domingo, 1 de julho de 2007

INSTANTES E OPULÊNCIA

Nunca ninguém por mais belo que diga o que disser, diz o que tu já me disseste. Entendes? Lembras? Vou jogar contigo… sei que ganhas, mas é um desafio! Deixa-me dizer-te… já disseste tanto!Em instantes, em momentos de opulência, podem as tuas palavras desenhar no meu espírito grandes realidades. Muitas palavras proferidas por ti, desde aquele tempo que o acontecimento teve lugar, desenharam. Nada mais tomou o teu lugar, ainda que a distância seja tudo o que se possa considerar, ainda que digas eternamente não, e sustentes o para lá, inclusive o do tempo e de tudo o que se possa pensar. Ainda que todo o aconchego seja nos lençóis, e bebas o licor do teu desejo, do preenchimento e tudo o mais… certamente ficou uma mensagem. Recorda então… lembras? Tu mais a sul da minha alma, mesmo assim vives presente no meu espírito, mesmo assim as coisas continuam bonitas, mesmo assim continuo assim…Nada de lamentos… lá fora cai a chuva e o som característico conduz-me aos cobertores, no aconchego. Aquela vez, a nossa, em que te disse para teres cuidado para não te constipares? Essa mesmo… depois ficaste doente! Falta de cuidado. Hem? Por aqui, por ali… mas sempre contigo. Saberás dar valor a tudo o que sinto por ti? Serei mais um entre outros que passam? Sabem os outros sentir assim desta maneira e dizer-te do mais belo e profundo interior o que de bonito existe? Ou apenas esses mesmo são apenas das vistas dos olhos? O que é que te pode completar? Somente tu sabes… não respondas, acolhe o possível e deixa o silêncio, não o queiras rasgar fora de sentido.Tento dizer-te algo, uso a minha tela, uso-me, mas por mais que tente, fico muito distante do pretendido. No teu olhar desenham-se mundos, coexistem no dar-se! Lembras quando me dei todo para ti? Sei que não existem palavras para traduzir… e eras tu quem no início nada me disse. Não inventes mais um sonho, vive a realidade! Faria tudo por ti, tudo mesmo, nem que fosse necessário mudar-me a cem por cento, só para ficar contigo. Eu sei que já estou contigo. O pensamento confere forma às representações mentais, e tu estás na minha mente… todos os dias ao acordar estás sempre lá, ainda que estejas noutra onda, essa depois de se espraiar, regressa ao templo da verdade. Sabes que nunca conheci ninguém como tu? É neste instante que faço do instante a flor do meu sono, para que me visites em outra onda… deixando a forma da recordação, a sumptuosidade do tempo maior.

Porto, 22.10.2006 – 16:51h

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