Passado algum tempo volto ao meu espaço, ao meu local sagrado, com tudo o que faz de mim, por muitos um ser adorado, a esses digo sinceramente de coração o meu obrigado. Depois da paragem sem nome, entre nomes, do olhar profundo e atento deixo-me envolver na rua dos nomes e tantos foram aqueles que se envolveram neste meu primeiro momento... e ficaram na minha rua, a todos esses o meu obrigado. Agora começo, vou sem destino, igual a mim mesmo, umas vezes não sendo, outras deixando de ser... mas continuo sempre a constituir o teu lugar, ainda que nunca me venhas a entender nos tempos que nos restam para o fim. Entre rosas e espinhos, metáforas do coração, cores frias e quentes, pedaços da minha emoção... escrevo assim, sobre o que me dizes e omites. Vou, desprendo-me de todos os rituais, ainda que passem na rua fobias, marchas de homofobia, cobardia e insegurança e falta de humanismo nas mais diversas frentes, ainda que tudo seja contra mim... eu sou assim e que seja sempre eu até ao fim. Agradeço palavras profundas de quem me tem dado força, a força que por vezes não pareço ter mas que entre o olhar transmito. Agradeço quando secam as lágrimas e desiludido, perco-me e ainda erguido liberto-me e digo não a tudo o que não me faz sentido, onde se confundem conceitos e se colocam todos na mesma caixa como se tudo fosse o mesmo, querendo fazer passar um novo formato de apresentação. O meu local sagrado constitui parte da essência do que sou e não aquilo que uma sociedade retrógrada deseja impôr por inadaptação e preconceito... na rua dos nomes vou escrevendo os meus nomes, os nomes que reservo para ti.
18.09.2005 - 12:14h
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