segunda-feira, 25 de junho de 2007

PÁLPEBRAS DA CONTINUIDADE

Nas pálpebras do meu mundo pincelo as telas que o sol enrola, com os modos dos alaúdes espelhando a imagem das incumbências e dos socalcos, ao amor da grafite estilada que a luz empalidece.Na simetria do jogo da desolação ceifo vozes que o vento dissipa pelo prado amigo, enquanto desenamorado escrevo uma mensagem que te dedico, por feições de cores várias ao reino dos flancos em flor... A última haste quase sulfurosa conta-me a história das florações do imaculado desejo, ao que carrego o último estalido da música, entre sustenidos e bemóis, a um tom de quinta diminuta, face a todos os acidentes que a pentagrama pode acolher. Comas musicais! Lembras? Arpejos de ocasião que agitam uma sineta, ante clamores e archotes de bela combustão... o amor é assim, poucos o entendem. Este eco pesa o meu ventre e escreve com a língua uma memória gigante, aquela que ficou desde o dia salgado, ante o polegar afivelado.

Porto, 16 de Fevereiro de 2007 - 23:55h

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