domingo, 1 de julho de 2007

EXPRESSÃO DA PARTILHA

A mão tocou a minha, na minha própria vontade enquanto o gracejo ficou vestido de branco na paciência da entrega. Acto de palpitação guarnecido pela visão fantástica e do lugar que não determino, aqui, onde me mantenho incólume! Apertaste a minha mão de uma modo bastante expressivo, acolhendo os meus poros, deixando-me seriamente agastado. Esse fervor perverteu-me o coração agitado, com uma ânsia que me concedesse a liberdade eterna.Olhei profundamente da janela encostada e senti nos meus desejos horas a fio, este regresso ao envolvimento, dos recortes da fronteira da minha fantasia. De sentimento pueril veio a poesia, o mar imenso das palavras, humano, íntimo, próximo e misterioso. Esse ar colegial fez-me regressar à minha vagabundagem, tornando-me distraído; em certos momentos a distracção também é benéfica! Lembro-me que quando te conheci fui iludido em vãs esperanças e enganado pelas expectativas do meu coração… só mais tarde é que reconheci que a vontade dos outros ainda que nos deixe triste, mais vale o afastamento… este funciona como terapia. Não chamo tristes recordações, foram apenas algumas maçãs proibidas. Agora tornei-me um viandante e renovei a casa do coração, com novos amigos e desejos até de extreme calafrio.Enlaço-me na palavra e percebi que não eras pessoa para satisfazer os meus desejos, apesar de te achar interessante, sentir-te com uma certa falta de sensibilidade e os ritmos tornaram-se insuportáveis. O meu olhar chegou a ficar húmido, as árvores roubaram-me a luz do dia, as nozes maduras eram paladar nos diálogos iniciais do banquete heróico. O vazio no meu peito depois de ir embora sempre foi terrível… tudo desapareceria muito depressa enquanto esse espaço por preencher cavava o destino, agora enrola os céus como um pano doce, deixando a expressão da partilha.Agradeço-te o teu afectuoso interesse em visitar-me um gesto de louvar, sabendo que continuas mais calmo e bastante diferente… eu agora caminhe sorrindo de alívio. Voltarei com sinais visíveis num abraço eterno, para lá do sonho e do delírio. A vida continuará, certamente voltamo-nos a encontrar no bilhete aberto da existência.

18.10.2006 – 18:37h

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