domingo, 1 de julho de 2007

ETERNA DÁDIVA DE EXISTIR

A palavra está demasiadamente arreigada ao meu sentir, ao teu também e enquanto a sombra cai, na grafite da existência deixo-te uma mensagem cravada no sabor da maçã rubra. Continuo a leitura e vejo que só essas palavras, belas, profundas, produto do teu interior podem dizer-me alguma coisa... somente este é o teu mundo interior, o meu também. O teu mundo, o mundo de quem vive a paixão pela escrita.As palavras são como o sol, iluminam e aqui é feito o pino deixando as tardes virgens preenchidas pelos sabores ondulantes. O tempo exibe a possibilidade de se estar vivo, transporta, acolhe... talvez sejam curiosidades filosóficas, diferentes das outras. Essas palavras, compostas, ordenadas de acordo com o que sentes, compõem o teu existir. Reminiscências apetecíveis, paralogismos do coração, face às aporias do entendimento, como se tudo isto fosse uma oração. Lindo o teu trabalho, sempre disse isso. Cinco estrelas, o máximo de Óscares. É um facto! És um bom escritor... continua, nessa veia enreda-se um musgo puro e avoengo. Nos campanários repicam novidades, nesta cidade enfaixada, tomada pela alegria. Olho ao cintilante monte glacial e encontro rosas… não esqueças que a rosa tem os espinhos afiados, são eles que me fazem parar e ter algum cuidado, para que não exista o lado desagradável. Também sou rosa…!Será difícil executar as palavras? Foram tantas as que te disse… Nada, simples como a chama que beija a terra... nada de especial, desabafos para o papel, conceitos executados susceptíveis de se ordenaram. Este é apenas o esboço para o esboço que tive antes de ir fazer o meu post. Agora é o post… antes era o esboço! Parabéns uma vez mais pelo teu trabalho, não só este, mas todo o que tens feito, desde os tempos que te conheço. Em nada tenho que te apontar e a areia da neve desce para os meus olhos, aquela montra fixa-me e o silêncio esbate-se sobre as correntes dos relógios. Trabalho de mérito e que deve ser reconhecido por todos os que te lêem em vida… o tempo dos relógios, traduzindo uma expressão verbal rítmica com um ímpeto espiritual. Pessoas como tu, são as que interessam, és um autêntico e excelente fotógrafo da palavra, traduzes muito bem, lindos e belos quadros. Este é meu esboço, que face ao teu está a anos de luz de distância… desculpa, não está, apenas é diferente. Mas, sei dar valor ao que fazes. Invejável posição de poeta, num ápice desorientas os estádios da palavra e conduzes-me a uma cornucópia de arabescos em sabores de framboesa aluadas. Talvez seja incompreendido e nada de palavras espalhafatosas, apenas quero alaúdes para a eterna dádiva de existir.

Porto – 21.10.2006 – 16:54h

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