segunda-feira, 25 de junho de 2007

ONDAS DA NOITE CERRADA

No silêncio, apenas no silêncio caminho
Calmo... com a noite de chuva...
Sentindo os sons da água,
O barulho da natureza
Aqui, sozinho, pensando
Observando as palavras
Tudo o que até mim chegou
Confesso: é tudo singeleza.

Lembranças do passado, da casa,
Do café, do olhar, do beijo...
Sempre aquele... continuo ainda a pensar!
A vida é mesmo assim, este estar
Activando um novo desejo
Para que o desejo possa passar.

Interrogo tudo e resta apenas a morte!
Resta apenas isso, para onde vamos...
Resta apenas do fim que espera!
Este lugar, onde estamos e não estamos;
Que importa que alguém comigo se importe
Se o que me resta não lidera?
Fica apenas, o selo da minha sorte
Uma réstia vazia de quimera.

Noite escura, coberta pelo universo...
Talvez de saudade, ou apenas de pulsões
De nada e de tudo... apenas deste estar
A força da noite tomada de breu...
Noite, como a tua noite, como a de todos
É esta a noção da vida e de tudo o que é teu.

O que resta deixa de restar, é silêncio...
Tudo o que não posso falar...
Tudo, apenas o que não posso dizer,
Maior do que tudo o que possa pensar
É neste meu silêncio ainda te querer...
Para todo o sempre sem te encontrar.

O sempre abarca todas as pulsões...
Tudo o que possas cogitar, tudo isso,
Do mais, apenas resta o nada igual à morte!
Pensas o contrário... isso é a tua sorte,
A sorte de não ter sorte... isso é forte!
Emoções, guerra de fé e razão... isso!
Apenas deixo no silêncio o meu não,
Deixo este pedaço de mim, um pouco mais,
O regresso de te encontrar, ainda que no fim.

Porto, 08 de Fevereiro de 2007 - 23:41h

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