Memórias do vento,
Lugares sem porta
Imobilidade, o beijo!
A tarde de Inverno…
Saudade que desvia,
Relógio que delimita,
Voz sobrenatural…
A chuva que cai, dormita.
Um poema sem estação,
O silvo da chaleira, ao olhar,
Imagem ainda virgem
O tempo sem caligrafia…
Imensidade da presença,
A flor do silêncio
O esquecimento sem voz.
Bebo o timbre do esquecimento,
Espelho sem rosto, sem coração,
Nos meus dedos o teu segredo…
Passos devolvem o brilho,
Insuflam o teu medo
Do bosque metálico…
A distracção da voz
Este fluxo de envolvência.
Linguagem sem respiração,
Amor que escreve fundo…
Exímia vontade, fusão
De todas as horas num segundo.
Esta voz que ascende…
Confunde o teu entendimento,
Confuso, obtuso, não entende
As memórias deste vento.
Guimarães, 10 de Fevereiro de 2007 – 19:02h
Escrito no Café Óscar
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