Longínquo, sem proximidade, possuído pela sorte da distância perturbadora. Chegui ao mar e a água é imensa quase me envolve o espírito. Penso em ti, elevam-se as ondas, aquele rendilhado, os meus pensamentos que se distribuem no formoso areal. Beijo no silêncio esta maresia, as maravilhas do amor que é difícil revelar. Esta oculta vontade de te ter mais perto de mim... vem escutar-me e ficar comigo para matares a minha angústia, neste oceano de águas. Hoje é mais um dia na minha vida... cheguei ao dia um de Dezembro... é um dia como tantos outros dias e no silêncio penso em ti e não te vejo. Penso em tantas situações e apenas sinto revolta, confusão na minha alma, no meu ser, apesar de me terem acontecido coisas boas nos últimos dias. Neste lugar, no temporal do vazio questiono-me, profundamente sem que tenha uma resposta para me preencher... apenas sinto vontade de chorar. Tudo me parece distante, indiferente e possuído pela interrogação, pela aparente angústia. Sinto-me noutro mundo, o mundo que não me pertence. Indizível apresenta-se este momento, as facetas desta insatisfação triunfal... não tenho mais cura, a terapia não funciona, nada funciona, apenas sinto que perdi algo e para sempre! Não sei como é que no futuro vou reagir, não sei... quero comportar-me sem dizer nada mais, engolir e certamente distrair-me. Sei que tenho amigos, sei que tenho pessoas que gostam muito de mim, sei tantas coisas e em certos momentos parece que não sei nada. Fico bloqueado e não sei como proceder. Apenas me resta dormir e esquecer se conseguir, tentar colocar tudo o que um dia me ocupou o coração de lado. A minha felicidade está para além de todas estas coisas, as situações de pessoas complicadas, sim tudo o que é complicado e que não leva a lado nenhum. Perco-me, vou para a praia, ver o mar, sentir o sol, a minha areia... contar as conchas, as pedrinhas e fotografar. É verdade, como sabes, gosto muito de fotografia... desde que nos conhecemos que sabes disso! Guardo de nós um manancial fotográfico e tanto mais, canções de embalar murmuradas pelo mar. Desfolha-me no teu amor secreto e lança a minha felicidade no teu diário e assim seremos felizes... atira-me na tua fé, no teu oriente de sentido. Um cheiro toma-me a alma, em lufadas de mosto, acordando a terra, em concertos de luz para enfeitar todo o meu ser. São versos, ondas, água pura cheia de uma imensa ternura, aquilo que parece faltar-me neste silêncio... desde o tempo antigo. Fico por aqui, não esqueças sou mnuito teu amigo, apesar do temporal que se levanta na alma.
01.12.2005 - 23:29h
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