quarta-feira, 11 de julho de 2007

NOMES E INCÓMODOS

Pincelo nomes sem nome, sem lugar que se perdem na indisponibilidade de um vazio corrompido, um murmúrio que se torna a deslocar, ampliando mais a voz esquecida, talvez prometida, enquanto lágrimas se derramam e eu na frieza do tempo apenas bebo palavras sem mais conteúdo. Não posso ligar às melodias do tempo perdido, ficara eu sempre esquecido, para não ser mais aquela coisa, aquilo que pareceu-me desejares de mim. Repito que não, torno a repetir vezes sem conta, talvez despertar a inclinação e nada ligar, nem um pouco.Falam os miúdos, erguem-se provocações, engulo mais um sentimento, um nó que se dá sem que eu deseje por barulhos incómodos, talvez profundos, com pretensões de me agredirem. Repito para não me provocares, muito menos desejo esses olhares e torno a repetir para não me provocares porque nem sei o que pensar de tal atitude. Chega de atitudes que reprovo, chega de pinceladas sem pincel, chega de coisas múltiplas, coisas sem cabimento e a agressividade pode moldar o pensamento e do resto nada sei descrever a não ser dizer que desapareças para sempre. Continuo a dizer que pincelo nomes, uns ao acaso, outros em fila, outros talvez sem rosto e outros ainda por conceber.Movimentas sons, alguns desagradáveis, entre imagens que repudio, metáforas que nem sei precisar e continuas a olhar sem que eu deseje tal situação. Não sei quem és, não sei não. Apenas observo uma sombra aniquiladora que me tenta castrar por modos diferentes. Gentes, contornos e serpentes, fugas de um olhar profundo, algo que se abre sem o meu consentimento, sem o meu total parecer… sinceramente, nada quero, apenas quero para sempre desaparecer. Disse que queria ir embora por outra estrada, a estrada que tracei desde aquele dia. Não sei se entendes ou sem alguma vez poderás entender tudo o que se passa comigo. Penso que não, penso que ninguém me pode entender. Todo o entendimento perde-se na precisão do quer que seja.

30.07.2006 – 23:04h

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