Dos nomes que já não pronuncio, aqueles que ficam lá, sim, lá longe no tempo… vão apagando lentamente, pelos circuitos do esquecimento, pela foz do dia que não se desenha. Todos os desenhos são uma passagem, tal como a tua vida, essa breve passagem, onde não tenho mais foco de controlo. És assim, foste assim e continuarás assim, sem que possa dizer mais o quer que seja, tudo o que digo é muito pouco, face àquilo que fica por dizer.Olho a tua posição… lançaste fora o que te podia ser bastante útil, por birras infundadas, desmedidas e perdidas no horizonte dos sentidos. Não sei o que te dizer, certamente não existe mais nada para te dizer, tudo o que te possa dizer, certamente não serve para nada. As pessoas são assim, somas de imprevistos que se executam num pulsar de situações que nem o próprio entende. Seguramente o entendimento perde-se, veicula-se pelos laços da sensibilidade, por imensos nomes que confesso não sei traduzir. Tudo o que pudera dizer fica mergulhado no silêncio, nisso que a morte te concedeu para por aqui usares. Não usas aquilo que devias! Lanças fora bons amigos, por razões que nem tu conheces, por embirranços ou outros pontos caricatos. Nunca deixaste de o ser… continuará assim. Dos nomes nada mais ficará, eu fui embora… guardo as tuas fotos, os teus possíveis escritos, guardo ainda a imagem que ninguém foi capaz de me dar… apenas sei o que posso e procuro ser feliz, com aquilo que é possível e a vida nos teus braços é silêncio, ficando tanto por dizer. Resta-me apenas o azul da eternidade… o sopro do cosmos, as pétalas do esquecimento, sem duração, por um abraço sem mãos que pulsa no coração.
20.09.2006 – 08:43h
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