sábado, 16 de junho de 2007

VÉNIA DAS FOLHAS SOLTAS

Desenho o incipiente esboço do silêncio e lanço a vénia das folhas soltas sobre o teu sonho que está em crescimento na decantação das fantasias que se esvaem entre os silêncios desconhecidos. O cheiro dos longos dias são sinais que mostram mais do que a indiferença.
Restam as sombras tecidas que tresmalham nas horas impróprias, onde recordo da infância distante, a outra vontade, entre os flancos da saudade que se soletra entre sílabas distantes e as pupilas inquietantes.
Os teus lábios guardam o perfil das horas sem hesitação, como se alguma coisa sobrasse ainda no prolongamento da viagem sem fronteiras.
Guardas o sorriso da manhã cedo, com o meu doce beijar para lá dos vidros de seda e tudo o que o olhar conservou, sem relógio nem medida de abraço. Apenas guardei a tua vontade, aquela que ainda tenho, longe de todos os desenhos e de tudo o que se possa pensar.
Sei que és tu, somente tu, tu... ficas no limiar da melancolia, todos os dias, todas as horas ao tumulto do amor eterno. Aquele que guardei, somente para ti e que não podes nunca mais precisar.

27.01.2007 - 23:17h

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