segunda-feira, 25 de junho de 2007

ILUSTRAÇÕES DA INFÂNCIA

Aqui, na estação do tempo, à espera do comboio ante o teu olhar, tomo da memória recortada, as águas da praia, o beijo da amizade onde te pude abraçar.Beleza tão profunda, olhar indescritível, a profundidade da superfície, o todo da bruma onde te guardei, enquanto caminhámos e que agora é a mansão da saudade. Memórias de um tempo importante, das flores que colhíamos… agora o tempo é pouco, talvez uma tristeza preencha o vazio, da viagem que ficou por fazer.Carreiros do desejo, introspecções que me assaltam enquanto componho os meus textos de narração muda. Fitos do olhar que tomaram abraços, ainda que a melancolia fosse a resposta da dança… eu colhia orquídeas silvestres, face à incerteza dos afectos, perante os apoios de cortesia. Brincadeiras rasgadas de ausência, apenas comigo, nas ilustrações do pó, onde o pensamento era a minha companhia. A ironia toma os sinais do código, num desenho pletórico quase normal, a esta entrega despreocupada. O meu nome incomodou, os sinais eram violência de linguagem, aquilo que nunca pudeste entender, porque a orientação perdia-se na dor, aquela que nunca te falei mas que orientou a minha infância.

Porto, 17 de Fevereiro de 2007 – 22:47h

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