terça-feira, 31 de julho de 2007

SEM TE DIZER NADA

Bates-te à minha porta, continuaste a bater, não sei se te vi, não sei se quiseste ter prazer... nada mais soube, deixei-me dormir porque a noite tinha sido longa, fiquei aqui, ao lado, pendido, esquecido... sem que ninguém me pudesse encontrar. Fiquei apenas a dormitar.
Acordei da manhã grande, enorme, faltei às aulas, fiz directa, andei na noite, perdido, divagando por caminhos sem destino, pensando em tudo e em nada. Cheguei a casa muito tarde e dormi até há pouco tempo. Não vejo nada, apenas escrevo e tenho de voltar novamente a dormir, sem que seja o sono por mim desejado! Até mais logo... depois direi algo se possível, agora nada vejo, apenas me sinto muito sonolento desta maratona do sono.
Este é um estado psicológico diferente do habitual e o modo em que me encontro leva-me a pensar em outras realidades, as fantásticas do mundo da alucinação! Faz-me pensar um pouco mais, sem que possa pensar alguma coisa, apenas sei que nada tenho, sei que nada sou, sei não sabendo nada do que penso e do que sinto. Fico a olhar, a olhar-te mais atentamente e ver-te, nesta foto que tenho em frente à secretária, na outra e na outra, nas outras! Fico... a dizer-te tudo sem te dizer nada e recordo-te ao longo destes anos. Apenas sinto o que não podes entender... preferes não entender nada, ignoras o lado belo da realidade e tomas a mesma pelo indizível das situações. As situações que já não têm palavras. Fazes-me ficar triste, entristeces-me um pouco mais, mas, podes continuar, apenas tenho sono, muito sono, nem já sei pensar. Escuto atentamente a tua voz que não se cala, em pensamento... perdes assim aquilo que tinhas, que em pouco tempo conseguiste, aquilo, aquilo que não volta mais. Agora, tudo está diferente, ainda que não te tenha esquecido definitivamente, continuarás a ser a verdade inicial, sem que sejas a minha. Apenas escuto a voz da consciência... continuo a pensar e percebo aquilo que não me dizes, não que não queiras que perceba, mas porque te convém as coisas serem assim. Pergunto, continuo a perguntar e as respostas não surgem... canso-me e vou embora, ainda que fique só... pelo menos vou, vou com a minha alma cheia de verdade e bem comigo, por saber que nunca te fiz algo de mal. Penso que me conheces um pouco ainda que não entendas nada das minhas atitudes e do que escrevo neste espaço, tão pouco o lês ou sabes da sua existência.

19.04.2006 - 16:16h

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