sexta-feira, 29 de junho de 2007

ESTÁDIOS DE ALERTA

A intensidade das situações marcam o seu lugar, numa discreta satisfação que inunda a distância pelo amor que não tem nome ou se nome é pretendido, nunca preenche o que a realidade evidencia na sua totalidade.As palavras contagiam, rasgam as formas, esculpem promessas e intensificam decisões. Essa será a tua decisão! A tua decisão é a tua decisão, ainda que estúpida ou tomada do orgulho arcaico dos dias do envolvimento. É triste esse tipo caricato que tentas exibir, são riscos de uma tinta desagradável na minha cabeceira. É bastante complexa essa atitude, torna-se ilegível ao meu entendimento, uma vez que fica contornada por acidentes. Disto tudo dizes nomes para cairem sobre mim, dizes, proferes palavras e projectas o que não tem projecção. Escondes esse olhar no aparato das palavras e apesar das situações caricatas dessa postura, continuo a gostar de ti. Elementos sintácticos da relação sem relação, ainda que vazia de deslocações do interior... é a que é possível. Guardo nestas minhas folhas as anotações do fim-de-semana, com algumas palavras oblíquas, com um pedaço daquilo que ainda não exibi e nem sei se o vou fazer. Por vezes a escrita causa um grande estrondo, um calor intenso e a razão surpreende na sua forma invisível... abre túneis de emoções e atiça a guerra. O tempo separa as pessoas, umas sim outras não, pensando bem, são todas iguais ou a diferença é mínima. Cada qual tem dentro de si algo de que não se pode falar, é o lado invisível que nos permite escrever, pensar e dirigir a vida. É um facto, tens de admitir tudo isto… é neste percurso que se constrói toda a significação, sendo a palavra um guia, nos estádios de alerta. Estou alertado por essa postura para mim, sabendo que tudo o que tomara sobre ti, foi apenas o reino da inutilidade.

26.11.2006 – 13:06h

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