quinta-feira, 21 de junho de 2007

DANÇA DAS ALMAS

No sorriso ténue da vida, dança o meu corpo, em rodopios, em vazios que parecem não ser preenchidos, apenas reprimidos por um mundo aparente. Esta é a minha dança... Danças comigo nesta luta, neste envolvimento onde já não sou nada, apenas uma sombra que te passa pela visão, desfeita, conturbada, cheia de lágrimas, porque nessa tua vida nunca vais ser feliz, por me teres lançado para o lado do desespero. A dançam, continuam a dançar todos os dias belos corpos, onde me misturo... Misturo-me nesta perdição, desconectado de todos os sentidos, em procura do irrecuperável, mas já mentalizado pelo tempo, pela sociedade anormal, por uma moral imoral, com um roupante de situações que não cabe na cabeça de ninguém e nem possibilita a felicidade de um pobre mortal. Sou assim, não escolhi para ser outra coisa, mas sei que assim não sou feliz, ainda que avance de outro modo. A dança continua e continuarei sempre sem fim, enquanto a vida me permitir. Esta será a minha dança, a dança das almas, a minha e a tua! Beijo-te eternamente quando sei que os meus beijos estão mortos. O meu rosto cansado, a minha alma perdida, grita, suplica pelo fogo do amor e encontro o inferno com os seus dissabores. Por vezes no meio desta dança infernal, fico cansado, apetece-me desistir de tudo, de lutar, sim, de continuar a procurar e dizer ou dar um adeus definitivo a tudo! Desculpa, mas certamente não faço parte deste mundo do que se diz ter por normal, dentro dos padrões da repressão. Certamente não lido bem com isso e não escolhi ser o que sou, sou assim... vou na minha dança, a dança de todo o meu ser que um dia deixará de ser para passar ao estado que queiras pensar.

28.12.2005 - 19:55h

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