Recorto os dias com o seu rosto, ao sabor da água que corre no açude, enquanto leio as tuas palavras perdidas, que pincelam a ausência e a fuga.Andas por caminhos distantes, ao sabor da erosão desvirtuada!Ergues a tua morada, passado pouco tempo, essa mesma casa fica na escuridão, não existem mais entradas e o teu nome é apenas uma hipótese. Entendo-te como uma hipótese no decurso dos dias, ave perdida, no desejo pervertido dos caracteres difusos que se dissolvem nos escritos do vento. Não podes conceber os meus intentos na varanda do silêncio, uma vez que deixei de fazer parte dos teus objectivos!A própria voz rasga as paisagens da vida, diante dos círculos do céu infinito. A voz exibe-se como o desconhecimento da distância, proveniente do corredor antigo, com palavras de tinta, guarnecidas no olhar penetrante. São sonhos pintados que evocam a foz do amor, ao sorriso implacável da existência… estas somas são as matrizes dos grandes princípios que desde aquele dia consideraste. Considerações nunca faltaram… disso sempre o teu olhar me falou. Hoje apetece-me recordar-te, em nome das formas e da profundidade. As situações evocam devaneios, desejos que se multiplicam e que perdem o nome… desde aquele dia, aquele em especial, ficou registado o título, aquele que lavrou os momentos felizes, os lugares iluminados.
17.03.2007 – 13:40h
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