terça-feira, 31 de julho de 2007

AS TARALHOQUICES DO PECADO

Das leituras feitas na net vejo que “o Pecado sempre foi um termo principalmente usado dentro de um contexto religioso, e hoje descreve qualquer desobediência à vontade de Deus; em especial, qualquer desconsideração deliberada das Leis reveladas. No hebraico e no grego comum, as formas verbais (em hebr. hhatá; em gr. hamartáno) significam "errar", no sentido de errar ou não atingir um alvo, ideal ou padrão. Em latim, o termo é vertido por peccátu.” In http://pt.wikipedia.org/wiki/Deus
A propósito do mesmo e do que ultimamente tem sido notícia badalada, preciso lançar cá para fora um pedaço do que me vai na alma! Vivo nos recantos internéticos e por este meio tenho evoluído bastante, uso diversos meus de comunicação para não ficar alheio do mundo e das suas circunstâncias, bem como a televisão e os jornais. É bom sabermos o que se passa nos quatro quadrantes do mundo. Acaso não evoluíssemos, ninguém estava aqui a dizer o quer que seja. Bem hajam os meios de comunicação e nem transportes existiria, muito menos se tinha chegado à lua. Certamente muita gente morria por doenças, uma vez que não se podia evoluir pelo conhecimento. Seria pecado desbravar o desconhecido e os vírus tinham-nos por completo. Só pelo conhecimento evoluímos e não pela fé que apenas condiciona, bloqueia e mata em determinadas circunstâncias. Condicionar é crime porque não permite evoluir, bloqueia, atrofia, inibe, e ofusca a realidade das coisas, destrói o processo científico. Ora imagine-se um cientista (médico cirurgião) tomado pelas tretas do pecado, coitado do doente, morria mas duas mãos.
As tretas do pecado estão na ordem do dia! Chega de proibições… também é pecado proibir. Ai os pecados virtuais!… e outras tretas mais, isso é para quem os considera, porque pecado não existe, é apenas uma invenção para controlar o “Zé-povinho”. Pergunto se dar em maluco não é pecado? E não é pecado fabricar listagens de pecados para aplicar aos outros? He he! Que se dane toda essa treta que não contribui para nada. Em nada ajuda, é um empecilho para uma vida normal… chega de frustrações.
O Senhor das escrituras activa-se pelas mãos dos homens frustrados que desejam dominar os outros impondo princípios forjados, fazendo disso ditadura ou lei para cumprir. Sinceramente isso não tem mais lugar nos dias de hoje e o amor apregoado é uma pura mentira e contradição. Inventa-se um pecado para tudo, para que assim se possa controlar as massas e conseguir o que se pretende, invocando para isso a máscara de Deus ou por Deus, sem que isso tenha alguma coisa a ver com a situação em causa. Estamos em evolução e sejamos esclarecidos e não abotoados mentalmente, pensamos pela nossa própria cabeça e não sejamos uns palermas a acatar tudo sem reflectir nada, aceitando as coisas de ânimo leve. Afinal onde nos querem levar? Impuro é não querer pensar, é querer fechar-se num círculo dogmático e retrógrada, proveniente de gente recalcada. Desonra é ser ignorante, é não querer ver a vida como ela é, é enclausurar-se em princípios fundamentalistas e abotoados, obrigando os outros a estar na mesma sintonia, como se isso assim é que fosse. A religião anda sempre a armar as suas e atar os outros, claro… o dinheiro comanda a vida!Não preciso de listas catalogadas de pecados, nada disso. Pecado ou não pecado, não me torna mais ou menos feliz e se é pecado pensar assim, pelo menos posso dizer que estou na minha área de conhecimento… filosofamos! Pela ordem do pecado afunda-se mais a mente, como se os outros tivessem de decidir da minha vida, do que penso ou sinto, de quem gosto ou deva de gostar, de com quem vou para a cama ou não deva ir.
A Bíblia vai beber a tradições de um tempo e esse tempo já passou, vivemos em outro tempo, evoluímos e no tempo de Jesus Cristo nem televisão existia, muito menos a Internet, claro, dos telemóveis não se fala. Jamais se pode viver amarrado aos obscurantismos desfavorecidos. Ou só se evolui para o que convém a tais senhores? Na sexualidade também se evoluiu e o desejo sexual é comum a todos os homens, não representa pecado algum, o envolvimento entre as pessoas é de comum agrado, por acordo, sabendo os mesmos do que vos faz sentir bem. Não se venha com histórias, tentar tapar os olhos e recalcar situações. Ainda existe quem acredite no pai natal ou nas histórias da criação… claro para não falar nas bruxas.
Tudo o que é, acontece nesta vida e só se tem oportunidade de experimentar as coisas enquanto se está aqui, do resto nada se sabe, apenas são teorias, normas, pedaços de éticas descontextualizadas numa época.Fazem-se os princípios para que depois se seja escravo dos mesmos… e isso não é pecado? Melhor, o que é que não é pecado? O próprio pecado! Logo não existe pecado, o resto é uma taralhoquice pegada. O tempo da ditadura, da inquisição, do nazismo já acabou, não podemos esquecer que já não vivemos no tempo da outra senhora. Já foi… agora repense-se e veja-se o estado de tontice em que se vivia! Respeite-se as pessoas, viva-se a humanidade e não com valores retrógradas. Não têm nada que nos impor, se não gosta de net, tv, jornais, pois que não veja, está em seu pleno direito… não generalize.
Na ordem de ideias de tal fonte, tudo o que estimula o intelecto ou alarga conhecimentos deve ser visto como pecado, como obstáculo à fé; logo, penso eu, cometem aqui o maior pecado, (para vós) o que é contraditório com um espírito iluminado. Apologia da burrice parece que se pretende num tempo destes! E os conceitos de homofobia onde ficam? Não é pecado? Descriminação e tanto mais? Pois é… as listas estão em actualização.
Nesta ordem de ideias, “bem-aventurados os ignorantes e os que se concentram mais nas Sagradas Escrituras do que no estudo do mundo que os rodeia...”. Eu certamente não desejo fazer parte de tais mundos de ignorância… tenho de escolher qual é de todos o melhor pecado, esse que me possa dar mais prazer, fazendo-me sentir bem. Esteja-se bem, então!...

14.04.2006 – 14:08h

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