mais do que se possa dizer. Assim, na companhia agradável, o Natal, certamente fará sentido e o sentido tomou a grande realidade da vida… o viver com gosto, ainda que surjam por vezes situações enjoativas. Bem, o jantar está à minha espera… mais um post, mais umas palavras para ti! Mais e mais e agora vou para os teclados passar os dedos pelas teclas e produzir uns sons que te dedico. Feliz Natal é sempre que se entenda… Muita paz e até depois…

Lisboa, 03 de Dezembro de 2006 – 18:52h
Samuel o Ventoso

sábado, 2 de dezembro de 2006

NAVEGANDO NO TEU SILÊNCIO

As tuas palavras tocam-me, estão cheias de conteúdo significativo, belo... algo que de tão belo se desfaz e perde-se no nada, restando a saudade. Saudade de memórias de cemitério, a um mundo abandonado… cancelado!
O que resta de tudo isto amigo? Como entendo as tuas palavras e tomo em mim esse teu sentir, sustentado por um aqui e agora muito forte. Outros surgirão sem que entendas, num dia que menos esperas.
Tu tens um mundo muito grande dentro de ti e bastante bonito, reúnes em ti capacidades maravilhosas.
Leio-te imensas vezes, percorro de fio a pavio essas letras e entendo o que sentes… só que a vida é algo mais do que tudo isso, algo que ultrapassa fronteiras. É necessário por vezes pensar o que é melhor para nós, só que os sentimentos por vezes não nos possibilitam ver isso acontecer… E todo esse pensamento toma conta de nós, fazendo crer que isso é mesmo o mais importante de tudo o que existe.
Agora vou navegar no silêncio das tuas palavras.

01 de Dezembro de 2006 - 23:54h
Samuel, o Ventoso