Gostava imenso de teclar contigo, em nome da amizade e de tudo o que nos permite existir… a existência é uma curta passagem, um breve nome incompleto. À grandiosidade das palavras que se desenham por recintos sem nome, por sorrisos, por tudo o que permite a alegria, pela existência... por saber que a vida tem um significado. Tu! Quantas palavras não se rasgam, outras não ficam perdidas... mas, em nome da amizade, fica aquilo que é bonito... aquilo que se projecta enquanto os ponteiros possibilitam o bater do coração, aos quatro quadrantes da imortalidade. O silêncio resguarda estas mensagens, por vezes em palavras inúteis, algumas já fora de prazo, talvez sejam estas, as que deixei no mutismo das lamúrias. Sabes bem como o auge do silêncio nos envolve, como o longínquo nos transporta para o tempo sem nome, ainda que se adivinhe o gesto e a pulsão daquilo que nos possibilita a vigia, serás onda à beira-mar, sol radiante na minha animação, deambulando nos sonhos que se desenham no canto maior.Sabes, lembro das vezes tantas que teclava contigo, dos momentos em que as nossas mãos constituíam memória, do irromper da solidão e da sede de infinito, tomando a nossa aventura a mais bela sede de viver. Nunca duvidei, apesar dos sulcos melancólicos que por vezes me assaltavam, dessas pegadas que reprovavas em mim e de outras flores que o pensamento era atestador.Desproporção da força do acaso, ultrajante de uma melodia desproporcionada, aquela que em terras distantes fizeste passar soluços, sem que com isso pudesses acrescentar algo de positivo, algo de benéfico. Translação do dia que não se escreve, em passos de indiferença, ao diálogo surdo no consenso dos óbices. Colocaste obstáculos desnecessariamente e fechaste a porta deixando-me à deriva, como se isso contribuísse de algum modo para o teu bem-estar... Proferiste palavras que não tiveram mais acepção, pelo orgulho que te corrompeu, que provocou em ti o rumor do desagradável… sem que com isso pudesses erigir algo de positivo. Dissimulações e inconveniências que a lado bom conduziram, nada disso, apenas um estorvilho a quem te estimava, e fosse essa locução o princípio dos princípios, toda a fogueira que consumia uma amizade bela, cheia de doçura e encanto maior. Nem perguntaste pelo teu significado… nada… nada… nada mesmo! Que lograste com esse procedimento? Atropelaste tudo o que era bom, sem dar ouvidos a afectuoso coração e depois lanchaste o pão pernicioso, porque muitos se afastaram de ti! Eu, ainda continuo por aqui, ainda tenho o meu abraço para ti, tudo aquilo que os outros te abjuraram, tudo o que as palavras não dizem por mais que se deseje… a humilhação não completa nada do que possas pensar. Destes meus lábios decreto-te jardins de flores, essas que são purezas, fertilidades para uma sempre amizade, ainda que não possua mais correspondência, ainda que não tenha mais a tua determinação… por tudo isso que não serve para nada, apenas digo, amigo meu guardo-te no coração. Para nada… nada… nada mesmo. Sim, nada…
28.10.2006 – 22:22h
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