Provocas o desconcerto da eternidade, habitas esta infinita causa, defines o traço dos contrários, este imbróglio do agora.
Acordo e tenho bem dentro do meu olhar o teu, guardo aquela profundidade, a única coisa que me parece evidente quando penso em ti, és sumamente singular entre o resto das pessoas. O R. voltou a perguntar por ti, disse-lhe que não sabia de ti e que eras uma boa pessoa, apesar de algumas coisas se terem perdido na pluviosidade dos caracteres, alguns difusos. Fantásticas engrenagens que a amizade guarda, antes e depois do amadurecimento. É bom ter estes sentimentos mesmo por quem não se prive.
Encontro-te no relógio dos dias, na maquinaria universal e no percurso da entrega do entendimento.
Sinto-me feliz porque um dia te conheci, porque um dia o argumento intuitivo tomou rosto no universo, ainda que se tivesse perdido no poema de Parménides! Não desapareceste nem desaparecerás, continuarás nas implicações e interpretações da perplexidade. Completas a contrariedade e os teus movimentos são plenas acções ao meu agrado, não que seja sartriano ou ultra-radical, mas sim entendo os teus apetites instintivos e a forma evidente de todos os desenlaces. Guardo de ti aquele pormenor, o agente das satisfações dos compassos vitais.Imbróglio é o processo de atravessar o bosque do amor sem se perder o rumo… depois falamos.
31.05.2006 – 08:05h
Sem comentários:
Enviar um comentário