sexta-feira, 29 de junho de 2007

CAFÉ DO SILÊNCIO

Neste silêncio tomo-me do sono e fosse este silêncio a minha eterna paz, onde não existisse mais tempo, ficando assim todo o meu ser intacto, nas memórias do nada, sustentando a derradeira eternidade, entre caracteres difusos. Café do silêncio!Na manhã gélida das minhas sensações, preparo-me para beber do exterior da rua que se pode precisar pelo silêncio, por enquanto, enquanto quebro as horas e guarneço as saudades, talvez do irremediável, ainda que sinta um pouco de emoção activada pelo efusivo da memória… peço um café para descontrair.As tuas palavras sempre foram marcas expressivas de silêncio, ofuscadas ao pensamento de um nome que me rodeia, de sabores de contorno no acaso que não posso precisar. Precisões evocam pontos de vista…Amanhã penso viajar, pelas margens do silêncio, romper com as inquietações, talvez o R. vá tomar café comigo para sustentar um pouco mais o silêncio… sei que ele me pergunta por ti, sempre lhe dei de ti as melhores referências, não serei capaz de dizer o contrário. Este silêncio é o selo da tua existência, já me habituei a ele, vivo com ele, tal como vivo com o meu corpo. Vives no teu silêncio para comigo e nele o teu grito é de silêncio. Não me incomoda o teu silêncio, possui também o colorido dos apetites que eu não escrevo… esses ficam para outra ocasião. Logo, um pouco acima do mais logo, encontramo-nos… liberta esse grito, deixa-te de coisas que não servem para nada e anda tomar café no silêncio do silêncio.

02.11.2006 – 23:40h

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