quarta-feira, 31 de maio de 2006

MUDEZ DO NADA



Palavras… um lamento perdido,
Uma folha sem resposta…
Diferença que se apaga
Lágrimas sem guerra
Silêncio que encerra
A repressão… o desejo.

Estou cansado de avanços
Do amor sem eco
Caderno secreto…
De balanços!
Somente eu nesta luta;

Mágoas perdidas… imensas!
Tristeza feliz, alegre
Por saber que já não existes…
Apenas um misto de saudade,
A união dos nomes
De todas as coisas
Estes caracteres, difusos.

Olhar de rochedo… beijo azul!
Solidão do desprezo,
Loucura de metáforas
Espelho ao poente…
Desorientado na morte!
Chegam os sentimentos do profano.

Perdi a vontade… esta!
Correm-me as lágrimas da mentira,
Sigo caminhos trocados
Heresias e veneno
Desbravar vadio, do terreno.

Estou e não estou!
Sozinho no escuro,
No vermelho, no azul…
Colado no chão,
Completamente ateu,
Ouvindo a tua música.

Falo-te no silêncio!
Não me sabes escutar…
Tenho os tons da ausência
A mudez do nada,
Este abrigo inexistente.

Samuel, o Ventoso - 30.05.2006 – 20:37h

quinta-feira, 25 de maio de 2006

NÃO POSSO PRECISAR

Rua dos Nomes...

Fogos que se elevam, noções que não posso precisar, sentimentos que passam, outros confundem-se e a vida continua numa rotação constante e profunda. O meu mundo é tomado pela aventura, rotações de segundo a segundo, onde me desintegro, bebo de outra cultura, de outra forma de perspectivar o mundo e deixo que tudo acalme em dia diferente. Deixo que a vida aconteça, entre nós… somente.
As palavras perdem-se e hoje tudo é mais belo, é mais credível! Sei que o que sinto é o que conta, o resto é passagem que fica aberta, para todos e para ninguém. Vou, não sei por onde, mas desejo ir ter contigo porque o resto não me interessa e somente tu tens tomado conta do meu ser, nos últimos dias… tu a quem posso ter neste momento no coração… ainda que não saiba de ti.

Samuel, o Ventoso - 25.05.2006 - 20:35h

domingo, 14 de maio de 2006

A VIAGEM CONTINUA



Hoje acordei cedo. Soube-me muito bem dormir, tinha-me deitado cedo também. O dia tinha sido tomado de muitas actividades, caminhadas e relações, daí o ter adormecido com muita facilidade. Estou bem e isso é que interessa.
Palavras lançadas, bebidas em profundidade, talvez arrancadas aos pedaços da minha brevidade, aos outros também.
Falaste-me daquelas situações, penso que terás de contar outra coisa, nem sempre a mesma estratégia resulta e o nosso corpo responde de modos diferentes face a situações diferentes, nem sempre o mesmo possui o mesmo efeito.
Iluminam-se rostos, formas de pensar, falam-se de filósofos, do tempo e do ser, das verdades e meias manifestações e o que resta é apenas um vago sopro de uma possibilidade de sentir.
Leio as tuas opiniões, digo que é a tua opinião. As pessoas não são coisas para que as possamos modificar e modelar à nossa maneira, no entanto, existem pessoas que se parecem mais connosco, que têm mais a ver… Procura-a, luta por isso. Espero que também reúnas essas características para que sejas protótipo para essa mesma pessoa que um dia poderá estar contigo. Raízes do meu entendimento, intervalos de ampulhetas que me absorvem e outros comentários se registam.
Interrogaste, continuarás em interrogação e um dia destes as realidades serão diferentes, muito diferentes porque a tua mão não as agarrará mais. Os teus pontos de vista não passarão dessa ilusão de auto-convencimento de posse. Um pouco de humildade e compreensão não te ficava nada mal.
Ainda não viste do que poderia fazer e ou até dar-te porque a tua agressividade intelectualizada impede tais acontecimentos.
Procedes a tua viagem com as atitudes de burrice, casmurrice e taralhiquice. És assim, e mudar comportamentos não dá quando as pessoas não querem. Olha, terás o que mereces em seu devido tempo… entendo que o teu procedimento te torne feliz e não seja apenas uma pura tristeza que mais tarde te tome a cabeça em angústia. Não te peço mais nada porque tudo o que fiz não resultou e como tal, cansei de ser bobo da corte.
A conversa ainda agora começou e fazer juízos de valor ainda é muito cedo, na primeira oportunidade cais no cerne da desilusão… sem retorno a qualquer recuperação possível, porque a tarde se tornou noite.
Não ando a olhar-me constantemente ao espelho; penso que possuo alguma assertividade, tal como muitos bons mortais. Outras situações colocam-se na ordem do dia, aquele foi um problema do físico sustentado pelo psíquico. A viagem continua…

Samuel, o Ventoso - 14.05.2006 – 06:59h