Percorro abismos sem definição nas células do adeus, enquanto o movimento do meu corpo devora o prazer das veias interiores. Existo com o sangue que me devolve a vida… o gesto que significa a memória do envolvimento. O sangue circula na escuridão, entre as vozes do olhar, enquanto o outro mar repousa na plenitude do desejo adormecido.Sinto-me esquecido no meio de tantas folhas, algumas cobertas pelo peso da febre e o sorriso do reflexo. Sinto as pálpebras a fecharem-se como que uma aventura triunfal!No estado em que me encontro, o frasco do fogo agita-me, como se um outro mundo estivesse dentro de mim e abrisse uma ferida no sentimento.A tua história é imprópria para o meu conforto, não me devolve a tranquilidade e os gestos não passam de palavras das quais deixei de ter medo.O teu sorriso exibe-me uma outra vontade, enche o horizonte de uma luz e desenha os corredores do acaso. Os meus dedos ficam intactos entre os anéis, pelas roupas bordadas da visita.
Porto, 12 de Abril de 2007 - 18:25hEscrito na Cafetaria do Bolhão
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