No silêncio dúctil do corpo, repousa o cemitério dos teus desgostos, entre as formas cansadas do dilúvio que o amor guarda nas lápides torcidas. Eu aqui, destilando o invisível, sonho-te na delicadeza da hora mágica e nos outros pormenores que o olhar desvenda e constrói.Pedes-me para ir ter contigo, e neste esboço, pareço resistir, admito-o e confesso que não seria mal de todo, contudo a chuva que se faz sentir lá fora corta a minha vontade. A vontade tem também a sua resistência, impede a outra dança enquanto no repassar dúctil te ofereço uma parte de mim, essa de que gostas...Neste local, entrelaçado pelas palavras, pelas sensações e por outros caracteres, acredito no ser absoluto, isso que se desvela enquanto bebo das ficções, as forças do tempo catártico, as outras dos imperativos e das coisas que guarnecem as formas valiosas, essas que consegui apreciar em ti, desde que possibilitaste a minha aproximação. Dizes-me tanto sem que te veja!
Porto, 30 de Abril de 2007
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