sexta-feira, 29 de junho de 2007

A METADE DA OUTRA METADE

O teu corpo esconde aquela palavra, a vitória do nome em causa, o místico que enfatiza a fuga no cais da distância. Semeias a palavra, salpicas sensações na realidade que se desconecta quando tomas consciência.Lembro-me do teu olhar profundo, do primeiro toque, das palavras que se rasgavam na entrega, fundindo a eternidade num momento único… projecções consumadas!Na fuga e na fusão do princípio todas as leis não tinham mais lugar, o concreto era a chave da memória, sem que existisse paragem obrigatória.No olhar, a força das ilusões, um pedaço de desassossego, sem comentários e sem regresso. Grandes voos… depois daquele dia decidi viajar, levando a decantação das horas, a verdade inevitável, no silêncio mais distante e apetecido. A dimensão da tua beleza revestiu a minha alma e muitos dos teus elementos ficaram registados no meu telemóvel. Reencontro-me com o inexplicável, o sonho e a tempestade do desejo. Um gesto de magia enformou o barro da ilusão, aquele onde te conheci, desde a aventura dos labirintos aos inacessíveis limites. Fiquei na queda da solidão… na esperança da escrita, ao irrompimento da memória distante. Perdido tomei-me nas lágrimas do silêncio que hoje são saudade. Ficou o sorriso na fronteira da memória enquanto a recordação traça os esquemas da imortalidade com as suas veias escancaradas. As palavras incendiaram e nada conseguiu substituir essa impressão digital. Com o tempo apenas me adaptei à concreta realidade! A surpresa guarda a metade da outra metade e somente contigo completo o puzzle da caminhada, esta que cresce num ciclo diferente e anónimo.

29.10.2006 – 10:26h

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