quinta-feira, 21 de junho de 2007

PROMESSAS DO CAMINHO

Esse teu silêncio reduz o meu ser à insignificância, injecta um nome que se acende, nos diálogos da inocência, por um gracejo descolorido, perante todos os impérios da eternidade. Tomo a água dos dias felizes que dissolve o meu ser, com a métrica da tarde e as ilusões que enfeitam o olhar.Uma vez mais tentei iludir-me, só um bocadinho, como se não soubesse que tudo seria uma mentira, uma derrocada entre as derrocadas.O silêncio desabou sobre mim e os recortes infligiram uma metade de laranja, com as cores do sono, muito estranhas e recortadas pela ausência.Os sucos do desejo encurtam a verdade das aparências e a tarde desenha a aproximação incandescente.O meu corpo aglomerou a tua vontade, com todos os diâmetros incompletos. A tarde, lentamente fecha o meu desejo, enquanto tomo o café.Encontro-te no tempo perdido e invento-te para que te possa completar.O sono absorve-me entre as folhas do mês da saudade e tudo o que te digo não passa de um lugar cada vez mais vazio. Guardo o meu desejo e na lentidão do tempo fica escondido.Aquele recurso parece-me impróprio e o caminho é uma promessa, mais ampla.Braga, 25 de Março de 2007 – 15:25h

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