As perguntas, as respostas, escritos em multiplicidade, versando os mais diversos temas, uns do desagrado, outros do infortúnio, o facto é sacerdócio da escrita acaba por preencher aquilo que parece ter ficado em falta.Na aventura do olhar, interrogo-me a cada instante que o esbatimento da fronte traça a sua relação, enquanto tento preparar um suporte inabalável de estabilidade.Situações e problemas que fazem parte da vida de todos os mortais, uns mais desejados outros nem por isso, figuras do caricato e do aborrecimento. Observo discretamente quem por perto de mim se faz passar, sem emitir uma palavra (também não sou muito de falar), apenas registando sinais e tónicas de preenchimento que lentamente me conferem vida. Ninguém escapa à situação e a existência justifica-se pela observação, cumprimento triste ou não, do abatimento do eterno.Nos meus braços rodopiam a saudade daquilo que deixei de ter! Examino, como o intuito de procurar respostas disponíveis e aventurar-me ao outro sentido, removendo os princípios retrógradas do anterior.A tua apresentação carece de significado, as emoções ainda continuam nas trevas e a imagem que se amplia leva o meu sangue, o meu sémen e toda a ansiedade que termina num abraço. Depois da tua morte nunca mais me senti feliz! Penso-te e custa-me imenso aceitar tudo o que aconteceu, contudo, a vida é feita de opções na tentativa de preencher o inacabado.Sinto-me um prisioneiro, um condicionado… situação humana dos infortunados. Vou ler Hitler, Maquiavel, vou procurar outros interesses, ainda que o meu fim seja uma clínica psiquiátrica. É inconcebível a minha existência, coloco-me em fuga, ferido, com o coração despedaçado, restando-me a paz, depois da tarde.
Porto, 19.02.2007 – 15:33h
Escrito no “Parque Nascente”
Ps – O tio faleceu hoje, amanhã são as cerimónias fúnebres
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