Entre a foz e a memória exibem-se diversas razões e as águas dançam com a flor desprezada, desde aquela noite onde o telemóvel deixou de tocar.As formas que partilhaste comigo ficaram, desde a manhã aos confins da noite. Resta apenas as saudades recortadas, enquanto possibilidade da nova realização.Sinto algo que não te devo dizer, a experiência pelo dito, rasga sempre um novo grito de ausência que parece não mais encontrar o sentido, aquele que fora tão importante para mim.A tua realidade causou-me uma lágrima, reflectida, nitidamente sem significado, antes o futuro da felicidade fosse uma promessa possível.Tenho as coisas, as pessoas, mas não tenho nada... apenas se levanta a triste hipótese do agrado desagradável, aquilo que ninguém entende, porque a profundidade é uma noite sem ausência.Nos teus olhos, descubro a as boas intenções, aquela que fica perdida, face ao querer mesmo, ou decisão a sério. Não me parecem funcionar as tuas palavras, apenas o acto ilusório funcionou por alguns momentos... entendo que a realidade é este espelho surdo, onde todos narram as suas torturas do amor e da ineficácia.Deixo-te o banquete das cores, na foz do vento, que pinta o quadro e reparte o meu sentimento, esta maneira de conceber o prazer. São as contas do tempo, os sabores da confiança e as memórias que se formam por olhos que despem o rosto sem igual.
Porto, 06.03.2007 - 19:49h
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