Logo na parte da manhã lembrei-me de ti, dos modos antigos, das conversas que tinhas comigo, do olhar fixo e do sorriso lento. Recordei tudo o que em ti era característico, ao ponto de sentir saudades de ver novamente o teu sorriso. Estás longe!Por vezes sinto vontade de te procurar, sabendo que estás ali… mas, depois não tenho mais coragem e deixo que tudo fique no seu lugar. Solta-se uma lágrima que recolhe rapidamente e passo para uma outra esfera mais positiva, relembrando as boas conversas que cheguei a ter contigo. Tento libertar-me da rotina, escrevendo um pouco mais, das coisas concretas, essas que consigo ter na mão.Dou-me conta que mesmo distante estás muito perto e que continuas a acompanhar o movimento dos ponteiros do relógio… sei que gostavas imenso de relógios. Os dígitos desembrulham a marcha do tempo e nesta mutação implacável, partilho contigo as minhas noções do interior. Sei que temos a nossa maneira de guarnecer os conceitos e todos os juízos apenas ditam do que gostamos e sentimos. A minha existência renova um pedaço dos encantos da tua, onde as palavras não incomodam e os textos são esconderijos da verdadeira realidade humana. Renovo as minhas energias todos os dias enquanto o espírito me permitir pensar e recordar-te com muita luz. A luz direcciona-nos de modo diferente… usamos a razão e o aconchego interior toma o nosso ser numa plena harmonia, confesso-te que é isso que sinto, mesmo não tendo a tua presença física.
17.10.2006 – 12:48h
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