segunda-feira, 25 de junho de 2007

QUANDO FALAVAS PARA MIM

Lembro quando falavas para mim, os pormenores das situações, mas o tempo passou e tudo alterou. A vontade ficou distante e a estranheza ocupou a boa vontade, aquela que por si só não chega. Desde esse dia nunca mais entendi nada. Fiquei com um ar perdido! Apreensivo…Saíram dos pântanos sucos de amor em flor, ficando a chama a arder, na pobre dor que flameja sem que o entendimento seja possível. Não temo os deuses, as suas vontades não passam de teorias mortas e a imortalidade não tem qualquer lugar na existência.Neste fulgor e na sede de infinito, vivo a plenitude dos paroxismos, o sonho esbatido, de um nome incompleto, atormentado pela ansiedade de presença, aquela que não se tem uma vez que tudo evoca um movimento constante, não tivesse falado naquele tempo Heraclito e outros que a mesma ideia perfilharam.A razão mostra tudo isto, ela orienta e desorienta, coloca em movimento os processos naturais. As filosofias são feitas à medida de cada um, por conta do tempo de vivência, pelas circunstâncias e o que possa ser dito, nada mais é do que todos já sabem… quando falavas para mim, desde as conversas de café, ao clube dos filósofos do silêncio.Onde estão os frequentadores do jardim de Epicuro? Nesse tempo existiam tantas angústias e agora não deixam de existir, só que os motivos são outros, a sede é outra e os átomos do coração flúem pela corrente sanguínea. Procura-se o importante enquanto a vida o permitir.

Porto, 04 de Fevereiro de 2007 – 15:53h

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