Tomado pela bruma dos ditirambos encontrei o teu nome no lugar do acaso, vedado pelo inconsolável e no insondável dos apegos, onde encontro a tua voz, repartida, na metáfora dos olhos escuros. Aquela metáfora parece não se alterar, abarca um inventário de experiências, onde a alma perdida se esbate no imperativo gráfico, com as imagens da resistência entre atalhos que não posso precisar.Tomado por esse princípio, por essa voz guardo no peito o final da história sem incêndio, perante a boca sem palavras, nos papéis difíceis da escrita.As aparições são convites ao entusiasmo, recortado pelos pulmões, às intempéries da força intrínseca.O princípio da tarde desafia a distância, corta a vontade das palavras longas, os sabores da conversa sensível, como o rio que se fecha no peito aceso. As palavras escondem pedaços de mim, num jardim em chamas, pelo frio na noite que se oxida. Os poemas ficam nus enquanto cruzo as pernas, enquanto bebo da tua paciência, aquela que não tem nome ante a luz dos jogos emocionais.Neste vazio de monólogos subterrâneos bebo da fronte a última conotação enquanto o beijo enceta o fio de água epidérmico, o lugar dos lugares de todos os nossos lugares.
Rio Tinto, 15 de Fevereiro de 2007 – 13:10h - Grande Porto
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