segunda-feira, 25 de junho de 2007

A CONSEQUÊNCIA DA DISTÂNCIA

Tecem-se os dias pela esperança, em nome do amor. As sílabas prometem o desenho do vento, enquanto te interpreto no segredo vagaroso, a consequência da distância, talvez da memória adormecida, aquela que te convém.Chove lá fora e o vento sopra com a sua força enquanto te guardo no armário do silêncio. Credível mensagem sem consciência, agreste nos sorrisos tresmalhados do tempo, ante as folhas dos choupos, com palavras melancólicas e confusas. Chamaste-me nomes, apenas gostaste dessa posição, não existiu outra como essa. O secretismo da palavra viajou no ponteiro dos relógios, manteve o ofício das cores e o teu nome veio até mim, uma vez mais, falou-me do rumor dos dedos, perdidos no grito de uma gaivota, entre o abraço que ficou sem utilidade.As memórias do silêncio tocaram-me carícias conjugadas de corpos, os beijos que o vento silencia e que naquele dia criticaste.A casa do silêncio perdeu-se nos degraus da solidão, na vertigem da mensagem obscura, na outra palidez, tão breve quanto a escrita que me diriges. Conheces o meu desassossego e as viagens da cadência sem diâmetro. Tudo é tão belo, porque o primeiro princípio se instaurou… e uma nova luz desceu reunindo a manhã e a tarde, o lugar da escrita, neste sacerdócio que não podes precisar.Silêncio sem espessura, a consequência das arestas da tristeza em lugares que afloram à entrega dos condicionalismos. Foste assim a angústia inútil, o sonho demorado que inventei, foste a saudade e a voz da minha imaginação, o caminho interminável que bateu no silêncio. Já não sei de ti!Desenhaste o rumor de todos os fluxos, a escrita do sangue e a definição sem vida. Ficou a mágoa inexpressiva, o silêncio e o rumor do vento, este gesto sem sombra, onde desenho um outro mundo, como consequência da distância.

Porto, 13 de Fevereiro de 2007 – 22:18h

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