Pensei, continuei a pensar, um pouco mais! Todos os dias tenho isso como algo dentro de mim, uma forma de crença, entre as minhas ideias gerais, entre essas coisas todas que não te consigo falar. No outro dia falei-te da psicanálise, tomámos em presença Freud e toda a Psicanálise. Sim, a função da psicanálise é de destacar os obstáculos, aqueles que estão avolumados pela imaginação a fim de os consciencializarmos. Repara que, somente pela consciencialização dos bloqueios mentais, estaremos em condições de os recusar. Como procedes? Sempre em ordem os teus mecanismos psíquicos! Verifiquei isso, anda sempre uma resposta à flor da pele para ser dada, não importando a forma como é feita. Fazes isso e descartas racionalmente. Sabes que rejeitar os obstáculos proporciona as condições para desenvolver um processo de sucessivas aproximações do real. Mas, afinal, qual o teu real? Razão ou sentidos? A organização racional ganha importância sobre as observações e o conceito (do quer que seja) enriquece-se em rigor ao englobar dentro de si as verificações experimentais que vão surgindo. Novas experiências vão acontecendo. Quando essa subjectividade for eliminada e levada a cabo pela razão, certamente muitos desses problemas ficarão resolvidos, um dia isso acontecerá, sinceramente entendo-o pelo amadurecimento e uma tomada de consciência, um outro olhar para ti e para os que te rodeiam.
Gostei do nosso café, das palavras que disseste, gostei da prenda que me ofereceste… para ti, apenas deixo a minha amizade, aquela que tanto valor queres dar, essa que continuas a defender e que contigo faço valer.
Lembra-te que a loucura parte dos homens e não se encontra nas farmácias nem nos supermercados e os sentidos modelam o pensamento. Todo o empreendimento remete para o uso da razão, para a racionalidade, as categorias da clareza e da distinção, somente assim conhecerás os fenómenos, olha que nem sempre do primeiro embate possuímos a clareza, algo ofusca-nos, embriaga-nos e depois faz-nos chamar a atenção, porque a voz da consciência dita, opera, é a tal voz que sanciona, conduzindo ao arrependimento. Depois deste café, entendo-te e considero o teu arrependimento, afinal nunca fomos perfeitos e o exemplo que demos não foi o melhor… gostei do abraço e do teu gesto humano. Deixo-te os meus parabéns pela humildade… desta maneira o nosso mundo passou a ficar mais enriquecido sem mais densidade na consciência. Certamente amanhã vamos tomar outro café com a alegria que antes estava bloqueada por situações ofuscadas pela falta de clareza. Repara que estes princípios agem muito fortemente!
Porto, 24 de Abril de 2007 – 21:45h
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