Não sei mais daquelas palavras que a fogueira levou, não sei da tua verdade, muito menos sei de quem me criou! O mundo foi feito, nada entendo desde o momento dessa concepção, a quando opera a fonte da minha consciência, disto que sou, isto que penso. A vida e o caminho... neste momento senti um arrepio, este que estou a sentir, mais o outro que nunca te poderei falar. Falo da mãe e a mãe não fala, nada diz, nem um sinal... apenas descansa, dizem os populares ou outros ditos entendidos! Não sei o que te dizer e se existe alguma coisa mais para te dizer, apenas te digo que nada existe para dizer. Tudo o que te disse tornou-se velho, envelheceu, passou a ser o que já não é desde aquele dia, sem idade, sem tempo... o sono é a roupagem destes dias quase apocalípticos, tomados de um rosto diferente, com um significado quase sem significado, numa tresmutação de todos os valores.Todas as coisas passam-me ao lado e caminho sem destino, ontem quando dei por mim encontrava-me no cemitério e caminhando olhava sem quaisquer sentimento, apenas fotografei, continuei a fotografar e tudo o que pensei não me fazia acreditar em nada, sim, isso mesmo. Vi que a vida para lá da morte é uma ilusão e todas as esperanças que se possam ter são apenas fantasia, tudo é pura mentira... essa mentira que o ser humano gosta, essa que parece ser aceite pela sociedade e até amansa mais as pessoas. Essa mentira piedosa para fazer jeito, incutindo um sentido aparente, só para não ficar mais angustiado, porque o fim será o mesmo...Deambulei sem destino, como que perdido, entre flores, entre aparências como se tudo aquilo servisse para alguma coisa. Nada serve para nada. Escrevi, continuei a escrever, como que um escape para acalmar. Namorei as paisagens...Andei, andei... fiz as minhas loucuras, corri o risco de pisar a linha, quase foi um preço caro... apenas caminhei indiderente à situação do olhar. Conheci pessoas pelo caminho e a aventura foi apenas a minha emoção.
Porto - 18.03.2007 - 06:24h
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