sábado, 30 de junho de 2007

ÁGUAS QUE DECLINAM

Simplesmente porque mudou, porque entendeu e as passagens tornaram-se contraditórias, enquanto a certeza não descambou. Forças e formas que conjugam, entretenimentos do ninguém, do nada. Focagens da novidade que se conjuga ao tempo indeterminado. Entendo-te e passo ao lado por uma substituição que o tempo fez surgir… lentamente lançando o original ao esquecimento, por formas que o intelecto não decifra, aceita-se e acomoda-se! Entendo a caminhada como uma missão desarreigada de atributos. Entendo-te no orifício das metáforas, como se ainda cedesses força à minha existência. Todas as precisões que tendam a substituir-te serão impróprias e o absoluto converge a uma única palavra, o amor. O absoluto do silêncio é impróprio para a relação, enquanto o equívoco ascende a proporções astronómicas. Desejava tanto inteleccionar-te, beber da fonte sagrada, dos nomes válidos que executam a causa. Simplesmente beber num acto heróico a dimensão do elixir.Sabe-me tão bem pensar-te, é como se uma carícia rolasse no meu peito, enquanto o resto se dissolve, lentamente.Observo o mapa, em vários pontos do mundo as luzes tentam acenar! É a saudade e por me ter ido embora, certamente nunca mais te irei ver, não que fosse o que desejava, mas entendo que o melhor é fruto de opção de cada qual. Um dia, no silêncio tudo desaparecerá para sempre. Deste agora depende o sempre, isso que me deixa perdido nas palavras, despedaçado entre o papel, empalidecendo no circuito dos nomes, por uma espiral de grafite. Sabe-me tão bem escrever a pensar em ti, é algo tão profundo que enfunas no meu o teu mundo. São as coisas tão belas e muitas lançam-se fora! Lançaste-me fora sem que de utilidade tivesse alguma, ainda assim tudo continua tão lindo. As folhas de nogueira, as outras e as folhas irmãs de nenúfar, dançam enquanto fico a repousar na relva húmida… nos prazeres dos próprios anseios verdes. Por aqui… dividido nas águas do douro que declinam na estação da memória, ao primeiro bálsamo foliar. Por aqui…

27 de Outubro de 2006 - 17:30h

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