Mais um dia a acordar cedo, muito cedo. Estou com um pedaço de sono. Encontro-me no café, a tomar o meu pequeno-almoço e de portátil na mesa. Tinha uma mensagem no telemóvel, era do R., agradável acordar com uma mensagem de alguém que pensou em nós. Logo que possa, dou-lhe resposta. Era fixe que ele estivesse aqui a tomar o pequeno-almoço comigo. Mas nem sempre é possível. A vida é feita de situações…Movimento ao acaso, perto das festas, sim das festas, não que eu seja muito dessas coisas. Hoje é véspera de Santo António (os santos populares). Como lembro dos dias de Lisboa, as festas da sardinha assada, o envolvimento profundo, aquele bairismo, os pormenores que vivi, as sensações porque passei, um mundo vivencial, cheio de presença.
Hoje é mais um dia para essas recordações, para esses momentos… desejara eu que fossem outros, que tudo fosse diferente. Tomo-me a mim, nestas coisas e delas desapareço, lentamente, tomado por outros pensamentos, por outras atitudes, por situações diferentes.
Logo de manhã comecei a ouvir na rádio as marchas populares, todo aquele pulsar alfacinha, a força e os impulsos de um espírito que hoje é bastante vivido. Confesso que por instantes, senti uma saudade profunda (saudade de tudo o que mexeu comigo desde a infância, até mesmo as coisas que a mãe contava). Ao mesmo tempo senti que sentir tudo isto seria ou é mau. Nada disso, disse mais uma vez a mim próprio, certas coisas fazem parte do passado e viver certos sentimentos não é muito bom. Ainda que nos custe determinadas realidades, o melhor que se tem a fazer é continuar a caminhada, com dores ou sem dores; as dores surgirão um dia, mas tudo será normal, fazem parte do percurso.
Brevemente tenho mais o lançamento de um livro, é daquelas coisas que gosto mas ao mesmo tempo aborrece-me. Já li o livro todo, tenho-o no telemóvel em pdf, foi-me enviado pelo autor; por acaso até escreve muito bem. Gosto bastante dos seus escritos, nunca o vi pessoalmente, porque conheci-o pela net, num blog. Engraçado estas coisas! Já falámos duas ou três vezes por telemóvel e pareceu-me simpático. Mas sinto algo ali que não sei muito bem explicar. Continuo a ler os seus trabalhos, todos. Prefiro não os comentar, mas sim tomar o sabor das verdades literárias.Gosto de escrever, uma das coisas que mais prazer me dá na vida… já foi o tempo que muitos dos meus escritos eram publicados nos jornais, nas revistas e até em antologias; agora não estou muito virado para isso, prefiro apenas escrever por escrever, tipo desabafo. Colocar tudo o que sinto e penso no papel, nos meus cadernos e agora nos blogs.
12.06.2006 – 08:03h
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