quinta-feira, 21 de junho de 2007

FOLHAS SECAS E ESQUECIDAS

Gostava de ser feliz nesta vida... mas vejo que tudo isto é mera ilusão, que tudo não passa de nada... apenas um nada para esquecer no tempo, entre regressos e nomes. Tudo o que sinto e penso nada mais é do que o mero acto puro de pensar, como muito do que se apresenta como pura realidade. A realidade é estranha e a minha alma parece morrer a cada pulsão! Olho para esta caminhada, para todos estes que aqui estão e apenas sinto um vazio que cada vez é mais amplo. Olho aos meus amigos, olho-os e sinto que tudo é nada... nada mesmo. Estou em baixo, sabes que sim, sabes que não estou doutro modo, até perdi a vontade de comer, a vontade de viver e sinto que nada mais me interessa, muito menos viver. Procuro-te no tempo perdido, mas folhas do vazio para que possa preencher tudo o que está dorido e assim encontre outro sentido. Não encontro! Não sei do sentido, apenas passa o tempo e tudo passa, tal como tudo o que aqui vai. Folhas secas e esquecidas, amarelecidas, as páginas do meu diário, do meu blog, e dos outros que não te mostro. Não sou boa companhia, sei que não sou, apenas não me apetece nada, nem comentar nenhum outro blog, nada absolutamente. Peço desculpa, mas sinceramente não estou bem e ninguém me pode ajudar, apenas fui trocado e disso tenho consciência. Continuo a escrever-te e tu não podes entender nada, absolutamente nada... continuas a ser sempre o amor da minha vida, ainda que nada funcione, ainda que eu desapareça para sempre dos teus olhares. Sei o quanto dói! Sei isso e tanto mais que não te poderei descrever... sei que viver assim é doloroso e não consigo sair deste poço sem fundo, porque todo o meu amor foi corrompido, destruído por alguém que tomou o meu lugar. Não entenderás o meu desespero, não podes entender nada, absolutamente e tudo me incomoda, tudo me dói, sem que possa perceber... apenas quero a paz que me está ausente. Tudo constitui um vulcão de insatisfação, tudo. Interrogo-me em cada dia que passa, em cada momento e não consigo encontrar a felicidade. Escrevo, apenas escrevo e continuo a escrever, é a única coisa que ainda faço, mesmo repetindo os sentimentos. Os meus dias são pedaços de mim, pedaços que vou escrevendo, que vou postando, para encontrar o sentido perdido e mesmo assim, caminho iludido no templo da perdição e da dor. Sou o que sou e não me entendo assim, apenas quero desaparecer para todo o sempre... dormir em paz, no jardim azul. Que tome a morte todo o meu ser e o meu ser seja a tua saudade, o sangue o teu coração, o sangue do amor e do esquecimento se formará a eternidade, porque o amor que nutro por ti é eterno. Sinto-me muito triste, muito triste e nada mais posso fazer, nada mais posso dizer a não ser isto e depois mostrar para todo o mundo o que não sou, porque o meu ser está morto. Folhas de urze, folhas de plátano, apenas folhas, folhas de papel, folhas de rosa, com todos os nomes, com tudo e com nada, apenas esta situação de folhas para ninguém e para toda a gente. Folhas... secas e esquecidas.

10.11.2005 - 13:03h

Sem comentários: