domingo, 1 de julho de 2007

ÊXTASE CONJUGADO

Os teus lábios deixam sempre uma pergunta em aberto, palavras em aberto, como se o silêncio fosse menos oportuno ou duvidasses de todo o percurso. Os teus lábios são a flor da existência e neles atropelamo-nos. Caminhamos por lugares que se atropelam pelo olhar, pelas ondas e pelas cores das ruas, num sussurro de palavras meigas. A timidez esconde a alegria e não deixamos de ser na entrega dos dedos, na vastidão do tempo, face ao relógio parado e aos degraus do sol-posto!O prazer toma as arestas do silêncio, a ponte ao limiar da ternura, além de tudo o que dizem por ai, com mais cor, alargando o sorriso e a dança da credibilidade. Nesta posição, faço-te acreditar nos sabores da noite, nas areias que se movem implacavelmente, face à grande descoberta e deslumbramento dos pináculos da loucura, onde nos entregamos sem pronunciar mais uma palavra. Nada se perde, a precipitação dos lábios é imperceptível, sustenta o sabor casto dos breves toques… um arrebatamento de afago entre a brisa e o encontro do desejo. Desfolham-se os sentimentos, as sílabas do abandono e todos os voos se libertam das pétalas do desassossego, rumo à felicidade, experimentando a textura do orvalho e a fonte das águas da vida. Liberto-me na alegria ténue, no segredo partilhado, prolongando a sede indomável, entre a alegria e a música sem fim. Perfeita comunhão… bem demasiado precioso ao êxtase conjugado.

Ps - O que escreves é simplesmente belo.

14.10.2006 – 09:27h

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