Deixo cair da minha alma um nome, talvez a saudade no silêncio das cores, a ânsia escondida nos meus segredos, nesta teia remendada de beijos inchados e continuo a caminhar neste imenso mar de silêncios. Deixo apenas as minhas pulsões tomarem-me, sem que sinta vontade de me envolver na tua verdade, no espólio das tuas opções... apenas este sentir actualiza-se a cada dia, enquanto a luz me toma compassadamente, num movimento redondo para preencher o que houvera sido retirado. Esta teimosia pelo infinito enceta sempre uma nova dança no meu olhar, como se as certezas fossem inabaláveis ou o amor fosse o princípio primeiro de todos os sentidos do humano. Fico embutido no crepúsculo do silêncio e solta-se a imagem da noite, onde rodopio no Outono fresco, com esta febre gelada! Procuro guarida numa outra concha, nas montanhas de tanta papelada, dissimulando o impróprio das sensações e escrevo-te em cada fôlego um outro poema, porque dessa mesma ordem, de tudo o que sinto tu és o tema. Descrevo-te a derrocada da totalidade, por mares de fantasia, pura magia, códigos sem tempo feitos do espaço da imortalidade, com o segredo das cores pelas relações que se estabelecem e as que não se concebem. É bizarro falar-te do sonho das águas da nascente, onde me abandono de olhos fechados, entre os muros secos e os esquadros da memória, onde vejo tanta gente. Inscrevo-me nas relações do conhecimento, na profundidade e na superfície, no acontecimento extraordinário conjugando diversas harmonias, com o levante do invisível e torno-me agnóstico. Apenas invoco o rasto do infinito que nos une, pela liberdade da existência à inscrição universal de tudo o que um dia te falei.
04.11.2005 - 08:32h
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