Tenho a certeza que é isso, desde muito tempo. O ritmo da memória fixou um outro elemento que me faz pensar em ti como se a existência e sustento de tudo dependesse desta forma de pensamento. As fronteiras são apenas palavras…! Lembras tudo o que te disse? Recordas a cor dos meus olhos? As tuas palavras vazem cair todo o vazio que um dia escondi, renova toda a esperança estendida nas veias da memória. É disso que te falo! Naquele dia fiz-te pensar… sabes, é grande alegria recordar-te, saber que vives, que respiras, que caminhas. Como queria dar-te o que não tenho! Sinto pena de ser assim e viver no silêncio do infinito. Tanta coisa fica oculta, lançada ao náufrago da ilusão, nas veias do amor. Sinto-me triste por o amor ser um incêndio, uma possibilidade deslocada a um ritmo de imagem que se acende e apaga. Se fosse outro que pudesse ser tudo para ti, talvez a petição de princípio fosse mais fácil e consistente. Sou isto, dividido entre o orvalho e as folhas, um cheio de memória que estremece, ficando mais azul, tecido ao ritmo do infinito. Gostava de atingir a tua lembrança, ainda que inocente quanto a inocência que possuis, gostava de ser o teu gosto iluminado pela metade do teu desejo, ao silêncio das coisas que não se dizem.Guardo em memória a imagem da tarde… passas para o café e o local continua lá, sem a minha presença! Limito-me às horas pálidas, cheias de memória secreta. Anteparo de companhia recortada, habitualmente na penumbra do silêncio e enquanto tal, adormeço que nem todo o pensamento após o dia de trabalho, serviria para te descrever mais algum conceito do fantastico. Nestes meus caracteres difusos, traduzo as minhas formas digitais, expresso os meus sonhos, falo contigo sem que me fales, envolvo-me sem que exista envolvimento, mas, sou sempre aquele que te sustenta no coração. Lembras? Sublinho as palavras do R., vindas da marcha do tempo, com os frutos da passagem de ano que coloquei de parte, anestesiando os sonhos que adormecem. Por vezes sinto-me tentado em procurar-te, mas de imediato algo diz-me que não e sinto um aperto no peito.Tentaste, conseguiste… saboreaste e no gesto ergueste a fronteira do sorriso. Ficaste lá para sempre? Guardei as tuas palavras na alma, na realidade concreta do meu ser e prossegui nas calmas. Sinto-me calmo, apenas por vezes a saudade visita-me, são horas largas que se projectam no nada. O nada não pode ser compreendido, deixa em aberto o silêncio. É no silêncio que toca o telemóvel, acabou de tocar… um amigo a convidar-me para ir jantar… os carreiros do sorriso acenderam e o silêncio quebrou os minutos do pensamento direccionado para ti. Sabes, quero dizer-te algo, mas não consigo, falta-me algo, um algo que não consigo traduzir, apenas fico a saborear as sílabas da mente que conservo desde o primeiro segundo que te vi. Faz tempo e o tempo deixou de existir, apenas estou na fronteira do sorriso.
24.10.2006 – 23:32h
sábado, 30 de junho de 2007
O DESAFIO É A CONQUISTA
Conjugações, fenómenos do interior, da alma e o seu sentido, a uma música que se dilui no aconchego, ao tratado do silêncio. O meu eu renova-se todos os dias e depois da conversa de ontem à noite, melhor me senti, tudo parece que rejuvenesceu ampliadamente! Nem sei bem avaliar a ansiedade que se fazia abater no meu ser, como se entendesses alguma coisa do que me faz sentir assim. Seja como for, registo a dimensão essa beleza no cume dos actos apetecidos. Um tratado de bem estar que se escreve, renovando-se numa dimensão inevitável.Surpreendeste-me pela positiva e as palavras soltaram-se no mais recôndito sentido de tudo o que ficara disponível. Muitas imagens fluíram, enquanto no segredo da realidade senti um desafio maior, mesmo que fossem páginas de fantasia, sei que me desejaste e continuas a desejar-te de uma forma profunda no inacessível sopro de ilusão. Todas as imagens animaram o desafio da minha dedicação… bem bonito e real esse teu gesto! Aventura que goza da amizade e anima o tactear do desejo… e foi assim que o teu corpo tocou o meu, misturando-se na plenitude da ideia, tornando-se agrado por forma conferindo ao desejo a repetitibilidade. Trajectória de envolvimento, dos ascensores a um outro acreditar mais completo… e assim, senti que afinal, existe alguém que está bem junto e deseja o continuar da vida, pautando-se pelo entendimento ao serviço do prazer. Sabias que gostei bastante? Acredito no que me disseste, mas é preciso lutar, sim, bastante; essa luta agora vai depender de ti, porque o maior desafio é a conquista e isso ainda está longe. Ontem escrevi um poema que te dediquei, guardei-o, ficou apenas no pensamento, tal como as representações mentais que tenho de ti, houve a tal correlação e os dedos ergueram-se em procura da fronte. Bela fronte essa que procurou a minha e tudo ficou com infinito sentido.
Grande Porto, 25 de Outubro de 2006 – 14:51h
Grande Porto, 25 de Outubro de 2006 – 14:51h
ÁGUAS QUE DECLINAM
Simplesmente porque mudou, porque entendeu e as passagens tornaram-se contraditórias, enquanto a certeza não descambou. Forças e formas que conjugam, entretenimentos do ninguém, do nada. Focagens da novidade que se conjuga ao tempo indeterminado. Entendo-te e passo ao lado por uma substituição que o tempo fez surgir… lentamente lançando o original ao esquecimento, por formas que o intelecto não decifra, aceita-se e acomoda-se! Entendo a caminhada como uma missão desarreigada de atributos. Entendo-te no orifício das metáforas, como se ainda cedesses força à minha existência. Todas as precisões que tendam a substituir-te serão impróprias e o absoluto converge a uma única palavra, o amor. O absoluto do silêncio é impróprio para a relação, enquanto o equívoco ascende a proporções astronómicas. Desejava tanto inteleccionar-te, beber da fonte sagrada, dos nomes válidos que executam a causa. Simplesmente beber num acto heróico a dimensão do elixir.Sabe-me tão bem pensar-te, é como se uma carícia rolasse no meu peito, enquanto o resto se dissolve, lentamente.Observo o mapa, em vários pontos do mundo as luzes tentam acenar! É a saudade e por me ter ido embora, certamente nunca mais te irei ver, não que fosse o que desejava, mas entendo que o melhor é fruto de opção de cada qual. Um dia, no silêncio tudo desaparecerá para sempre. Deste agora depende o sempre, isso que me deixa perdido nas palavras, despedaçado entre o papel, empalidecendo no circuito dos nomes, por uma espiral de grafite. Sabe-me tão bem escrever a pensar em ti, é algo tão profundo que enfunas no meu o teu mundo. São as coisas tão belas e muitas lançam-se fora! Lançaste-me fora sem que de utilidade tivesse alguma, ainda assim tudo continua tão lindo. As folhas de nogueira, as outras e as folhas irmãs de nenúfar, dançam enquanto fico a repousar na relva húmida… nos prazeres dos próprios anseios verdes. Por aqui… dividido nas águas do douro que declinam na estação da memória, ao primeiro bálsamo foliar. Por aqui…
27 de Outubro de 2006 - 17:30h
27 de Outubro de 2006 - 17:30h
CONDIÇÃO QUE SE DISSIPA
Apagou-se a distância do olhar e a troca de sentidos fez a diferença profunda, marcou toda a condição, a de ser autêntico, ainda que não gostes.A condição de sentir dissipa-me nos estertores ébrios do desejo, como pólo que se executa, ante a chave escondida da uniformidade.Não podes entender as minhas palavras, face a esses teus jogos de linguagem, acontece o incomunicável, o vazio ardente.No olhar dos sentidos procuras as selhas fumegantes, o resto que a vida oferece e em nome dos verdes, envolves a minha alma de saudade, envolves a minha alma de saudade, num túmulo aberto, fixas os lábios e apenas o choro te segura, desvanecendo-se as formas dos nomes.Imensa alegria enquanto mandrágora grita e as palavras embrulham-se nas danças, nos montes das formas, indo até ao invisível, onde tento tornar-me diferente, a diferença foi sempre a entrega total que para contigo nos uniu, enquanto o inimaginável nos tomou. Lembras? Nunca me esquece das profundidades contagiantes, sossegadas no seio do desassossego, como se todo o silêncio parasse o relógio. Disse-te muitas vezes pelo olhar aquilo que não soubeste entender, entre palavras amáveis para tratar das feridas congeladas.Sempre uma visão diferente fez-me ver em ti a eternidade da vida. Lembras daquela música que colocavas para nós? Lembras? Agora tenho a grande distância profética das palavras, a coincidência divina que o amor foca em implacáveis momentos.O tempo envolve-me na satisfação do sentimento, na desolação das veias, por aventuras de delírio doce. Por ti seria capaz de fazer tudo, sem reservas nem fronteiras, foste o primeiro ser que no primeiro impacto detestei, mas posteriormente, a pessoa mais linda. Tentei lutar pela amizade, fiz tudo, ainda que tenha vertido algumas lágrimas, por momentos afundado na escuridão, tendo sido pontapeado, desprezado, mas, desde primeiro princípio e de olhar petrificado guardo nos lábios o sabor de toda a tua essência, como reservatório as minhas células absorveram o teu material genético. Lembras? Afinal não esqueceste! Deu-me o desejo esta flor para ti…Na estranheza do vale imaculado, repousei no tronco, acreditando ter a chave do universo, aquela que nos moveu. Passo a passo fez-se o caminho e o corpo levitou enquanto pelos abraços o corpo se envolvia numa profundidade e entrega total, recortando todos os sabores disponíveis. Lembras? Paciência divina! Tudo o que escreveste foi belo e o repouso é sobre a felicidade. Campónia do milénio revelador, sensualidade do encanto misterioso, o encanto das coisas que não são nossas, entre o inacessível e os artistas mais bisonhos.Deixo-te a brevidade da palavra, ainda que dos moldes arquivados, o vermelho pálido que reflecte sabor, no tecido da graça dolorosa.
28 de Outubro de 2006 – 11:14h
28 de Outubro de 2006 – 11:14h
PARA NADA… NADA… NADA MESMO!
Gostava imenso de teclar contigo, em nome da amizade e de tudo o que nos permite existir… a existência é uma curta passagem, um breve nome incompleto. À grandiosidade das palavras que se desenham por recintos sem nome, por sorrisos, por tudo o que permite a alegria, pela existência... por saber que a vida tem um significado. Tu! Quantas palavras não se rasgam, outras não ficam perdidas... mas, em nome da amizade, fica aquilo que é bonito... aquilo que se projecta enquanto os ponteiros possibilitam o bater do coração, aos quatro quadrantes da imortalidade. O silêncio resguarda estas mensagens, por vezes em palavras inúteis, algumas já fora de prazo, talvez sejam estas, as que deixei no mutismo das lamúrias. Sabes bem como o auge do silêncio nos envolve, como o longínquo nos transporta para o tempo sem nome, ainda que se adivinhe o gesto e a pulsão daquilo que nos possibilita a vigia, serás onda à beira-mar, sol radiante na minha animação, deambulando nos sonhos que se desenham no canto maior.Sabes, lembro das vezes tantas que teclava contigo, dos momentos em que as nossas mãos constituíam memória, do irromper da solidão e da sede de infinito, tomando a nossa aventura a mais bela sede de viver. Nunca duvidei, apesar dos sulcos melancólicos que por vezes me assaltavam, dessas pegadas que reprovavas em mim e de outras flores que o pensamento era atestador.Desproporção da força do acaso, ultrajante de uma melodia desproporcionada, aquela que em terras distantes fizeste passar soluços, sem que com isso pudesses acrescentar algo de positivo, algo de benéfico. Translação do dia que não se escreve, em passos de indiferença, ao diálogo surdo no consenso dos óbices. Colocaste obstáculos desnecessariamente e fechaste a porta deixando-me à deriva, como se isso contribuísse de algum modo para o teu bem-estar... Proferiste palavras que não tiveram mais acepção, pelo orgulho que te corrompeu, que provocou em ti o rumor do desagradável… sem que com isso pudesses erigir algo de positivo. Dissimulações e inconveniências que a lado bom conduziram, nada disso, apenas um estorvilho a quem te estimava, e fosse essa locução o princípio dos princípios, toda a fogueira que consumia uma amizade bela, cheia de doçura e encanto maior. Nem perguntaste pelo teu significado… nada… nada… nada mesmo! Que lograste com esse procedimento? Atropelaste tudo o que era bom, sem dar ouvidos a afectuoso coração e depois lanchaste o pão pernicioso, porque muitos se afastaram de ti! Eu, ainda continuo por aqui, ainda tenho o meu abraço para ti, tudo aquilo que os outros te abjuraram, tudo o que as palavras não dizem por mais que se deseje… a humilhação não completa nada do que possas pensar. Destes meus lábios decreto-te jardins de flores, essas que são purezas, fertilidades para uma sempre amizade, ainda que não possua mais correspondência, ainda que não tenha mais a tua determinação… por tudo isso que não serve para nada, apenas digo, amigo meu guardo-te no coração. Para nada… nada… nada mesmo. Sim, nada…
28.10.2006 – 22:22h
28.10.2006 – 22:22h
sexta-feira, 29 de junho de 2007
A METADE DA OUTRA METADE
O teu corpo esconde aquela palavra, a vitória do nome em causa, o místico que enfatiza a fuga no cais da distância. Semeias a palavra, salpicas sensações na realidade que se desconecta quando tomas consciência.Lembro-me do teu olhar profundo, do primeiro toque, das palavras que se rasgavam na entrega, fundindo a eternidade num momento único… projecções consumadas!Na fuga e na fusão do princípio todas as leis não tinham mais lugar, o concreto era a chave da memória, sem que existisse paragem obrigatória.No olhar, a força das ilusões, um pedaço de desassossego, sem comentários e sem regresso. Grandes voos… depois daquele dia decidi viajar, levando a decantação das horas, a verdade inevitável, no silêncio mais distante e apetecido. A dimensão da tua beleza revestiu a minha alma e muitos dos teus elementos ficaram registados no meu telemóvel. Reencontro-me com o inexplicável, o sonho e a tempestade do desejo. Um gesto de magia enformou o barro da ilusão, aquele onde te conheci, desde a aventura dos labirintos aos inacessíveis limites. Fiquei na queda da solidão… na esperança da escrita, ao irrompimento da memória distante. Perdido tomei-me nas lágrimas do silêncio que hoje são saudade. Ficou o sorriso na fronteira da memória enquanto a recordação traça os esquemas da imortalidade com as suas veias escancaradas. As palavras incendiaram e nada conseguiu substituir essa impressão digital. Com o tempo apenas me adaptei à concreta realidade! A surpresa guarda a metade da outra metade e somente contigo completo o puzzle da caminhada, esta que cresce num ciclo diferente e anónimo.
29.10.2006 – 10:26h
29.10.2006 – 10:26h
MAIS UMA E UMA PALAVRA
Apenas uma palavra, a palavra que não quero muitas vezes repetir, talvez não sirva para nada. Fiz o registo… A vida continua com ou sem, mas continua! As farsas, os azedumes e as tretas continuam a acontecer… tudo para nada.Apenas uma palavra proveniente do sonho azul, com a tinta desmaiada dos dias que são a mesma coisa e a vontade que o caminho semeia. Procurei-te hoje, como todos os dias o faço… procurei-te mais uma vez, bati à tua porta, estava encostada e a cama estava vazia e ficou por fazer. Apenas tinhas a tua foto na moldura, enfeitando a secretária com os teus papéis, desarrumados. Folheei as páginas de um livro, pressionei um botão e fiz soar a nossa música! Deixaste uma mensagem, tentando dizer-me algo, sim algo despropositado. Não o considero como noutros tempos considerava, também pouco sabes de mim… tens a necessidade de apareceres e depois desaparecer, como que renovar-te, sempre numa procura constante. Guardas as tuas certezas, os teus propósitos e falas dos amigos, das amizade… continuas a enganar! Dizes do que és não sendo… mas sabes muito bem lidar com as situações e isso faz-te crescer o ego. Pois faz… só que a tua importância cai na ignorância! Triste não é? Enfim… cada qual é como é. Tu és assim, nada se pode fazer, apenas usas palavras muito lindas, emolduras tudo muito bem e avanças o teu caminho, por imensos lados. Será que todos te conseguem entender? Será que o interesse existe mesmo nisso? Enfim, realizaste no mundo do espectáculo, vais-te divertindo assim. Pois continua… aporta continuará sempre aberta.Os pensamentos tempestuosos, tomarão notas agudas e tudo descambará sem nada! Preciso voltar às origens para reflectir! O que fica nas entrelinhas são palavras, outras palavras que não entenderás por enquanto. São opções que para mim não têm muito significado, mas respeito e de certeza não és a única pessoa no mundo. Continua a esconder as falhas… mais uma e uma palavra.
30.10.2006 – 21:48h
30.10.2006 – 21:48h
EXTRACTOS DA SIMETRIA
A palavra demasiadamente mergulhada em mim executa-me a sombra, fazendo esta cair sobre a saudade e as letras, quase simétricas envolvem-me, num novo poema, na conjugação dos brilhos. Absorvido pela grandeza escapa-me algo, talvez por ter adormecido na simetria da imagem. Entendo que por vezes dou valor aos fluidos da memória e o coração faz-se sentir pelas máculas da estranheza. Tu és estranho… ! Sempre achei isso desde a primeira hora. Tento afastar-me das determinações impossíveis e escrevo o teu nome verdadeiro numa folha de plátano, seja P., A. ou outro, entre outros tantos que tens, debaixo do mundo das palavras, enquanto nas incumbências arde uma imagem cujo rosto esbate-se no tempo. O tempo da memória consome-se enquanto digo não às tradições de uma sociedade retrógrada. Sabes perfeitamente qual a minha posição face aos fantasmas das cores do céu, esses que repousam desordenadamente nas cidades distantes. Falo-te apenas de algumas coisas… outras não interessam para o momento, umas vezes que as vozes alcoviteiras tentam deturpar as situações reais. A referência é a tua insustentável mensagem que me cravou o coração, entre o vento e o fogo, derramada na última haste em flor. Aquele amarelo ainda arde no ancestral dos meus olhos, enquanto o espírito absorve o fado, definido nas raízes das ruas íngremes. Rasga-se a palavra e faço-me ao caminho com um amigo íntimo, no extracto lírico de uma nova relação, saboreando os poemas e as flores do prado místico. Post Scriptum: Que é feito dos teus amigos? Que é feito das amizades que constróis? Que é feito? Abandonas tudo e todos, arranjas situações e partes, assim, desse modo, mudas... escreves e apagas a casa virtual, tornas a voltar... andas assim sempre! Que instabilidade, que aflição... enganas as pessoas, mentes, iludes e continuas sempre o mesmo. A tua felicidade, por vezes aparente também se destrói, ela desaparece... foges das pessoas que gostam de ti, é triste essa tua maneira de ser. Lamento, mas não interessa. Ainda assim, nunca te desejarei mal, jamais, pelo contrário, que te encontres bem é o que muito anseio. Agradeço por me teres facultado por algum tempo a leitura dos teus trabalhos, o que muito gostei, muito mesmo. Um abraço... é a ti que te dedico isto, sabias? Até...
31.10.2006 - 11:12h
31.10.2006 - 11:12h
ARQUIVOS DA RELAÇÃO
Ergo os olhos, empoleirado, apontando para lá das flores o teu nome, desenrolando a história da paciência divina, não da filosofia feita entre quatro paredes, aquela que tentam ensinar sem que pareça ter mais utilidade. A utilidade é uma estranheza idiota, fica de braços esticados e ombros emplumados, no silêncio batido das regras feridas, verifiquei isso pela tua atitude parola, enquanto enterravas os dedos na sombra pálida.Procuras evidenciar os teus objectivos, os teus, friso então. Avanças por outros atalhos para chegar ao mesmo sítio e lanças-te nas páginas húmidas do amor, por nuvens divididas que tentas fotografar. O mundo dos amantes por vezes arranha com a frescura agreste, e os esquemas lógicos não passam de bálsamo para a própria ferida… Certos relacionamentos estão embolorecidos, fogem da luz e evitam a praça pública. Os arquivos da relação encetam uma exegese por processos canónicos a um olhar especioso ainda que em passagem nebulosa tente mostrar o contrário. És uma relíquia perdida no tempo, envergonhada ao lado de uma história que se desculpa pelo seu orgulho e pela metáfora decadente. Reivindicas a glória de um passado que não regressa, face a um desfilar incessante de nomes, alguns estratificados no tempo. Este diálogo que encetas é conflito matricial ainda que erudito e de soluções subtis, como a fuga de provocar curiosidade…Essa posição hermética pretende o que não faz sentido, um conjunto organizado de filosofemas de impenetrável descodificação, isso que numa relação ou amizade é colocado ao lado. O extremo rigor, sucumbe pela falta humanismo, apenas ficam teias de aranha convertidas ao dogma, o que sempre fui contra. Chega, essa postura transvestida de racionalidade, converte-se num dogma, disfarçada sob um manto espesso de silogismo, sem espírito crítico e dialógico. Posição sectarista de relação! Rudeza de um espírito atordoado… imune às vivências de eterismos, impraticável, a uma postura cómoda. Aberração dos sentidos, nada mais do que o plano da imediaticidade. Esse pretexto é a desculpa do amanhã, feito marketing num relatório arquivado, mercadoria tabelada e normalizada, aos critérios de futilidade, ainda calculista e economicista. Critérios de consequência… ter uma amigo assim com quem se possa relacionar, será bastante aflitivo, mas o facto é que existem pessoas desta ordem… enfim, o sentido do mundo está em construção. Não vou nas tuas conversas, fico ao lado ignorando a tua postura… são apenas arquivos da relação.
01.11.2006 – 03:53h
01.11.2006 – 03:53h
NOVA MENSAGEM EM NOVO REGRESSO
Prestar contas do tempo é uma tarefa, mais forte do que domar as sombras do inconsciente, tem a sua duração, nada mais do que uma história que se conta, uma divisão perfeita entre a vida e a morte. A fúria consiste em clarificar os conceitos, pela possibilidade da partilha poderás reforçar as tuas ideias. Hoje regresso ao jardim do éden, não que pretenda avivar as cartas do passado, as fotografias que tirávamos, tudo isso que nos unia de uma forma quase perfeita, os anos apenas injectam a divisa, uma separação eloquente que se fecha por vezes num advérbio impróprio. Acreditar nas coisas apenas e apenas nos conduz a um acto impróprio de assentimento, deixando sustentar um lado oculto, cuja consciência realça no mesmo bloco. A razão é inata, mas por vezes perde-se num universo comparado de sementes. O princípio que nos move é a consciência e os mecanismos do ego activam-se nessas sementes possibilitando o indivíduo sair da escuridão da caverna. Temos a capacidade de reagir de modos diferentes ao que é justo e injusto, fala-se em diferentes sentidos e no momento da verdade só alguns aparecem, outros por circunstâncias diferentes reprimem os seus sentimentos como forma mais fácil de se acomodar.Muitas são as questões da ordem do dia e alguns envergonham-se desses contornos ou simulações.Vivo, estou em vida, não sei quanto tempo mais vou durar, apenas sei que continuo a ocupar-me dos problemas, não que seja no meu cicrocósmos, mas inserido numa sociedade de múltiplas orientações… é difícil por vezes decidir e as leis da natureza são constantes. Reconcilia-te com o teu destino, situa-se no arrebatamento dos sentimentos e aprecia o rosto de uma outra pessoa! Lembro-me das leituras ao Kant, quando evoca que “devemos tratar os outros homens sempre como um fim em si e não como um meio para alguma outra coisa”, foi assim que sempre te tratei desde a abertura do primeiro olhar. Ainda que possas racionalizar tudo, as sensações surgem necessariamente e influenciam-nos, quer queiramos ou não… lembras? A filosofia é o contrário da fábula ou mitos! Vamos para a festa do jardim, porque a mensagem é a de um homem, não que seja um outro sexo, mas certamente um significado possível. E se me telefonasses? Ah, compreendo que não estás afim e outros valores te movem… um encontro no café também não iria melhorar a situação. Criamos o que somos… tu és assim e nada a fazer… somos assim! Só o homem aparece como sujeito na cultura e por vezes o teatro é absurdo, assumindo conotações despropositadas. Esta é a perplexidade do sistema… chega de filmes mudos, apenas o espanto acciona a filosofia e a curiosidade sustenta-a. Foges para quê? Isso é racional? Alternativas de lógica a uma nova era ante o regresso dos deuses ou das experiências de consciência! Qual é a tua? Eis o corvo branco… a nova mensagem, a outra realidade.
01 de Novembro de 2006 – 12:05h
01 de Novembro de 2006 – 12:05h
CAFÉ DO SILÊNCIO
Neste silêncio tomo-me do sono e fosse este silêncio a minha eterna paz, onde não existisse mais tempo, ficando assim todo o meu ser intacto, nas memórias do nada, sustentando a derradeira eternidade, entre caracteres difusos. Café do silêncio!Na manhã gélida das minhas sensações, preparo-me para beber do exterior da rua que se pode precisar pelo silêncio, por enquanto, enquanto quebro as horas e guarneço as saudades, talvez do irremediável, ainda que sinta um pouco de emoção activada pelo efusivo da memória… peço um café para descontrair.As tuas palavras sempre foram marcas expressivas de silêncio, ofuscadas ao pensamento de um nome que me rodeia, de sabores de contorno no acaso que não posso precisar. Precisões evocam pontos de vista…Amanhã penso viajar, pelas margens do silêncio, romper com as inquietações, talvez o R. vá tomar café comigo para sustentar um pouco mais o silêncio… sei que ele me pergunta por ti, sempre lhe dei de ti as melhores referências, não serei capaz de dizer o contrário. Este silêncio é o selo da tua existência, já me habituei a ele, vivo com ele, tal como vivo com o meu corpo. Vives no teu silêncio para comigo e nele o teu grito é de silêncio. Não me incomoda o teu silêncio, possui também o colorido dos apetites que eu não escrevo… esses ficam para outra ocasião. Logo, um pouco acima do mais logo, encontramo-nos… liberta esse grito, deixa-te de coisas que não servem para nada e anda tomar café no silêncio do silêncio.
02.11.2006 – 23:40h
02.11.2006 – 23:40h
FOSTE EMBORA… PACIÊNCIA
Reparei hoje no vazio do teu blog… na tua ausência uma vez mais; sim, reparei. Queres assim? Pensas que é bom? Força! Agrada-te isso? É? Força! Olha, que se faça a tua vontade… não me importo. Aquilo que não partilhas com quem te valoriza, certamente não serve para nada. Sabes que gosto imenso do que escreves, sempre te disse isso. Deixas de ter utilidade… és apenas um entre os que não estão. Gostas assim? Força! Nada posso fazer contra a tua vontade. Apenas fico triste. Gostava imenso de te ler, confesso que eras de todas as pessoas que mais gostava de ler. Repito-o mil vezes se for necessário. Apenas perdi o amigo que não tenho! Na volta nunca tive… lamento. Continuo a lamentar… a lamentar. Ainda assim, nunca deixarei de falar de ti, de te ter no meu âmago como a luz de uma clave literária.Espero que encontres por onde andas, aquilo que te preencha, bem como o merecido reconhecimento. Todavia, meu anjo doce e profundo, recorto dos glaciares da amizade aquilo que de modo algum poderei conferir a outra pessoa. Serás sempre tu, ainda que nunca mais apareças. Um dia se o destino o proporcionar as nossas almas tornarão a misturar-se, ainda que seja na terra do silêncio. Que a sorte te tome na sua plenitude e que todo o bem estar te envolva e se a saudade te bater à porta, não esqueças que existe uma folha adejando, onde poderás deixar uma mensagem amiga, como valioso fruto de consciência e reconhecimento de quem te estima e quer bem. Não penses que tudo isto são tretas, são apenas verdades sentidas. Entendo-te… boa estadia e repousa em paz nas terras que por ti sejam aclamadas.
03.11.2006 – 13:03h
03.11.2006 – 13:03h
OFERTAR-TE UMA PALAVRA
Ofertar-te uma palavra, talvez não chegue! Parece que todas as palavras encravaram e os campos pulsionais ficaram preenchidos por um outro substracto de reputação efémera.Agora aqui, escorre-me uma lágrima enquanto leio os teus escritos, talvez na falha da noite, ante as brisas do fim do Outono. Debaixo das minhas pálpebras pareço possuir as imagens do teu fogo cintilante enquanto o irreal se afirma na escuridão que desliza por o meu corpo e os sentimentos hoje tomaram forma diferente. Mudo a minha nudez, aquela que um dia cnheceste, soprada pelo teu lugar, pelas palavras abatidas e o amor que falhou nas noites transfiguradas. Tudo se parece mover nesta saudade triste enquanto pronuncio o teu nome que cavalgou o âmago da minha existência. Fecho os olhos... és a única realidade que se me afigura nestas sombras curvilíneas que se aproximam e afastam os cantos de uma cama vazia.Tremendo de amor e defrio, na província da ideotice, bebo o vento longínquio, metido na noite que se desenha na minha alma dissolvendo-me na indeterminação das criaturas inominadas.Ofertar-te uma palavra, é o mínimo que posso fazer enquanto as cortinas enfunam, face ao fado que se faz soar do lado da cómoda.
05.11.2006 - 04:36h
05.11.2006 - 04:36h
ÍNTIMA APARÊNCIA
No campo lindo das cores inocentes, envolvo-me na árvore das palavras, naufragando no mundo rasgado, enquanto observas o espelho que se quebra aos poucos. As minhas pupilas dilatam, entre olhares que me fixam! Nesta posição fica o disperso pensamento que se liberta das cadeias da sombra, das vozes estranhas dos prisioneiros que namoram. Dou-te um toque e rasga-se o bosque que se afundara nas tuas palavras, na valência do mistério que se veste de algodão, na região superior da existência. É inexprimível o nome das tuas entranhas, a delicia das alegorias, com que tomas a decisão sem conceito. A tua procura foi lançada no fenómeno dos demais por um irrompimento sem interrogações, sustentado no assentimento do silêncio. A tua expressão expande-se na voz polissémica que as suposições lançam, irrompendo o cântico do semiesférico escuro. Isso, onde a tua loucura de fingir é um deserto espinhoso, abrigado da voz fugidia e dos murmúrio sem retorno. Sem que entenda essa posição, sou possibilidade, aparência que adquire rosto, libertando-se do impróprio! Dou-me conta da angústia porque a sinto no peito enquanto corre o Douro na sua mansidão e o seu dorso é a minha alma, as ideias, os aguilhões da promessa que transformam a realidade em alcance imediato… eu. A geometria da minha alma ocupa uma posição, devora-se num lampejo pela floração. Nesta noite acesa os maxilares movimentam-se, enquanto a viagem decorre e o reservatório do sorriso classifica a tua estupidez.Tomo-me no percurso que hoje me fez crescer, no poema que se deve bastar, por te focar em tão grandes limites! Quaisquer qualificações são fugas, acto de paralisação, avesso ao cultivo do entendimento. Não lamento que te tenhas afastado, pelo contrário, constatei que a tua posição tinha sido um erro da minha afeição.A criação fantástica é um mundo habitável, transbordante de torrencial face ao acto de pensar. Fico no silêncio das águas do pensamento, na dialéctica do contacto íntimo da separação. É dolorosa a nostalgia, mas real a existência, o conceito volatilizado do ser que adormece… na inocência do solo frio.
Coimbra, 06 de Novembro de 2006 - 20:10h
Coimbra, 06 de Novembro de 2006 - 20:10h
OUTROS OBJECTIVOS
Não sei se sabes quem sou, dizes coisas sem nexo e raras são as vezes que estás comigo! Tudo me parece distante perante a tua frieza. Distância apenas é o teu presente… compreendo que todo o ódio tem um motivo forte. Não me preocupa o que possa acontecer, considero normal, uma vez que é consequência… os antecedentes possuem a sua linguagem. Não mereces o meu respeito, muito menos a confiança das experiências da vida. Contigo apenas existe um peso que carrega fortemente! Nada do que é teu me é credível… contigo tudo me parece mais triste e as aves fogem. Todos entram… tu saíste! Contigo apenas recebo o presente da insegurança, melhor será não te olhar mais e esquecer-te para todo o sempre. Nunca o amor em ti foi a verdade, apenas a mentira e a estupidez, por fim a rejeição. Nada de especial se passa entre nós, apenas discórdia. O mundo junto de ti parece-me negro… pouco mais saberás de mim, apenas criei outros objectivos, deixei de me preocupar com o que não tem mais sentido… embacias e deformas a realidade.
Espinho, 06 de Novembro de 2006 - 21:29h
Espinho, 06 de Novembro de 2006 - 21:29h
MOMENTOS DA TERÇA-FEIRA
Na caravela que passa,
No momento que definha
Vai ela com a graça...
Na rua sozinha.
Carruagem a correr
Que me transporta assim
Veloz, sem dizer
Porque corre assim.
Olhando a paisagemDeixo-me
levar...Entender a miragem
Neste circular.
Escrever um poema...
Do meu ser nu!
Seja ele o tema
Ainda que dilema
Mostrar o cu...
Cordilheira do agreste,
Vulcão do interior...
Montanha rupestre
Sorriso do amor.
Glória sem remédio,
Elevador do arrepio...
Feito para aquele prédio
De silêncio que sentiu.
Dilacera o sentimento...
Sem lógica encontrar!
Corrói o pensamento
Não deixa pensar...
O ódio que sustento.
Pedaços de nuvem...
Atravessam o caminho
As minhas propriedades
Rasgam o meu ser
Cobrem o meu corpo
Bebem o meu leite
Enquanto adormecer.
07.11.2006 - 06:19h
No momento que definha
Vai ela com a graça...
Na rua sozinha.
Carruagem a correr
Que me transporta assim
Veloz, sem dizer
Porque corre assim.
Olhando a paisagemDeixo-me
levar...Entender a miragem
Neste circular.
Escrever um poema...
Do meu ser nu!
Seja ele o tema
Ainda que dilema
Mostrar o cu...
Cordilheira do agreste,
Vulcão do interior...
Montanha rupestre
Sorriso do amor.
Glória sem remédio,
Elevador do arrepio...
Feito para aquele prédio
De silêncio que sentiu.
Dilacera o sentimento...
Sem lógica encontrar!
Corrói o pensamento
Não deixa pensar...
O ódio que sustento.
Pedaços de nuvem...
Atravessam o caminho
As minhas propriedades
Rasgam o meu ser
Cobrem o meu corpo
Bebem o meu leite
Enquanto adormecer.
07.11.2006 - 06:19h
ENTRE AS CORES SO SILÊNCIO
Tomado da cor sem cor e no silêncio das tuas palavras, lavro este querer numa convicção, ainda que seja nada, é tudo para mim. Tento dizer-te algo e esse algo não chega lá, mas ao menos tento! Sempre tentei, desde o primeiro dia que te conheci… vi em ti o que não vi em mais ninguém. Fico por aqui, escrevendo os quadros do meu sentir, as fotos escritas que a palavra permite, numa permissão apenas redutora, face ao que sinto. São as palavras todas as tintas que uso para te pincelar, nestes momentos, os únicos da minha vida, ante situações de alegria e de tristeza. Sinto muito essa atitude que mata todas as minhas ilusões, sinto algo que falta perante a tutela de todas as palavras. És o contrário da música do amor, do rio que corre, da força que une. És apenas isso que tanto amo, isso que para mim é o único sentido, porque todos os outros foram lançados fora, para lá do tempo!Contigo tudo é mais belo, existe a superação da morte… e o meu coração já guardou a tua identidade, arquivou-a. A minha vida alterou-se desde o momento que te conheci, acredita… ainda que ausente, passaste a ser a presença mais linda no meu ser e por ti todo este espaço passou a ter vida. Guardo-te com o maior carinho do mundo, ante as palavras sofridas e as lágrimas esquecidas.As tuas palavras silenciosas completam o meu ser, ultrapassam tudo o que se possa pensar, acendem o sentido da minha vida, o suficiente para dizer que és o verdadeiro aconchego da minha alma. És estranho, não é? Mas acredita que és a palavra aberta o lugar de todos os lugares onde escrevo a palavra amor, onde escrevo totalidade da vida, ainda que morra no dia que não sei. Recordo os teus toques, os teus abraços, o teu corpo encetando-me com bastante perícia, de carícias em porte de balança, num olhar negro recortado por tão belo sorriso… guardo a foto inigualável!Todo o mundo é lindo e segundo a segundo, descanso na harmonia, sorrindo. Cuido dos momentos da saudade, elevo-os para a eternidade e pincelo tudo o que fora belo, em teu nome, com as cores da verdade, aquela que somente nós conhecemos. Aquela, perfeita… entre as cores do silêncio que nos uniu para sempre e nem a morte separará, ainda que tudo seja contra. A perfeição está na palavra que se executa… desbloqueia a situação por favor e aceita o verdadeiro propósito da passagem por esta terra… não esqueças! Falei e a palavra desembrulha o silêncio, não ignores, escuta a música que a tua alma anseia ouvir e enche um pouco mais de harmonia todo o teu ser. Logo estaremos juntos, no mundo das palavras, ainda que mudas.
08.11.2006 – 20:44h
08.11.2006 – 20:44h
CARACTERES DA INCERTEZA
Uma flor, suspirando de flores, nas suas últimas cores, de doçura incitando um novo encarne, por colunas ruborizadas, encontro a doçura do lilás, misturando o perfume que trombeteia os lábios sossegados, da epiderme sem som... qual amante profissional que não se passeia na força do desejo pela incerteza. Neste calor de cumplicidade erguem-se campainhas floridas galopando horizontes cinzentos, luzindo no negrume do teu olhar depois da angústia s ter feito perdida.É gelado este delírio, gracioso o pudor dos dias ausentes, onde te encontro num gesto piedoso. Passeio-me no teu sentido, pelos prados e pelos bosques, a um encontro cristalino de alegre correria. É doce o sangue, a música dos jardins deliciosos, é profunda a entrega do mistério, este modo de tomar o momento que se sustenta. Vivo o mesmo sonho desde aquele dia, na verdadeira unidade das almas… sabes que é verdade!O infinito parece-me desesperado, move-se nos seus gigantes mistérios, a sua vida é total, encerra em si a profundeza da harmonia, o poder majestoso da recordação. Penso-te com insatisfação da beleza do sentimento, ao que a voz tende a aspirar, desde as achas para a justificação de estar aqui.Vives entre paradoxos e oráculos da moda a uma bondade instintiva que não serve para nada. Vives nessa graça de mistério sem encanto, ainda que amável, sem amor. Embebedas-te pela ambição, deixas a flor e sonhas no seio do tempo doente! Passo por aqui uns brevíssimos instantes e desiludo a imortalidade consciente, a um outro arremesso de circunstância, onde evocas beijos sem boca. Força impressionante! Deito-me no equinócio da fraqueza e penso-te ainda que em breve confundir na noite sem nome. Deixo-me perder neste mundo perdido, apenas embaciado do toque sem estação… rumo ao esquecimento absoluto! Encontramo-nos lá, tomados da imutável posição, num abraço de noite sem murmúrio. É tangível o redireccionamento a que me submetes, enquanto não chega o derradeiro olhar. Ansioso, falo dos frágeis encantos, daquilo que passa, daquilo que fica inócuo e da verdade que continua a brilhar. Falo-te da beleza mais real… feliz ou nervoso sustento a eterna memória das situações que um dia nos uniram. Foi tão agradável o seu início, ainda que as tuas relíquias se tornem insensíveis. Ejaculei sonhos de princípios mais altos, estes que te deixo nos meus caracteres ao vasto silêncio da memória que se refaz na noite. Imensidade de indiferença, esta que se dissipa depois da fuga ao encontro do próprio desejo. Toda a resistência sucumbe entre destroços irreconhecíveis e o vento distribui a incerteza desta permanência.
10.11.2006 - 18:41h
10.11.2006 - 18:41h
PALAVRAS NUNCA ESCRITAS
Na casa do pó bebi a tua sede, no arremesso das palavras bravas onde a partilha se fechou na contrariedade ao lado das avelaneiras floridas, por gestos que o amor não diz, mas que fixa no interior. A música do meu ser concebe um outro rumo, entre as colinas do desamor… a uma maior exigência de silêncio. Neste silêncio tomo a minha perdição poisado na cinza da paciência, às farpas que o horizonte rasga. Sentado, aqui, neste espaço da biblioteca, desnuda-se a minha alma, e nas searas do meu pensamento desmonto as imagens surpreendentes… envolvo-me nos rumores, ainda que tomado pela mágoa e pelo desalento, abro o escuro dos reinos do silêncio… apenas as neblinas envolvem a cidade e a memória que sustento deixa de existir, apenas ritmos, sintaxes de vento que fervem, consumindo o meu retrato! Nesta aspereza de vocábulos reflecte-se no meu olhar a tua profundidade seguida de um sorriso memorial… foi esse fulgor de morfina fria que tudo alterou, elevou a catedral da minha memória esboçando a pintura da eternidade.Uma esfera quase imperceptível toma a rotação da minha insónia, este minucioso hábito que cristaliza a chama do candeeiro, onde leio as tuas palavras, cada uma mais brilhante do que a outra. Ainda sinto o ofuscar da palavra, os reagentes que queimam o sistema, este formato que se auto-executa sempre que o pensamento chega até ti. O primeiro sol anuncia-me um outro espírito, dissolve-me no rumor do posfácio entre os equilíbrios e os perigos evidentes! Fizeste-me pensar de modo diferente, pelas tuas vibrações, levaste-me por campos lilases e ergueste no meu peito um novo sótão. Guardo-te no incêndio do sentimento, entre arbustos pintados, ao segredo de uma pirâmide que se constrói, como se nada mais existisse além dos olhos do gigante. Sobe algo ilegível às palavras nunca escritas, algumas excedem a solidão desfeita, são maternas e oxidam o olhar negro.Cidades mortas bebem a miséria dos teus braços, num rio sem lágrimas, enquanto a verdade veste a missa branca, alargando o fundo do mar com os sussurros espelhados. Nos flancos da memória concebo o crepúsculo das metades, numa vírgula sonâmbula, soletrada por sorrisos maníacos a um túnel de angústia! Este é o trânsito mortal da entrega da razão absurda de ser, aventura lancinante, a um sabor oculto, dividido entre os búzios do mar e a espessura da noite. A tua existência funde os meus pulsos e todo o meu sangue torna-se em página ao vento, a página que vai sendo escrita dia-a-dia, por palavras gloriosas de uma íntima distância.
14.11.2006 – 11:35h
14.11.2006 – 11:35h
PALAVRAS DE SERVIDÃO
No tempo ofuscado pela palavra, entre palavras, teimo em ir mais longe do que todos os propósitos por mim conhecidos. Rompo a manhã com os lábios ardentes, embutido pela saudade e preparo-me para o dia de amanhã que me chama, provavelmente bem diferente e como marca na minha vida, a vida de entendimento e metáforas. Ergo-me com a saudade no peito, visto a outra roupa e apenas na imortalidade da distância coloco uma flor, encetando a perenidade da nossa relação, ultrapassando as pegadas que os primeiros animais houveram pisado. Apenas palavras de servidão… escuto uma música e a que escuto ainda não é a certa.Não é necessário invocar motivos ou preocupar-me com o quer que seja, quando tudo isso não serve para nada e o tempo já arrumou os assuntos, ainda que os mesmo se difundam em frases de maior extensão. Releio Virgílio Ferreira, faço-me passear pelas suas obras ímpares e invoco a palavra imortal. Um dia saberás…Não sei porque continuo a insistir naquilo que não tem significado, porque procuro completar-me com o que não completa, com o que está ultrapassado! É ridículo por vezes esta minha atitude, como se pudesse mudar o que não quer mudar. Tempo perdido, azedume a mais. Nada melhor do que a paz sem nome, o extraordinário do irrompimento… sim, nada melhor do que isso. Hoje e neste momento penso, bastante mesmo, penso nisto tudo que por aqui anda e necessito ir por outro caminho, devastando outras flores, ainda que silvestres, ainda que em momentos condensados, por uma transfiguração acentuada de sonho. Foz monossilábica do pensamento… Tentei fazer o meu melhor, sim, tentei, não nego isso. Confesso que pouco resultou e do que fiz, nada me arrependo. Entendo que o fósforo pode incendiar o mundo inteiro, tornando a realidade que está dada numa outra, ainda que em reservatório de mitos, ainda que com um nó na garganta a esmagar-me ou outra entidade que se junte à minha beira.Amanhã é outro dia… creio que a eternidade vive na minha alma ainda que da mesma se diga muito pouco, isso que seja credível. Onde mora a credibilidade? Onde? E a imortalidade? Diz… conta-me se fores capaz, se ainda a vida te sustentar!Releio algumas palavras por campos dispersos, em atalhos sinuosos, trilhos do ridículo e da servidão enquanto a chuva cai e as nuvens desenham imagens de saudade.
18.11.2006 – 10:17h
18.11.2006 – 10:17h
DIA ESPECIAL VERSUS FACTUS IN GLORIAN
Hoje um dia bem diferente, muita agitação enquanto lá fora chove. Ainda não fui jantar, apenas lanchei. É dia de aniversário... algum movimento por ai. Ganhei 100 pontos na Galp, nada mau. Mas noto que falta algo, algo que não posso ter aqui comigo. Sim, tu sabes que é verdade. De qualquer modo, aconteceram coisas boas, belas mesmo. Encontrei amigos, estive com o C. conversámos e falámos do emprego, uma vez que ambos fazemos o mesmo por gosto, temos a mesma profissão. Muitas coisas...! Sabe bem trabalhar por gosto, por prazer, pelo menos eu faço-o, nem todos podem dizer isso. Um dia de movimento, de inspiração. Almocei fora, e aquela frigideira estava saborosa, uma delícia mesmo. Andei a passear, deambulando e registando momentos enquanto o telemóvel não parava de tocar e as mensagens somavam-se. Fantástico... os meus amigos lembraram-se de mim e deram-me os parabéns. Estou tão feliz! Hoje tem sido um dia especial e o F. tem me dito palavras exemplares, lindas, mesmo do fundo do coração, parece que nunca ninguém falou assim. Amanhã é o aniversário dele, vamo-nos encontrar. Somos dois escorpiões e temos tanto em comum, parece que até nos conhecemos desde todo o tempo. A sua voz é bela, toca as artérias do céu. Fico sem palavras! A conversa que tivemos hoje foi bem profunda, fazendo despertar a consciência para traduzir a realidade, sim, mas a válida.Fizeste-me acordar do tempo parado, deitaste no meu ser um pouco de esperança, uma pitada de alegria e as cores ficaram mais doces. Tudo está mais belo... hoje sou bebezinho e preciso de colo, preciso de estar junto de ti, dos teus afagos, dos teus mimos.Sou assim como vês, sou o que sou! Para ti vou sendo o que não serei para outra pessoa, nesta maneira de ser, simples, traço a plenitude da nossa felicidade e dou-te os meus parabéns por me teres encontrado, perdido numa vã esperança. Um bom aniversário para ti amanhã, sim daqui a mais algumas horas... depois vamos os dois comemorar. Tão fixe! Abraços e beijos com a minha dedicação e todos os caracteres. Do teu bombomzinho
19.11.2006 - 20:06h
19.11.2006 - 20:06h
COMEMORAR EM TEMPO DE DETERMINAÇÃO
"Ninguém nasce forte, torna-se forte. É pela persistência nos seus objectivos e sacrifícios repetidos que se consegue um coração generoso e uma grande determinação" - Ponlevoy
Dedico hoje esta citação para ti e algo mais. Hoje sim, porque é um dia especial, dia do teu aniversário. Das conversas que tivemos, verifico que estás em crescimento, todo o teu ser padece de alguma falta de determinação, claro, não nasceste forte, vais adquirindo essa fortaleza com o passar do tempo. Insisti para contigo, e por vezes vacilavas, apenas te quis confrontar com a realidade, com os factos. Essa cabeça deve ficar bem resolvida, saber dizer não e sim, sempre que necessário... não são as falas mansas que controlam, mas sim a postura, a determinação. Isso sim, é isso que conta. Logo falamos, conversamos pessoalmente se tudo correr bem e o tempo o permitir, caso contrário, apenas terei de admitir que as circunstâncias são mesmo estas. Não outras.Vejo que tens um coração cheio de sentimentos lindos, essências da mais alta valia, essas que aprecio muito. A determinação vem a seguir... só ganhas com essa nova atitude. Estarei do teu lado para te dar força, objectividade e clarificação em algumas situações. Entendo que nem sempre é fácil contornar o que nos rodeia. Hoje, por aqui tudo em paz, nas calmas e sustento um sentimento lindo, aconhegado nos lençóis do tempo e nas dobras íntimas da memória, onde já te aconcheguei. Boa conversa logo é o que se quer... um dia destes vamos dar uma volta por terras, provar dos belos pratos regionais e fotografar terras, cheias de determinismo e força vital. Bem, só te quero desejar um feliz aniversário, que o dia de hoje possa ser especial para ti e nada de stressar, nada mesmo... farei o que me estiver ao alcance, será esta a voz da amizade.Até logo então, acaso não tenhas mudado de ideias... Por vezes as pessoas mudam de ideias, mesmo que as situações pareçam bem. Será? Duvido... Fica bem, abraços e alguns presentes que possam comungar o entendimento.
20.11.2006 - 11:50h
Dedico hoje esta citação para ti e algo mais. Hoje sim, porque é um dia especial, dia do teu aniversário. Das conversas que tivemos, verifico que estás em crescimento, todo o teu ser padece de alguma falta de determinação, claro, não nasceste forte, vais adquirindo essa fortaleza com o passar do tempo. Insisti para contigo, e por vezes vacilavas, apenas te quis confrontar com a realidade, com os factos. Essa cabeça deve ficar bem resolvida, saber dizer não e sim, sempre que necessário... não são as falas mansas que controlam, mas sim a postura, a determinação. Isso sim, é isso que conta. Logo falamos, conversamos pessoalmente se tudo correr bem e o tempo o permitir, caso contrário, apenas terei de admitir que as circunstâncias são mesmo estas. Não outras.Vejo que tens um coração cheio de sentimentos lindos, essências da mais alta valia, essas que aprecio muito. A determinação vem a seguir... só ganhas com essa nova atitude. Estarei do teu lado para te dar força, objectividade e clarificação em algumas situações. Entendo que nem sempre é fácil contornar o que nos rodeia. Hoje, por aqui tudo em paz, nas calmas e sustento um sentimento lindo, aconhegado nos lençóis do tempo e nas dobras íntimas da memória, onde já te aconcheguei. Boa conversa logo é o que se quer... um dia destes vamos dar uma volta por terras, provar dos belos pratos regionais e fotografar terras, cheias de determinismo e força vital. Bem, só te quero desejar um feliz aniversário, que o dia de hoje possa ser especial para ti e nada de stressar, nada mesmo... farei o que me estiver ao alcance, será esta a voz da amizade.Até logo então, acaso não tenhas mudado de ideias... Por vezes as pessoas mudam de ideias, mesmo que as situações pareçam bem. Será? Duvido... Fica bem, abraços e alguns presentes que possam comungar o entendimento.
20.11.2006 - 11:50h
ACERCA DO QUE ESTÁ DISPONÍVEL
Do que está disponível se pode dizer algo, do que se tem acesso, o resto é como se não existisse, do seu estar ou não estar nada se diz. O que conta é mesmo o que se vive e não o que se está por viver e a expectativa para nada serve, pode nem possuir lugar. Entendo que algumas pessoas gostam de deixar de existir, pois que o façam... nem sequer pensam por si, mas sujeitam-se ao pensar dos outros e reagem em função disso, como de descriminações ou provocações. Olho ao sentido das provocações que em outro tempo me complicavam o sistema nervoso e hoje, não me afectam, passo ao lado e deixo-me rir perante tais situações caricatas. Afinal, o tempo permite evoluir. Muda-se, alteram-se os sentidos, ainda que algumas pessoas não queiram colaborar ou tendam a fazer birras e andar em jogos de escondidas, com os seus infantilismos inerentes. Engraçado como o comportamento humano procede. Este processo projectado e inacabado de que todos somos interessa cada vez mais para poder compreender o que não tem compreensão. Interessante!Só leio os textos de quem permite visualizar e não do que não está, desses, nada conta, é como se não existisse. Que valor posso atribuir ao que não existe? Nada posso dizer… é bom que te escondas e sejas o próprio silêncio, disso apenas resta o nada, do que não emito algo. É belo aquilo que vou descobrindo, isso que é meritório, que é desejável e que se apresenta.Nesta silhueta da maçã postada pousam os meus ombros, na nudez do fogo que morre, o desejo que me faz beijar e as histórias que se contam, surgem do fim do mundo, do piso mais elevado e encerram uma folha branca sem história.Nas linhas pautadas deixo-te uma mensagem, lanço-as na simetria das cortinas, enquanto respiras o meu perfume, a ímpia situação das bagas nos meus mamilo, neste fundo azul, fazendo germinar a lembrança.Debaixo da imagem do céu ergue-se a última haste em flor, o segundo intolerável, porque a saudade tomou a língua de fogo devorando o néctar num lampejo, onde te acolhi desde os tempos passados. Nada mais li acerca dos teus movimentos da alma, nem a forma da publicação do poema, apenas encetei um romance de nostalgia eivado de serenidade, com sorrisos sossegados e silenciosos.
22.11.2006 – 14:07h
22.11.2006 – 14:07h
PROPÓSITO E SITUAÇÃO
Tomado nas ondas do pensamento, nas suas agitações envolvo-me na tua nudez, ainda que classifiques tudo de impróprio, no nome dos nomes sem pátria ou situação diferente que tome o meu coração. É profundo este sentir que se alarga nas costeiras, no estribilho da devolução e assim o envolvimento é mais consistente, sem dor nem ondulação. Digo-te que em dia de vendaval voltarás, na noite larga, desigual, sem medos nem sombra, apenas tomada pelo amor, o eterno, a pequenez dos desígnios, sem rosto e no rosto atento.Entendo agora, enquanto mergulhado no colapso do tempo, ante a fragilidade do corpo incompreensível. A grande história é a devolução do sentido, esta que fulmina o tempo e se agiganta pelas avenidas escritas do observatório.A firmeza é apenas um embrião do propósito, com algumas paragens de sombra, onde a febre arde, num anonimato indecente. Esta é a mediação das palavras oxidadas, o desespero do reino, tomado de lágrimas sem rosto. Muito além do azul a morte quebra todos os segredos, igualando o bem e o mal, pela mesma medida, ao cumprimento da eternidade adormecida.Neste percurso entornado de flores venenosas dedico-te um poema, para cobrir a tua ausência, a modéstia da palavra que ainda sobrevive, num suspiro crepuscular, inchado de nomes sem significado. Entendo o teu desejo, leve, meio atónito, pela levedura do intragável.Redesenho todo o meu desejo violando a angústia que me parece inchar, por palavras badaladas que noutro tempo possuíam maior significado.Acendo nos meus lábios uma nova métrica, entre o sorriso trágico e nostálgico e fico contigo dentro dos electrões que circundam nas órbitas do átomo! Vives dentro de mim, no poço profundo do espelho, com o sangue e a espuma, removendo a ruína que não tem mais tecto. Piedosas intenções, aquelas que escreves, tentando a libertação por ti almejada.Crise lamentável da forma, das engrenagens, talvez do afago, o último que te dei, que me deixou sossegar na impaciência.Deixo-te as ilusões vazias de medida, apenas com o sentido enxovalhadas, quase impossível de focagem, a um propósito situacional.
23.11.2006 – 17:40h
23.11.2006 – 17:40h
ATÉ AO PÓ DA ETERNIDADE…
A noite tem sempre das suas, melhor as pessoas fazem sempre das suas e quando pensamos que afinal o sentido é o sentido correcto, apenas o engano mostra a realidade. Ser ou não ser aborrecido, eis a questão! Tudo depende da forma como se pega a situação e faz a gestão da mesma. Não é que não tivesse percebido as coisas há bastante tempo, apenas guardei os bons sentimentos, os que não converti em ódio. Lembrei-me apenas de alguém que em tempos privei, nada mais do que isso e enviei a seguinte mensagem à cuja pessoa, o que passo a transcrever, com a resposta da mesma: “Mais um post que te dedico com a estima de sempre. Tem uma boa noite. Continua a escrever. Aprecio o teu trabalho. Recordo-te. (…)”. Passaram algumas horas a resposta surgiu no meu telemóvel e foi a seguinte: “Não sejas aborrecido. Que coisa.”, em seguida reajo respondendo: “Até parece que alguma vez te fiz algum mal para que fosse aborrecido. Se te fizesse mal ou fosse isso, acredita que era mesmo até à destruição. Não te desejo algum mal nem te quero desejar como alguém o diz. Os bons sentimentos são de louvar. Certo?”; a resposta a esta mensagem escrita que enviei foi do modo seguinte modo: “Quando fazem sentido. Assim sendo cada um segue a sua vida em paz. Fica bem.”. Estas foram as palavras finais de encerramento! Deixei apenas o que entendi fazer circular… “Parece-me que os bons sentimentos fazem-me sempre sentido. Sentido não faz a ingratidão ou ver as pessoas apenas como objecto sexual de usar e jogar fora. A vida te ensinará no momento certo. P., tem uma boa noite e reflecte no valor que as pessoas possuem, as que te estimam. Fica bem. Até sempre.”. E foi assim, assunto encerrado. É para reflectir não é? Todas estas situações e outras fazem-me baralhar os sentimentos, revoltar-me, misturar o amor e o ódio, a raiva, a destruição até ao ponto de perder a noção da existência. Entendo determinados comportamentos que enchem as páginas dos jornais e abalam o mundo. Estas pequenas coisas quando não são feitas bem a gestão são como o fósforo, podem incendiar e destruir a casa toda! Se dou bem recebo ingratidão, se dou mal, ingratidão recebo! Então o que é melhor? O interior do humano não é uma coisa e ainda por cima se eu tivesse procedido alguma vez de modo incorrecto para com a pessoa, certamente tinha uma razão, mas assim, não encontro. Parece que tenho mesmo de proceder de um modo válido para que assim eu tenha a consciência que sou indesejável, mesmo aborrecido de verdade. Enfim… melhor a fazer é o desprezo total, nem sequer merece a mínima consideração de minha parte. Gente ingrata enoja-me… certamente não irei ser mais aborrecido, mas o mais aborrecido a vida logo te ensinará em seu devido tempo. Vai-te então para a tua vida e pincela o teu mundo, desejo-te o dobro de tudo o que me possas desejar e a mim nada me incomodará. Os caminhos serão outros e o encontro será na eternidade, no pó, no silêncio, mais dia menos dia. Até lá então…
24.11.2006 – 00:29h
24.11.2006 – 00:29h
NUM PEDAÇO DE TERRA
Qual canção sem nome depois do difuso
Silêncio que salta de orgulho e coragem!
Deixando-me pensando e confuso…
Depois dessas palavras… selvagem.
Palavras fugitivas, guarnecidas
Rezam formas perdidas
Cenários de impuras mentes
Baixos sentimentos em gentes
Certamente és tu o dejecto arrogante
O arredondado do próprio sentido
Vazio, nojento acidente embutido.
Esse sentido instala-me a guerra…
O gosto fugitivo que isto encerra
Entre a morte e a vida o flagelo!
Desculpa, ter de dizê-lo…
Tudo dorme num pedaço de terra.
24.11.2006 – 16:53h
Silêncio que salta de orgulho e coragem!
Deixando-me pensando e confuso…
Depois dessas palavras… selvagem.
Palavras fugitivas, guarnecidas
Rezam formas perdidas
Cenários de impuras mentes
Baixos sentimentos em gentes
Certamente és tu o dejecto arrogante
O arredondado do próprio sentido
Vazio, nojento acidente embutido.
Esse sentido instala-me a guerra…
O gosto fugitivo que isto encerra
Entre a morte e a vida o flagelo!
Desculpa, ter de dizê-lo…
Tudo dorme num pedaço de terra.
24.11.2006 – 16:53h
PERCURSOS DO INFORME
Trago nos braços a força de uma outra inquietação, enquanto tomo boleia nas palavras do outro dia, aquelas que ninguém entende, tomadas pelo novo propósito considerado. A justiça das palavras subtrai pessoas, desde a manhã até à plenitude da noite.A passagem inspira-me luta, entre números e fontes de humor, o lugar inalterável da identidade.Fecho os olhos e penso num outro propósito mais consistente e com duplo sentido. Recordo-te com alguma saudade, entendendo que o mais correcto, não soubeste preservar as verdadeiras palavras, acerca do que faz ou não faz sentido. Julguei-te diferente, confesso que me enganei. Isto acontece aos melhores; Gostas que não goste de ti, porque não gostas de mim, desse modo compreendo todas as tuas atitudes, elas são normais para esse teu perfil. Muitas pessoas são como tu, grande maioria e não passarão de uns infelizes! Entendo que ninguém pode gostar do que não gosta. Os modos de gostar são diferentes e poucos são os que gostam de alguém.Não me quero iludir mais com situações que não fazem sentido… o puro sentido é não ter sentido, neste caso, a situação em causa. Penso que finalmente entendi e não tenho mais paciência para jogos de palavras ou sentimentos para contigo… tudo é a mesma coisa! Prove-me alguém que não é o contrário. Divagações do nome, olhos que se fecham sem que a sensibilidade seja a força movente. O muro do emparedar mudou a minha visão… cansei de atitudes despropositadas, fiquei em paz. É bom, é muito bom quando as coisas ficam esclarecidas, certamente não te irei incomodar mais, tu para mim não existes mais, apenas e lentamente o tempo fará restauro da minha memória, dela serão eliminadas todas as entradas a teu respeito. O caminho continua…! A diferença das coisas está no modo como as percepcionamos e as interpretamos, requerendo em alguns momentos um ajuste. Amanhã vou sair com o R., vamos lanchar… hoje acordei com a sua chamada e as suas palavras foram reconfortantes; os verdadeiros amigos perpetua-os o tempo onde o diálogo clarifica. Isto é bom, muito bom. Somos dois num, ainda com alguma diferença, mas é esta beleza efémera que sustenta o sentido do bem querer. Muitas foram as barreiras ultrapassadas, as promessas das coisas diferentes. Aqui na invicta os sabores são outros e as palavras possuem um outro sentido de abrangência, com os seus finos olhos e as formas redondas do sentido. Formatos num retumbar profundo indo até à profundidade de mim mesmo. Tudo é tão imenso quando me dedico a alguém, mas depois tudo também acaba no seio da paz, sem mais palavras ou ajustamentos que se justifiquem. É importante saber seleccionar, especialmente as pessoas e nunca se deixar envolver pelas incorrectas ou esperar alguma coisa. Fecho os olhos… vou pelas artérias da invicta espalhando os meus caracteres, difusos.
25.11.2006 – 15:55h
25.11.2006 – 15:55h
ESTÁDIOS DE ALERTA
A intensidade das situações marcam o seu lugar, numa discreta satisfação que inunda a distância pelo amor que não tem nome ou se nome é pretendido, nunca preenche o que a realidade evidencia na sua totalidade.As palavras contagiam, rasgam as formas, esculpem promessas e intensificam decisões. Essa será a tua decisão! A tua decisão é a tua decisão, ainda que estúpida ou tomada do orgulho arcaico dos dias do envolvimento. É triste esse tipo caricato que tentas exibir, são riscos de uma tinta desagradável na minha cabeceira. É bastante complexa essa atitude, torna-se ilegível ao meu entendimento, uma vez que fica contornada por acidentes. Disto tudo dizes nomes para cairem sobre mim, dizes, proferes palavras e projectas o que não tem projecção. Escondes esse olhar no aparato das palavras e apesar das situações caricatas dessa postura, continuo a gostar de ti. Elementos sintácticos da relação sem relação, ainda que vazia de deslocações do interior... é a que é possível. Guardo nestas minhas folhas as anotações do fim-de-semana, com algumas palavras oblíquas, com um pedaço daquilo que ainda não exibi e nem sei se o vou fazer. Por vezes a escrita causa um grande estrondo, um calor intenso e a razão surpreende na sua forma invisível... abre túneis de emoções e atiça a guerra. O tempo separa as pessoas, umas sim outras não, pensando bem, são todas iguais ou a diferença é mínima. Cada qual tem dentro de si algo de que não se pode falar, é o lado invisível que nos permite escrever, pensar e dirigir a vida. É um facto, tens de admitir tudo isto… é neste percurso que se constrói toda a significação, sendo a palavra um guia, nos estádios de alerta. Estou alertado por essa postura para mim, sabendo que tudo o que tomara sobre ti, foi apenas o reino da inutilidade.
26.11.2006 – 13:06h
26.11.2006 – 13:06h
DELÍCIAS DO SONHO
Eleva-se o sonho, soltam-se todas as fronteiras e o meu ser dispersa-se nas asas do cosmos e a plenitude da minha emoção não tem mais entraves. Sou apenas sonho que se liberta em proporções inconcebíveis.Corre uma música quase perfeita perto de mim, enquanto tu pincelas o meu sorriso e adormeces nos meus braços, pela manhã que se seguiu à noite. Apenas tu presente e muito distante, mais distante do que todas as distâncias que ainda considero. Talvez não passe de considerações, de reformulações. Por vezes é necessário reformular aquilo que estava dado, jogar os olhos e alterar no seu bom sentido.O repouso é aconhegador e o desejo funde barreiras, estas, onde me delicio, guarnecendo a memória quebrada e todos os feitos que me conseguiste despertar, desde aquele dia, desde aquela hora. Nada mais belo do que esta mensagem, aquela que sempre guardei para ti. Esta que prevalecerá enquanto a harmonia nos sustentar no jardim do entendimento. Não sei se isso é possível, não sei nada absolutamente, apenas sei que essa forma de proceder para comigo não é a mais correcta e só com essa rudeza é que vais em frente. Sei que nada serve, nem a maneira como actuas, e muito menos o que eu para aqui digo. Este dizer não passa de um redobrado não sentido. Todos os sentidos se esgotam quando começas com essas formas de actuar. És assim, outra coisa não tenho... o que tenho é a situação dada. Esta. Sim, esta que eleva a situação.
28.11.2006 - 06:08h
28.11.2006 - 06:08h
terça-feira, 26 de junho de 2007
DESTITUIDO DE SITUAÇÃO
Pensei na carta que te desejara escrever, nos pormenores que poderiam sustentar a nossa realidade, como se alguma coisa ainda fosse possível depois de considerar o grande feito existente. As palavras nunca são de uma relação inteira e como tu dizes, eu sou aborrecido e o sentido da amizade também está fora de questão. Que coisa! Tu és assim, pouco ou nada poderei fazer e as versões podem suscitar diversas interpretações. É interessante conhecer pessoas, muitas parecem-me um obstáculo proibido, até mesmo de olhar; melhor será não olhar porque o olhar chama. O belo por vezes apresenta-se como uma chama de proibições que vai ardendo. O sentido habitual esbate-se no público, numa entrega estranha, difícil de focar os pormenores, quase impossível. Escondemo-nos em lugares no tempo, pelas mais diversas formas, às vezes numa arrogância tremenda. Confesso que cansei de algumas pessoas, pelas suas atitudes descabidas, pela petulância do seu ar no jogo do tempo que se executa pelo pensamento. Pensar por vezes faz mal! Não vivo para os impossíveis mas para o mundo da realidade, claro e transparente, funcional, com gente que está na minha onda. Não me ofereças o absurdo, ele está destituído de conteúdo, o centro da sua relação não é perceptível e aqui, o pensamento perde-se. A situação não fica de todo impensada, o caminho último é a questão, ainda que longínqua.Possuímos objectivos de vida diferentes, talvez iguais, só que radicalmente os questiono, excedendo-me dentro dos meus próprios limites. Evoco a possibilidade inteira, caracterizando uma tentativa de situação, ainda que os títulos não sejam entendidos e a verdade não pulse mais na emoção.As formas substantivadas absorvem-me, sustentam fontes mestras, promessas de grande vida a um jogo tão grande, tão enigmático! O apelo de um pensamento retém-me a tua imagem, desde aquele dia e toda a linguagem ontológica determina a minha posição, como o mais próximo do meu eu.Não me venhas com artifícios dialécticos, exigências ou excessos… escuta apenas a palavra produtiva e assume o fim sem ultrapassagem. Vai embora porque matei a tristeza e o ser desvelou-se no esquecimento dos propósitos. As interpretações a serem feias, foram conduzidas para o reino da filosofia, dissimulando o devir dessa relação, esgotando-se no declínio da possibilidade, sem que a decadência seja considerada. Eis a situação terminal, o fôlego da paz ao fim durável, nas metamorfoses da constelação.
29.11.2006 – 09:45h
29.11.2006 – 09:45h
ILUMINANDO CAMINHOS
Operações fugazes da razão, limites impostos por uma verdade aparente, tal como muitas situações onde a terra adquire um nome, aquele que ainda te parece estranho. Foste a única pessoa que me deste luta, que me fez pensar de modo diferente, não que fosses melhor ou pior, mas essa maneira de estar despertou-me a atenção, como o mais belo de todos os agrados que tomaram o sentido, ainda que não tenha sido do teu agrado, pela exigência que elevas ao fim último! Pareces-me a pessoa certa em todos os sentidos, pela palavra directa, pelo impacto que causaste sempre em mim, pelo desentupimento que me provocaste… bati na mesma tecla apesar dos caminhos percorridos, apesar do que tentaste dizer e disfarças sem nomes produzidos. Conseguiste ser um grande motivo na minha vida, iluminando caminhos sinuosos, levando-me a lógica e os seus apuramentos, com caracteres ainda por mim desconhecidos. Essa forma directa aguçou a minha forma de pensar, foste um modelo no meu percurso.Naquele dia fui repetitivo e sei que achaste isso de mim, uma vez que a tua capacidade de análise foi sempre muito directa, objectiva. Gosto imenso disso, outras palavras em contrário serão mentira. Os nossos mundos poderiam completar-se se os teus intentos repousassem no olhar, se a superioridade descesse à humildade e não viesses com tretas a aborrecer-me, evocando mesmo que sou aborrecido pelo simples facto de gostar de ti. Antes fosse o contrário e toda a realidade nem existia… agora fico no silêncio, para te fazer a vontade! Eis-me aqui no meu espaço por caminhos, em vias de outros atalhos para continuar a minha caminhada. Um dia destes não estarei mais por aqui, mas sim tornado outro onde até te poderás cruzar sem saber!Podias ter sido, ser… mas não! Sim, mas não… o teu egoísmo é devassador e os interesses passam a ser outros. Adoras dominar, usar as pessoas e jogar fora como se de lixo se tratasse. Vá… ri, continua a rir… mais uma gargalhada e coloca ao lado toda esta situação, como que se de um acidente se tratasse no teu percurso… Procede como entendas, mesmo entendendo não proceder, será esse o procedimento. Não aceitas as situações e aquilo que te dirijo, que digo, tomas isso como uma projecção, é essa uma excelente forma para te descartares, para fazeres valer a tua posição. Sempre o fizeste, como se fosses o maior do mundo… ninguém tem mais razão além de ti, todos os restantes possuem defeito, sendo o teu defeito não ter defeito, logo defeituoso pela perfeição excessiva! Pois! Sei como é… um dia falamos, não te esqueças disto.As coisas simples ficam à flor do desconcerto e a interpretação será a tua, o resto é uma posição desadequada, por operações fugazes da razão. Limites do momento e abertura para o desconhecido, a iluminar caminhos de novas promessas.
08.12.2006 – 10:50h
08.12.2006 – 10:50h
GRATO PELO VOSSO ACOLHIMENTO
Depois da viagem, mais outra viagem... agora até à minha cidade muito amada. O meu canto ficasempre alegre quando os meus passos tomam o seu peito, é algo sempre profundo, sempre total. Depois da viagem que fiz, pude reflectir profundamente sobre as pessoas que se relacionaram comigo, desde os amigos que considerei até aos que apareceram nas andanças.De regresso a novas aventuras e novos caminhos que se tornam mais belos, pelas gentes hospitaleiras deste Portugal, desde Tavira, Fuseta, Olhão, Faro, Lisboa, Vila Franca de Xira, Santarém, Coimbra, Porto, Guimarães e Braga. Momentos inesquecíveis na minha vida, entre outros que só ao tempo diz respeito.A minha cidade acolhe-me no seu berço, local onde me deito e deixo o meu abraço de veludo acariciar os cobertores, estendo um pouco mais, a todos os meus amigos e outros que visitei nos últimos tempos. Páginas e mais páginas, blogs e mais blogs, por aqui, por ali e tanto mais que para o qual não tenho palavras, para já. A todos o meu muito obrigado. Abraços e beijos. Bem hajam a todos os que me deram o seu apoio. Obrigado mil vezes.
09.12.2006 - 05:00h
09.12.2006 - 05:00h
CAMINHOS E PERCURSOS... SAUDADE
Caminhos e percursos, por aqui, por ali. Cheguei não faz muito tempo do Porto, depois da grande rota por algumas terras de Portugal. Fez-me bastante bem. Braga esperava-me de braços abertos, encetando uma nova recepção com um manjar de rei! O facto é que toda a família recebeu-me como nem poderia pensar. A saudade compõe a sua tarefa, tomando a noite e o dia. Como diria Paulo Bomfim "Sinto saudade de tudo aquilo que não verei". Quanto não resta que nunca vou ver? Quanto? Quantas palavras potenciadas sem potência num mundo por vezes que não se conhece? Quantas? Quantas saudades guardo daquele dia sem flor?Neste deleite morrem as horas, e uma tristeza alegre toma-me em seu seio. A emoção tece as horas, aquelas que passei no Algarve, depois em Évora, Beja, Lisboa, Vila Franca onde tive bastante tempo, Santarém, Coimbra e Porto. Agora na minha linda cidade de Braga, com os seus feitos, com tudo aquilo que se torna indizível, desde a varanda à lua vermelha que pincela os montes negros. Este é o espírito secreto aqui do Natal, tomado pelo sonho e pela saudade que se escreve num poema para ofertar a quem muito se gosta.Amizades nunca são demais, nunca mesmo. A vida é este constante adeus para um adeus muito maior, para um beijo delirante num minuto de perpétua saudade. A minha saudade é a tua despedida... não fosse a força da grande gota do amor, o grito da prece e nada faria mais sentido.
09.12.2006 - 04:15h
09.12.2006 - 04:15h
A MINHA ACOMODAÇÃO
Dia de inquietações, palavras remodeladas, outras fendidas, outras ainda esquecidas no tempo sem piedade. Visitas, escritos e tanto mais que nem posso precisar... emoções elevadas por meandros que nem poderei falar. Não posso falar dessas coisas, dessas situações, dessas pinturas que desmancham todo o meu viver. Vida sem vida, num traço quebrado sem semente. Toda a semente não passou mais a ser um sonho do acaso e da sugestão. Fomos apenas sugestões sem eficácia, mas tomadas pela bondade. Sonhos e ansiedades desmedidas num corolário de outros sabores, por artérias onde te desenho na imaginação. Esta é a minha acomodação, o meu aconhego sumptuoso, tomado pela profundidade.
29.12.2006 - 01:29h
29.12.2006 - 01:29h
POR OUTROS ATALHOS TAMBÉM
Quantas palavras por dizer, quantas saudades do indizível... e foste embora sem dizer nada, dizendo tudo e esse tudo não servou para nada. Continuaste assim, distante sem servir para nada. Penso, torno a pensar e procuro o momento certo para dizer aquilo que trago desde muito tempo no meu peito. Sim, desde bastante tempo e o tempo parece que corre de modo que nem consigo reflectir a tempo. Tempo sem tempo para o tempo que não tem tempo... tu e eu no desentendimento e na distância, não que eu tenha feito algo, mas sim, tu que desmanchaste tudo. Tens orgulho de ser assim, de fazer sofrer quem gosta de ti. Não posso fazer mais nada, esgotei os meus recursos. Resta-me procurar outros caminhos...
Porto - 03.01.2007 - 02:29h
Porto - 03.01.2007 - 02:29h
DEPOIS DE LER AS TUAS PALAVRAS ALI
Depois de bastantes palavras, de muitas situações, de tanto que não tenho explicação, encontrei-te por aquele sitio... continuas lá! Tocaste a minha alma, depois de ler as tuas palavras. Tocaste e senti aquilo que não consigo dizer-te, apenas sei que senti isso e as palavras não as sei precisar, mas senti e continuo a sentir. Ainda habitas em mim, um dia habitaste e ficaste para sempre apesar de dizeres que nada mais tem sentido. Não te esqueci, mas quero esquecer... sei que tudo contigo podia ser lindo. Sei sim... deixa-me ir embora.
07.01.2007 - 00:38h
07.01.2007 - 00:38h
REMODELAÇÕES DA RUA
Neste novo ano, depois de ter eliminado os caracteres difusos, pensei, repense e tentei repostar praticamente tudo, mantendo o mesmo rosto (idêntico). Agora, mundo dos dois caracteres, este é um espaço pessoal, feito com muito amor, e desde o primeiro momento mantém, o rosto, a força e o respectivo vigor, apesar de reformulado, sentido e chorado. Deixo aqui a minha saudação para todos os que deixaram comentários no meu cantinho, desejando que o ano novo possa trazer coisas maravilhosas, encantos e sabores que possam dar sentido à vida. Com todo o meu ser... derramo o meu sangue no mar das letras que aqui pincelo... e deixo em tudo o que escrevo uma mensagem para ti, uma mensagem oculta, ainda que digas que não tem sentido tudo isto ou até tentes rebaixar, influenciando até os outros. Todas as formas baixas serão por mim ignoradas... desta forma, vou pincelando as minhas telas, pela escrita, com palavras arrancadas ao interior, ao meu sangue, ainda que tenha outros espaços virtuais, onde escrevo todos os dias. A vida reserva-nos lugares profundos, passagens únicas e momentos lindos e degrau a degrau, passo a passo, como dizes, caminhando se faz o caminho, como pareceste dizer naquele dia. Neste espaço, ficam dois caracteres, tento atingir outros campos, a felicidade, pautada por instantes e pelo princípio da relação, do entendimento mútuo entre os mortais.A morte surgirá um dia destes... Deixo-te o meu abraço... deixo-te pedaços de mim e faço-me dar sem nada querer em troca! Apenas magoaste o meu ser por amor tão lindo sentir por ti, por seres a realidade da minha realidade, do que desejei. Sei como és... A verdade que tomo é a minha opinião, ainda que não concordes em nada, ou por mais que me possas ostrcisar, fica em aberto o que por aqui se passeia, independentemente da tua forma de pensar. Já percebi essa tua postura, inflexível, sem dar oportunidade, crítica e rigorosa, tipo ditadura. Nada serve essa dureza rude! Pensamos e meditamos sobre o verdadeiro sentido desta caminhada... nada mais resta!Um dia será tudo diferente e compreenderás algo que agora não te é permitido por estares a colocar constantemente essas pálas como os burros. Para estúpido nada te falta! Nada! Nesssa postura, triste postura então, vejo em ti uma pessoa, ainda que desejável, amo o teu outro lado, o outro lado de desinteresse total, sem utilidade e de cujas relações são um fracasso completo e continuarão a ser, ainda que morra no silêncio do vazio, com o péssimismo de que falaste naquele dia. Criticas, aceitas e a seguir desprezas... Não faz mal! Continua a viver a vida, a tua vida, com esse orgulho avassalador e inconstutivo... nada ganhas com isso certamente, nada mesmo.Essa frieza para comigo não será boa e esse outro lado do atlântico é apenas ilusão.O deus desapareceu por motivos que não passa pela cabeça de ninguém; se os precisasse, certamente nem conseguiria, faltavam alguns argumentos (milhares) para sustentar essa forma de infantilismo, maneira acriançada de responder às situações... Que tristeza! Mesmo assim, continuo a lembrar-me de ti... porque o que te disse não foi mentira. Deixo aqui o meu abraço para sempre, com todos os meus fôlegos e ficam dois caracteres, depois dos caracteres difusos!Caminhando se faz o caminho e por outros atalhos certamente também se atinge o mesmo objectivo... matas o interesse ao interesse que houvera desabrochado, ficas com a morte da circunstância na tua alma! Naquele dia a minha viveu, depois de ter estado sepultada. São escolhas e o ano avança, claro, tu tinhas que ser diferente, para marcar a posição. Como este blog foi dedicado a ti, e como não guardo algum râncor, renovo-o porque é homenagem, desde aquele dia e como tu ninguém mais tocou o meu coração. São estes os meus votos para que tenhas uma boa estadia em outra terra de blogues. Boa sorte para o teu novo projecto... a verdadeira amizade tudo perdoa e não guarda ressentimentos. Por ti não guardo! Sabes como te vejo? Não tenho que ver nada... és livre de seguires o teu caminho, uma vez que a tua personalidade é assim. Estes são os meus caracteres, os dois caracteres implacáveis pela inefabilidade da sua posição.
Porto - 07.01.2007 - 02:40h
Porto - 07.01.2007 - 02:40h
DIALÉCTICA DA CUMPLICIDADE
Não venho para aqui com o intuito de te agradar, ou dizer-te algo que não saibas, não emprego a falsidade para mostrar outro rosto. Sou tal como estes dois pontos... dois caracteres. Intacto na minha presença, no contacto comigo, na sebe dos sonhos, no puro existir pincelo o tempo pela sua imobilidade e recupero o agora tornado absoluto da duração.A intimidade destes dois caracteres ficou enternecida durante a ígnea iluminação soprando às profundidades das memórias, desde a última em que os nossos corpos se misturaram.O ponto de partida desenhou a dignidade de ser mais leve, pela cumplicidade que o corpo permite no lado intrínseco das coisas. Sabes que é verdade o que naquele dia frizei, o absoluto tornou-se a categoria do desejo ainda que o sentido se houvesse perdido. Perdeu-se porque tu o perdeste, simplesmente foi isso, nada mais.O desespero da realidade adiantou-se diante de mim, vibrou a totalidade do presente num foco luminoso, onde te guardo, desde todos os nomes que houveras escrito, mesmo os que nunca mais foram usados. O mundo do irredutível ilumina-me a ausência e presenteia a minha essência pela representação do olhar em outros lugares, talvez mais distantes mas reais. Vive-se de realidades e nunca de meras hipóteses, essas que diminuem e matam a vida na sua plenitude. O presente é uma realidade que em segundos tona-se ausente e a ilusão sustenta um continuo presente, mas que não sustenta a fasquia da duração do acontecimento. Entendo que tudo o que aconteceu entre nós, faz parte de um passado, o que resta é ir vivendo pelo mundo do aqui e agora. Só os pormenores podem determinar a caminhada... mais à frente encontramo-nos! Os formatos são múltiplos da dialéctiva da objectividade, sendo isso que intereressa.
Porto - 07.01.2007 - 03:15h
Porto - 07.01.2007 - 03:15h
REMINISCÊNCIAS E ENTREGA
Sensações que hoje somei ao que não pensara somar, depois de alguns sonhos concretizados e da noite ter sido noite plena. Observei as formas, senti o envolvimento, senti a distância e a presença e não deixei de falar de tudo aquilo que em outros tempos nos houvera unido, ainda que por pouco tempo, o tempo da possibilidade, tornada floco de neve, sem neve mas com toda a dedicação possível. O tempo do possível foi feito por nós naqueles dias, os dias da grande festa, das grandes escritas e de tudo que nos houvera feito desejo mais elevado.A grande sensação foi a entrega, a leveza com que tudo se tornou mais belo, à gande caminhada que nunca houvera dado, ante os seres que a natureza disponibilizou. Nada rejeito, nada reclamo... todas as reclamações serão vazias de conteúdo e o conteúdo será aquilo que ainda permanece dentro de mim e permanecerá enquanto a vida permitir. Sei que é assim e nunca poderá ser de outra forma; esta é a forma possível, a maneira do encontro, ainda que fora de todos os padrões. Não os poderás precisar, apenas a memória consevará as reminiscências e as entregas.
Porto - 08.01.2007 - 22:20h
Porto - 08.01.2007 - 22:20h
SÚPLICAS DO INTERIOR
Deixa-me escrever uma palavra nesse sentido perdido, precisar-te o momento, fora do sentimento, ainda que do intento daquele rosto em acolhido, eu sinta o que me foi proibido. Pincelando a vontade distraída, no desejo sem nome, enceto o canto da expectativa, o acolhimento sem ninguém no muro dos recados, alguns trocados, sem que exista significado, por aqui, por ali… em tanto lado. No triunfo desmedido, no seio da tristeza, deixo o meu adeus, sem mais vontade para lutar… vou talvez um dia ainda te possa encontrar. Tudo chega ao fim, o olhar moveu a longevidade, sem mais nada, perdido o princípio da amizade.Chora a minha alma, ainda que triste é a que tenho, ainda que toda esta dedicação, para mais nada sirva. Esta dor consome-me, leva-me ao fim, restando do grande dizer a imortalidade do sentido. Pouco te quero dizer, fiquei perdido, ante o amor e a morte, a delicadeza do desejo que se destruiu após a construção. Suplico-te, mas penso ser demasiado tarde, a morte guardou todo o encanto, no reino do desencanto. Procuro pelo sentido, lembrando a frase que ficou, agora morta e os adjectivos não possuem mais qualidade. Todos me dizem o mesmo e isso que todos me dizem acaba por ser repetitivo e não serve para nada. Para nada!Este choro é colossal, esta angústia toma conta da galeria emocional. Leio as tuas palavras, foram para mim as mais belas e as mais tristes, encheram o meu ser de um aborrecimento onde as minhas sensações tornaram mais próximo o impulso do teu nome. Triste, muito triste… perdi o teu endereço, senti que ficaste distante e confesso que como tu nada ocorreu assim tão forte, muito perto da morte. Apetecia-me estar contigo como em outros tempos estive, sentir a respiração e o nome do pecado, mas, infelizmente tudo ficou diferente, sendo doloroso todo este sentir.Gostei tanto de ter estado contigo, foi algo mais elevado da minha vida, sinceramente senti-me feliz, porque nada mais belo para mim do que a tua beleza, com a luz do eterno amor. É por ti que estou aqui… dou o meu ser por ti, digo-te isto antes de morrer. Sinto saudades de ti, apetece-me enviar-te uma mensagem, mas, não o faço para que não seja aborrecido. Fiquei magoado, ainda estou, fizeste isso de modo consciente… agora afastei-me, mas ainda penso em ti. Fiquei desinteressado de não ter interesse por ti! Desejo ver os teus olhos, mas correm-me as lágrimas do amor… faz tempo que não chorava!Porto de abrigo, este espaço com novo endereço, o formato da relação das palavras comigo e contigo, onde delibero numa multidão pejada de confusão. Momentos é o que se vai somando por cada episódio de sabor insatisfeito.
Porto, 10 de Janeiro de 2007 – 19:34h
Porto, 10 de Janeiro de 2007 – 19:34h
CAPÍTULOS DA VIDA
Não preciso que digas nada, já disseste quase tudo, já mostraste aquilo que um dia a minha intuição me houvera ditado... foste embora por atalhos secretos!... como tudo o que na vida se apresenta. Passa o tempo e como te entendo amigo, pelas tuas palavras, por essa forma de escrever. Penso que entendo quando não entendo nada... Esse escrito é um grito profundo da tua alma, dessa forma de estar e sentir! Profundo, belo, demasiadamente belo para que alguém tão rude e frio o mereça; pena que nem todos possam preenher tudo aquilo que cada qual precisa, ou que te entendam como tu aspiras. Estás apenas...Somente a vida, o manacial de experiências te ensinará a verdadeira realidade... Hoje fiquei triste, mas depois passará, como tudo. Sim, como tudo na vida e o que muito se quer, também se acaba por perder... as pessoas não deixarão de ser complicadas, contra isso nada há a fazer. Rendo-me! Não me parece existir remédio para tal natureza. Não te iludas em demasia, mas vive a realidade possível, porque o resto é uma pura ilusão e os anos passam depressa, um dia destes nada mais existe... apenas o nada! Os capítulos da vida são breves e o sofrimento não deixará de existir até ao último segundo, até àquele fôlego inóstipo. Hoje derramei lágrimas... amanhã será outro dia, apesar de tudo, nunca deixarei de desejar o bem mesmo a quem me colocou ou coloca de parte, mesmo que fique indiferente para comigo. Não importa, deixa... Mesmo que continue com essa postura e diga o que possa dizer... eu apenas fico no silêncio, olho as atitudes e lamento. Lamento algumas posturas de pessoas ditas inteligentes que acabam por ser muito rudes. Deixa-me soltar um sorriso e dar uma volta, deixa então. Tu entendes isso, tu és uma pessoa linda, com um interior lindo, muito lindo mesmo. Força e nada de vacilar... a vida continua com múltiplos propósitos.Deixo-te mais dois caracteres para os próximos capítulos da vida.
10.01.2007 - 23:30h
10.01.2007 - 23:30h
VOZES DO ORVALHO
Falo-te do amor da ilha, da clareira sagrada dos sentidos e do nome que se adivinha, entre as margens dos encantos cuidados.Ânsia tumular do grito que se escreve, enquanto o meu desejo fixa o simples olhar, entre um sorriso que inflama o invencível. Fico paralizado ante o sentimento desgostoso, no desejo inocente das desculpas que fustigam montanhas. Estivesse eu morto entre as flores, os escolhos da vontade pincelada, por lábios macios, tomados da saudade. Ainda guardo aquela chama que outrora tomara de ti, numa entrega sem momento. Entre rosas, violetas perdidas, lembro belos momentos que depositaste em mim, todos tão delicados, como que tudo aquilo apontasse um colossal fim.Não posso acreditar na mensagem que se perdeu, enquanto escolhi o teu amor que das deusas houvera esquecido na ilha. imortal e soberano foi a dedicação, cheia de astúcias, por desgostos sagrados desde a rua dos nomes à hora sem nome... passando pelos caracteres difusos e agora preconizado em apenas dois caracteres.
Póvoa de Varzim, 11 de Janeiro de 2007 - 16:26h
Escrito no café "A Cafetaria São Tiago"
Póvoa de Varzim, 11 de Janeiro de 2007 - 16:26h
Escrito no café "A Cafetaria São Tiago"
segunda-feira, 25 de junho de 2007
FALAR-TE DA SAUDADE E DO REMEDEIO
Venho falar-te da saudade! Sim, isso mesmo que estás a pensar… a saudade. Saudade? O que é a saudade? Saudade de quê? Dos amigos? Quais amigos? De mim, daquele, do outro e do outro? Que lhe fizeste? Porque os deixaste ir embora? Porque procedes assim?! Sabes algo deles? Como se encontram eles? Diz-me então? Diz-me baixinho, diz para que ninguém mais vá ouvir o que te estou a dizer... diz se fores capaz, mas diz mesmo e não fiques assim dentro de ti inventado o que não é.
Saudade, palavra que por vezes mata, essa maldita, essa pela qual tudo desfaz... Falas de amor! Mas qual amor? Diz-me, conta-me... sim, sabes, tenho um segredo para ti! Muito verdadeiro... pelo amor, podemos entender o outro e perdoá-lo! É verdade... não quero que fiques triste e se ficares, chora. Sim, chora porque também faz bem, mas lembra-te que muito do que se perde, foi realmente porque se contribuiu para que isso acontecesse. Não achas? Vá tem calma. Todos estão longe? Mas o que é o longe? E onde estão esses que tu por iniciativa colocas longe do acolhimento? Desprezas? Tomas isso como medida, como escudo, como a falsa protecção? Quantas vezes não te tentei dar uma palavra e tu... foste embora, nem disseste uma única para mim... simplesmente nada! E de quem é a culpa? Conta... vá diz lá! Nunca te incriminei! Então, não dizes? Sei que sentes saudade, sim, saudade dos dias bonitos, dos que por ventura olhavam para ti e lançavam-te um sorriso, esse esplendor, esse vigor das paisagens… tudo isso. Lembras? E agora? Como é? Calma! Ainda estás vivo... tem calma. Diz do que é e não do que não seja! Pensa um bocado... um bocadinho, e olha para quem está contigo, para quem te aceita, para quem te quer dar ainda uma oportunidade. Afinal, todos erramos, todos falhamos, todos sim. Consegues ouvir a minha mensagem, a minha voz? Melhor, consegues ler na profundidade e nas entrelinhas o que te quero dizer? Será? Não sei! Nunca te fiz mal algum... gostava de falar-te, olhar-te como sempre te olhei. Não lamento, compreendo, sei… mas, nas calmas deixa voltar de novo o sol. Estás receptivo aos novos olhares? Sim? Vá…estás à vontade, podes desabafar tudo, sim, disse tudo, sem rodeios, sem nada do que possa interferir na realidade, porque a maior realidade é ser-se o que se é e não o que os outros queiram que nós sejamos. Compreendo, tu és assim. Agora, poderei acrescentar... "triste saudade", a saudade que parece ter sido arrombada.
Grande Porto, 25 de Junho de 2007 - 04:39h
Saudade, palavra que por vezes mata, essa maldita, essa pela qual tudo desfaz... Falas de amor! Mas qual amor? Diz-me, conta-me... sim, sabes, tenho um segredo para ti! Muito verdadeiro... pelo amor, podemos entender o outro e perdoá-lo! É verdade... não quero que fiques triste e se ficares, chora. Sim, chora porque também faz bem, mas lembra-te que muito do que se perde, foi realmente porque se contribuiu para que isso acontecesse. Não achas? Vá tem calma. Todos estão longe? Mas o que é o longe? E onde estão esses que tu por iniciativa colocas longe do acolhimento? Desprezas? Tomas isso como medida, como escudo, como a falsa protecção? Quantas vezes não te tentei dar uma palavra e tu... foste embora, nem disseste uma única para mim... simplesmente nada! E de quem é a culpa? Conta... vá diz lá! Nunca te incriminei! Então, não dizes? Sei que sentes saudade, sim, saudade dos dias bonitos, dos que por ventura olhavam para ti e lançavam-te um sorriso, esse esplendor, esse vigor das paisagens… tudo isso. Lembras? E agora? Como é? Calma! Ainda estás vivo... tem calma. Diz do que é e não do que não seja! Pensa um bocado... um bocadinho, e olha para quem está contigo, para quem te aceita, para quem te quer dar ainda uma oportunidade. Afinal, todos erramos, todos falhamos, todos sim. Consegues ouvir a minha mensagem, a minha voz? Melhor, consegues ler na profundidade e nas entrelinhas o que te quero dizer? Será? Não sei! Nunca te fiz mal algum... gostava de falar-te, olhar-te como sempre te olhei. Não lamento, compreendo, sei… mas, nas calmas deixa voltar de novo o sol. Estás receptivo aos novos olhares? Sim? Vá…estás à vontade, podes desabafar tudo, sim, disse tudo, sem rodeios, sem nada do que possa interferir na realidade, porque a maior realidade é ser-se o que se é e não o que os outros queiram que nós sejamos. Compreendo, tu és assim. Agora, poderei acrescentar... "triste saudade", a saudade que parece ter sido arrombada.
Grande Porto, 25 de Junho de 2007 - 04:39h
FOCOS DA PERIFERIA
No espaço de ninguém, tomado pela realidade incompleta, encontro o sorriso perdido do teu desejo, entre os compromissos que limitam a liberdade, talvez as emoções da margem no canteiro da sensibilidade. A importância do caminho sustenta-se no acolhimento, na intensidade do adágio com que te preconizo, entre o equilíbrio e o grito. A gestão dos ditados expressam estatutos por propósitos que se esvaem na ilusão atabalhoada. O sentido das palavras dilata na profusão do elemento com que a vida de cada qual é tecida. Depois do silêncio leio-te, continuo a ler-te, quase todos os dias. Os valores onde te padronizei escrevem o fantástico de toda a relação, evocando a superioridade do desejo que está dentro. O teu ser no meu enforma a anatomia do espírito, solidifica a periferia do aceitamento, com ou sem regras, desde o estado natural... as normas deixam de ficar intactas e jamais são imutáveis, eu apenas procuro o foco do teu olhar.
11.01.2007 - 12:45h
11.01.2007 - 12:45h
MEMÓRIA SOSSEGADA
Sereno, no silêncio da madrugada ouvindo a inviolável melodia dos tempos que se perdem… enquanto não me enrosco na manhã, na poeira do pensamento, onde cada minuto pincela o eco da memória sossegada. Deixo as palavras e as letras na irmandade das frases, entre as franjas transparentes do novo sorriso, ante as multiplicidades que consegues fazer passar. Compreendo essa insatisfação, essa necessidade de iluminar a insegurança… compreendo o salto no escuro e o sonho que se abre, para tentares convencer o que não me convence. Sei que tens, tens isso mesmo que não tens.
28.01.2007 – 06:51h
28.01.2007 – 06:51h
INFORME PRINCÍPIO
Esta força sem limites dinamiza e sustenta todo o meu ser, apodera-se de algo que não sei precisar, escapa-me entre os dedos... entre as flores que a natureza me oferece, pincelando os flancos da memória tresmalhada. Informe este princípio que dilata o meu ser, que movimenta as ondas do pensamento, tecendo a escrita, palavra a palavra, no lugar quase incansável, contornado pelas palavras dos dias perdidos, por equívocos ou profecias sem som. Inúmeras moradas que se desvelam entre os segredos da contemplação. A minha alma dilatou ontem, depois da primeira promessa e das outras.
29.01.2007 - 22:46h
Porto - Escrito no Parque Nascente
29.01.2007 - 22:46h
Porto - Escrito no Parque Nascente
RISCOS E DINAMISMO
Formas, riscos de ondas que o pensar engendra por si, com o todo face às possibilidades do seu dinamismo. Nesta andança acabo por ficar distante e muito perto, na passividade do silêncio. Falas-me de veemência, alteras os trajectos, inventas uma chama e atribuis nomes. Sei como é, desde aquele dia percebi tudo, ainda que não conformado. Agora mais calmo, fico por aqui, pensando que tenho outros horizontes que me absorvem mais, são os meus estados de espírito compulsivos e sem a tresloucação a que me fazias chegar. Repito que foste de todas as pessoas que conheci a única que mais mexeu comigo apesar de no primeiro momento ter-te achado uma pessoa de aspecto horrível, indesejável... mas as voltas da vida deixam de ser o que eram a olhos nus. Em tudo o que escreves encontro um pedaço do meu sentir, do que sinto, do que penso. São aquelas situações para as quais tudo o que possa dizer nada acrescenta, porque já fora tudo acrescentado. Vivo a minha vida, mas nunca deixarei a chama apagar, são riscos e dinamismo do vidro estilhaçado, guardado nos encantos da memória. A doçura do olhar guardou para sempre a tua imagem, ainda que recortada pela ausência... são os riscos do outro nome, ao silêncio da vastidão dos efeitos antagónicos.
30.01.2007
30.01.2007
MATRIZ ÍNTIMA
Neste ambiente de silêncio, sinto a força da razão que se esvai entre as palavras, os fenómenos da mente que na lentidão dos actos sofrem mutações, o móbil da linha dura, pela maneira da imagem reconduzida, o desejo do impreciso que se esvai, lentamente, entre as possibilidades fascinantes do silêncio.Os sons evocam uma mensagem, flores da linguagem exacerbada, tomada de títulos, no obstáculo insolúvel, este espectáculo de diferentes níveis, enquanto o príncipe do destino orienta a geografia da memória, recortando o cálice do sorriso.O que sobra de todo o meu caminho é o silêncio da fé, aquele que norteia as interjeições do movimento do ser ante o poema guarnecido pelos mitos da fronteira, reunindo todo o meu amor para o território mental.Bebo da totalidade libertadora o fuso da escrita elíptica, aquela que participa do espaço estrangeiro, abrasando a nossa ligação paradoxal.Neste eco de flancos tomados do turbilhão do sonho, bebo da memória o som esquecido, modelando o princípio que sustenta o dizer, o ser-dito, o último vocábulo, daquelas promessas que no silêncio genésico me oferecias… desenhaste desse modo, para mim, o sentido do silêncio no seu âmago, necessário às almofadas do esquecimento. A verdade empalidecerá na vaga memória, na alquimia da folha branca, onde o sentido cresce, por telas que fixam a surpresa jorrante da matriz íntima.
Braga, 03 de Fevereiro de 2007 – 15:43h
Braga, 03 de Fevereiro de 2007 – 15:43h
QUANDO FALAVAS PARA MIM
Lembro quando falavas para mim, os pormenores das situações, mas o tempo passou e tudo alterou. A vontade ficou distante e a estranheza ocupou a boa vontade, aquela que por si só não chega. Desde esse dia nunca mais entendi nada. Fiquei com um ar perdido! Apreensivo…Saíram dos pântanos sucos de amor em flor, ficando a chama a arder, na pobre dor que flameja sem que o entendimento seja possível. Não temo os deuses, as suas vontades não passam de teorias mortas e a imortalidade não tem qualquer lugar na existência.Neste fulgor e na sede de infinito, vivo a plenitude dos paroxismos, o sonho esbatido, de um nome incompleto, atormentado pela ansiedade de presença, aquela que não se tem uma vez que tudo evoca um movimento constante, não tivesse falado naquele tempo Heraclito e outros que a mesma ideia perfilharam.A razão mostra tudo isto, ela orienta e desorienta, coloca em movimento os processos naturais. As filosofias são feitas à medida de cada um, por conta do tempo de vivência, pelas circunstâncias e o que possa ser dito, nada mais é do que todos já sabem… quando falavas para mim, desde as conversas de café, ao clube dos filósofos do silêncio.Onde estão os frequentadores do jardim de Epicuro? Nesse tempo existiam tantas angústias e agora não deixam de existir, só que os motivos são outros, a sede é outra e os átomos do coração flúem pela corrente sanguínea. Procura-se o importante enquanto a vida o permitir.
Porto, 04 de Fevereiro de 2007 – 15:53h
Porto, 04 de Fevereiro de 2007 – 15:53h
O TESOURO DOS TESOUROS
As tuas palavras recortadas pelo impasse da curiosidade, talvez da presença, com os teus juízos de valor, à tua medida, são as tuas palavras, é o que tu pensas, o que sentes nesse peito, nesse corpo, nessa forma de ser, de estar. E desse modo humilhas-me! Não me importo, sim, não me importo, porque não te consigo ganhar sentimentos maus. Naquele dia disse que acontecesse o que acontecesse, nunca te iria esquecer, fiquei por detrás da vidraça, no relvado irregular, escutando os teus rumores.Nestes dias últimos tenho pensado imenso em ti, apesar de nunca mais te ter visto, pois que seja obsessão, como dizes. É a minha… deixa! Pincelo com as palavras os quadros do meu interior, guardo na memória aquela tela, feita com amor, com carinho, tal como o primeiro abraço que te dei, tal como tudo o que para ti fui, desde o primeiro olhar.Como as coisas são… quando te conheci, achei-te horrível, sim, sem que tivesse nada a ver comigo, mas, o tempo passou e as conversas acentuaram-se e passei a ver em ti o ser mais lindo do universo, tal como ainda hoje o vejo.Abro a janela e contemplo a tua foto, as inúmeras fotos… aquela flor ficou partida, foi nas ondas do pensamento, tal como o primeiro beijo que pareceu estranho e toda a vontade de dar o outro a seguir.Relação do estádio estético, paráfrase de situação existencial… enquanto leio a tua realidade, enquanto bebo dessa imaginação criadora de universo, lembrando do que de ti bebi, escrevo verso a verso o que daquele tempo senti. Simplesmente lindo, qual forma dramática em sinfonia ao luar.Ouço Haendel que compunha as suas obras para a glória de Deus, eu componho tudo isto para ti, porque não acredito em Deus! Tenho os meus sentimentos nostálgicos, ainda que por vezes me sinta perdido, à deriva da própria realidade, mas sei que as saudades são sonho e o sonho definha lentamente.Leio Werther, passo para Nietzsche, folheio uma página, mais outra e a realidade é uma expressão de toda uma derrocada de situações, onde se está para poder entender melhor. Custa-me entender o teu carácter, apesar dos teus insultos… e falas da neve branca enquanto mudo a lamparina do quarto azul. Apenas sinto o que não te posso dizer, porque o sentido para dizer esgotou, fizeste com que ele esgotasse e o critério deixou de ser a comunicabilidade imediata. Como diria Platão, “os verdadeiros filósofos são os que amam contemplar a verdade”, neste caso, tu és a minha verdade! Chamas-me de louco, de imbecil, de acidente na tua vida, de tudo o que de mais baixo pensas… até ao ponto de me aconselhares ao internamento num hospício. Neste caso digo-te, evocando Espinosa, que “a imaginação é algo vago pelo que a alma padece”, e isso dizes perfeitamente nos teus belos quadros.A confissão de último momento que tenho para ti, é que gosto de ti, como nunca gostei de nada na vida. Apenas sei que não gostas de mim e que sou indesejável, inconveniente e que me reprovas. Já diria Montaigne que “não são somente as febres, as bebidas e os grandes acidentes que turvam o nosso juízo; as menores coisas do mundo o abalam”. Guardo-te como o tesouro dos tesouros no instante do sentimento.
05.02.2007 – 23:26h
05.02.2007 – 23:26h
NO MEU EPITÁFIO
Talvez seja psicose aleatória... Pouco me importo do que possas escrever, do que possas dizer, pouco sentido fará para mim, quando o que pretendes dizer não passa de uma situação morta, ainda que me critiques com essa força que sempre tentas exibir, de modos diferentes, como superior a tudo e a todos, tudo isso não passará do teu sentir, esse que é o teu, mas que ainda estupidamente amo. Não estará escrito que eu deva ter amado mais um pouco, talvez apenas tenha errado o alvo a quem projectei amor, contudo não me arrependo ... e agora tenho à porta um poema, um enorme escrito na pedra mármore, fria e com flores azuis. Um epitáfio!Constróis barreiras, impedes alegrias e dissipas situações, muitas fazem parte de ti, outras evocam uma grande promessa que nunca se cumpre ou vai para o armário do tempo. Tudo leva o seu temp... Tentas confundir-me, tentas provocar-me e fazer o despiste, fazendo alusão a determinadas situações, mas o jogo é cada vez mais interessante, acredita. Não consigo parar de jogar, não consigo estar quieto. Absorve-me todos os dias, mesmo que digas que é obsessão.Não desafies as minhas qualidades, debruça-te sobre as tuas e pensa nas tecnologias de ponta, essas que te absorvem, além de outros prazeres. A mim também... sou assim, talvez abotoado na minha memória e nos epitáfios do tempo. Paciência... nos últimos tempos os caminhos são diferentes, renovaram-se sorrisos, surgiram novas pessoas e a tela da minha vida vai-se alterando. Ainda assim, estás lá!Os teus sonhos já não são memórias que alargavam o meu olhar, apenas repousam na tua maneira de sentir... um dia pincelaram o meu epitáfio, o meu espírito, de modo suave, esvanecendo a motivação. O som da memória sustenta o trilho desta entrega, profunda e verdadeira. No som dos passos escuto-te, escrevo-te um poema, coloco-o num blog, num céu semi-perfeito e guardo a tua substância que perdura nas vertentes de outra memória, aquela que as minhas hormonas respondem, na dialéctica do tempo. Eis o meu epitáfio, a vontade das vontades, perdida na tua perdição enquanto te enches de ar, para respirar um pouco mais. Um pouco mais e estarei contigo... não percas tempo, aguardo a tua mensagem, e o desfolhar do mais belo sorriso.
Porto, 06 de Fevereiro de 2007 – 13:02h
Porto, 06 de Fevereiro de 2007 – 13:02h
TU ÉS ASSIM MESMO
Guardas em ti a mais bela beleza de todas as belezas que o belo embelezou, o monumentos de todos os monumentos belos. Tudo o que posso classificar de mais elevado encontri em ti, ainda que sorrias por pensar assim. Sei que não podes entender tudo isto, e até me chamas de louco, nomes, muitos nomes, coisas que eu nem sei o que são, também não faço muita questão de saber. Sabes tantas coisas de mim! Sabemos coisas diferentes, e não foram assim tantas as conversas que tivemos, mas as que aconteceram foram diferentes. Gostava muito de voltar a falar contigo, confesso, de olhar esses teus olhos negros e profundos, lindos, penetrantes e cheios de um misticismo que absorve. Lembras? Absorveste-me! Isto é das coisas mais belas da vida... recordo o tempo em que todos os dias falávamos na Net, até ao momento que me bloqueaste, e deste-me um fora, sem que te tivesse feito algum mal. Sim, chorei, fiquei muito mal, muito triste. Entendi... mas tudo isso não fez com que não deixasse de gostar de ti. E porque será? Todas as coisas lindas superaram tudo e fizeram manter esta posição, o resto não me interessa. Guardo na memória o que encontrei de belo.Foste, continuas a ser aquele que soube tocar todo o meu ser, como ninguém. Que me interessa que pensem mal de mim, por sentir o que sinto? Que me interessa tudo isso?. Nada me fará deixar de gostar de ti, ainda que nunca mais desejes falar comigo. Não me importo, sou feliz assim. Deixa. Não faz mal. Tu és assim mesmo.
Porto, 07 de Fevereiro de 2007 – 08:35h
P.S. Perdi-me aqui, nada de ver...
Porto, 07 de Fevereiro de 2007 – 08:35h
P.S. Perdi-me aqui, nada de ver...
ONDAS DA NOITE CERRADA
No silêncio, apenas no silêncio caminho
Calmo... com a noite de chuva...
Sentindo os sons da água,
O barulho da natureza
Aqui, sozinho, pensando
Observando as palavras
Tudo o que até mim chegou
Confesso: é tudo singeleza.
Lembranças do passado, da casa,
Do café, do olhar, do beijo...
Sempre aquele... continuo ainda a pensar!
A vida é mesmo assim, este estar
Activando um novo desejo
Para que o desejo possa passar.
Interrogo tudo e resta apenas a morte!
Resta apenas isso, para onde vamos...
Resta apenas do fim que espera!
Este lugar, onde estamos e não estamos;
Que importa que alguém comigo se importe
Se o que me resta não lidera?
Fica apenas, o selo da minha sorte
Uma réstia vazia de quimera.
Noite escura, coberta pelo universo...
Talvez de saudade, ou apenas de pulsões
De nada e de tudo... apenas deste estar
A força da noite tomada de breu...
Noite, como a tua noite, como a de todos
É esta a noção da vida e de tudo o que é teu.
O que resta deixa de restar, é silêncio...
Tudo o que não posso falar...
Tudo, apenas o que não posso dizer,
Maior do que tudo o que possa pensar
É neste meu silêncio ainda te querer...
Para todo o sempre sem te encontrar.
O sempre abarca todas as pulsões...
Tudo o que possas cogitar, tudo isso,
Do mais, apenas resta o nada igual à morte!
Pensas o contrário... isso é a tua sorte,
A sorte de não ter sorte... isso é forte!
Emoções, guerra de fé e razão... isso!
Apenas deixo no silêncio o meu não,
Deixo este pedaço de mim, um pouco mais,
O regresso de te encontrar, ainda que no fim.
Porto, 08 de Fevereiro de 2007 - 23:41h
Calmo... com a noite de chuva...
Sentindo os sons da água,
O barulho da natureza
Aqui, sozinho, pensando
Observando as palavras
Tudo o que até mim chegou
Confesso: é tudo singeleza.
Lembranças do passado, da casa,
Do café, do olhar, do beijo...
Sempre aquele... continuo ainda a pensar!
A vida é mesmo assim, este estar
Activando um novo desejo
Para que o desejo possa passar.
Interrogo tudo e resta apenas a morte!
Resta apenas isso, para onde vamos...
Resta apenas do fim que espera!
Este lugar, onde estamos e não estamos;
Que importa que alguém comigo se importe
Se o que me resta não lidera?
Fica apenas, o selo da minha sorte
Uma réstia vazia de quimera.
Noite escura, coberta pelo universo...
Talvez de saudade, ou apenas de pulsões
De nada e de tudo... apenas deste estar
A força da noite tomada de breu...
Noite, como a tua noite, como a de todos
É esta a noção da vida e de tudo o que é teu.
O que resta deixa de restar, é silêncio...
Tudo o que não posso falar...
Tudo, apenas o que não posso dizer,
Maior do que tudo o que possa pensar
É neste meu silêncio ainda te querer...
Para todo o sempre sem te encontrar.
O sempre abarca todas as pulsões...
Tudo o que possas cogitar, tudo isso,
Do mais, apenas resta o nada igual à morte!
Pensas o contrário... isso é a tua sorte,
A sorte de não ter sorte... isso é forte!
Emoções, guerra de fé e razão... isso!
Apenas deixo no silêncio o meu não,
Deixo este pedaço de mim, um pouco mais,
O regresso de te encontrar, ainda que no fim.
Porto, 08 de Fevereiro de 2007 - 23:41h
Subscrever:
Mensagens (Atom)