segunda-feira, 25 de junho de 2007

MATRIZ ÍNTIMA

Neste ambiente de silêncio, sinto a força da razão que se esvai entre as palavras, os fenómenos da mente que na lentidão dos actos sofrem mutações, o móbil da linha dura, pela maneira da imagem reconduzida, o desejo do impreciso que se esvai, lentamente, entre as possibilidades fascinantes do silêncio.Os sons evocam uma mensagem, flores da linguagem exacerbada, tomada de títulos, no obstáculo insolúvel, este espectáculo de diferentes níveis, enquanto o príncipe do destino orienta a geografia da memória, recortando o cálice do sorriso.O que sobra de todo o meu caminho é o silêncio da fé, aquele que norteia as interjeições do movimento do ser ante o poema guarnecido pelos mitos da fronteira, reunindo todo o meu amor para o território mental.Bebo da totalidade libertadora o fuso da escrita elíptica, aquela que participa do espaço estrangeiro, abrasando a nossa ligação paradoxal.Neste eco de flancos tomados do turbilhão do sonho, bebo da memória o som esquecido, modelando o princípio que sustenta o dizer, o ser-dito, o último vocábulo, daquelas promessas que no silêncio genésico me oferecias… desenhaste desse modo, para mim, o sentido do silêncio no seu âmago, necessário às almofadas do esquecimento. A verdade empalidecerá na vaga memória, na alquimia da folha branca, onde o sentido cresce, por telas que fixam a surpresa jorrante da matriz íntima.

Braga, 03 de Fevereiro de 2007 – 15:43h

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