sexta-feira, 11 de maio de 2007

DINAMISMO SOLITÁRIO

Propósitos que irrompem a totalidade, a entrega na postura, este caminho, a saga das sensações, a profundidade, a minha aventura. Sabores que agitam o coração, esta entrega de requinte, por insuflações a que vou atribuindo nomes, onde te encontro sem encontrar… qual movimento que não sei controlar, na multiplicidade de todos os desencontros. Todo o meu desejo completa o teu, entre nomes e pronomes antigos, com a força que não sou capaz de descrever, simplesmente com o traço de traçar, aquele que ficou junto do teu, o traço que não posso precisar, porque precisar é ausentar-me. Que mais te posso dizer então, quando a intensidade das palavras não atingem o alvo, porque a força é a contrariedade do desejo?. A ansiedade alimenta esta atitude, enquanto outros desenhos vão tomando postura na minha alma, no tiroteio das decorações, impressões tomadas de impressões, o princípio que se sustenta no seu próprio sustento… este dinamismo solitário, da palavra e da situação que se tenta aos poucos compreender.

Vila Real, 10 de Maio de 2007 – 16:19h
Samuel Bastos Ventoso
Escrito no Café “Pastelaria Gomes” Vila Real de Trás-os-Montes

quarta-feira, 9 de maio de 2007

NA MEMÓRIA DA FRENTE

Não sei de nada, nada...
Horas sem nome com nome
Horas simplesmente de relógio
Horas de nada e de tudo,
Fogo que arde no tempo
Na foz da memória antiga
A vida que a vida sustenta
Este sustento sem nome.

Correria das formas informe
Nos caminhos que não se percorrem
Por aqui, por ali, por esses lados...
Os lados de ninguém, de todos
Os lados que formam a vida
Com a paciência sem paciência.

Fulgores cadenciados entre formas,
Desejos dispersos, em profundidade
Este estado, onde tomo o chá...
Na noite sem nome e sem horas.

Porto, 09 de Maio de 2007 - 22:21h
Samuel, o Ventoso