sexta-feira, 29 de dezembro de 2006

DÚVIDAS E MEMÓRIA DESTILADA

O pensamento possui a sua duração, melhor, o aparelho que o executa. Hoje pude olhar alguém, sim, olhar e debruçar-me um pouco mais e relfectir acerca dos conteúdos mentais que são armazenados na mente e que com o tempo desaparecem para sempre, sem que possa mais se administrado os serviços mentais, independente dos procedimentos que se venham a ter. Nada a fazer. Fala-se e diz-se das situações.
Tenho conhecido pessoas novas nos últimos tempo, e à medida que isto vai acontecendo, vejo que, cada vez estou mais distante do humano, desde os familiares, até aos conhecidos. É interessante! Mas, o melhor de tudo isto é a maneira com que se lida com as situações e ou a credibilidade conferida.
Todos os dias após acordar é um mundo novo que se exibe e nada mais posso fazer... estados de memória e pensamento a executar para uma nova tarefa. A vida está cheia de tarefas, todas muito limitadas, sem que sirvam para nada... tudo é um lixo de certo modo disposto, como obra de arte, para enganar. Aliás, a própria vida é um engano e dela diz-se tudo e esse tudo tornado todo, para nada serve! O que serve é o momentâneo enquanto vivenciado, o resto de nada serve. Infelizmente nem tudo se ajusta e os ajustes sofrem da tensão do desajustamento. Caminha-se para o desmembramento das situações aferidas pelos sentidos.
Todos os dias interrogo-me e perco-me em futilidades, ficando cada vez mais longe de mim! Nada tenho, apenas possuo um corpo que será lançado aos vermes, como todos os que já foram e os que estão para ir... tudo será elemento da natureza.
O que estamos todos nós a fazer? O que resta é enganar... nada mais pode ser feito, nem mudar o tal deus ou propósitos da natureza. Absolutamente nada! E eu quem sou? Porque sou assim? Porque sinto tudo isto? Para que me serve tudo isto? Será que sou desejável por alguém? Quem gosta de mim? Quem ? Ilusões e mais nada... proferem-se palavras para fazer jeito, sim, foi isso que vi naquele dia! O resto é um faz-de-conta! As contas são muitas e o meu descontentamento é cada vez mais acentuado, mesmo assim para nada serve.
As horas são ingredientes do tempo e eu sou parte desse grande lugar! Agora chega disso, cansei e preciso dormir, mas melhor era não dormir, terei todo o tempo para dormir quando morrer, sim, e a morte é certa, é mesmo e não resta dúvida nenhuma. Daqui a uns anos, todos estes que aqui estão, já não existem, são pó, terra e nada. Sim, as imagens desaparecerão e nem isso fica na memória e o que ficou para nada serve. Tens dúvidas? Não tenho nenhumas mesmo. Estou um pedaço cansado... vou então no destilamento da noite.

29.12.2006 - Algarve - 02:23h
Samuel, o Ventoso

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