quinta-feira, 21 de junho de 2007

PALAVRAS PROFERIDAS

Pensei que te encontrava entre as palavras que disponibilizei, entre o começo que afinal não passou do fim antecipado.O olhar rasgou as formas que a montanha houvera considerado, enquanto desisti das sensações do acaso. Tudo o que senti duplicou a intensidade, como se a vida fosse desde sempre o outro lado do que não sou. O meu ser é uma abertura em erosão, apenas um dia pisaste o palco dos meu sentimentos, e bebeste o incêndio que avolumava no meu peito. A hora do fim, o modo de sentir acentuou-se, o sorriso rasgou a exterioridade do meu ser e guardei a imagem no aconchego da memória.As palavras por vezes são o próprio desastre da existência, alteram a verdade e consomem os momentos, por turbilhões desadequados de conceitos.O teu ar impróprio altera-me a feição, torna-me distante, movido por uma desadequação quase castradora, como tantas outras sem rosto e que se desenham nas mentes anónimas.Temos as coisas, as situações, contudo, não temos nada! Não sei o que tenho ou o que posso ter, algo não me parece funcionar e pouco me apetece estar à conversa, o uso desadequado e repetitivo afasta-me, não encontro interesse naquilo que pudera ter.As tuas mensagens continuam a ser vazias, não me preenchem e o vazio é cada vez mais atrevido.Aquela luz ficou distante, essa foi a tua distância entre os sabores sem paladar… apenas o cansaço da perfeição, essa que deixou de ter utilidade! Pensei encontrar-te, apenas foi ilusão, ilusão entre as ilusões, ao gesto imperfeito da palavra proferida.

Grande Porto (Rio Tinto – Venda Nova), 08 de Março de 2007 – 11:00h
Interessante: http://www.index7.co.uk/

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