Desmonta-se todo o meu ser, destituído de sentido, fechado e sem conseguir ficar contido, depois de desabafar e não conseguir a paz, por ver que tudo me parece perdido e a força do meu ser já não existir por tudo cair em rotina e já não conseguir dar um passo em frente que seja consistente. Farpas de angústia, por nada funcionar, por ficar descontrolado com as mais pequenas coisas e por tudo o que se me apresenta que o olhar bebe. Só, somente só enquanto o tempo vai passando, enquanto o meu ser se vai desvanecendo e desiludido por não encontrar ninguém, mergulho nos lençóis... nada funciona, se gosto de alguém parece que nada funciona porque esse alguém não gosta de mim e quando esse alguém gosta de mim, por mais estúpido que possa parecer, eu não gosto desse alguém... e já lá vão 35 anos! Sempre verifiquei isto desde dos meus dias de escola até completar o ciclo da faculdade e depois passando pelas experiências diversas. Momentos de sexo que acabaram sempre em nada, por em seguida desculpas se sustentarem, sem fundamento que me pudesse convencer. Farpas, rastos de dor, angústia e revolta que se vai despoletando neste percurso de permanente insatisfação, onde por vezes me apetece perfeitamente silenciar e afastar-me de todos os que me incomodam ou complicam o meu interior, a minha alma e o meu ser e assim o meu interesse se vai perdendo e fico o resto da vida somente só. Procuro o amor e o amor não me assiste! Fico triste, sem vontade para caminhar, porque fico cansado, cansado de desejar amar sem o conseguir, não porque eu não queira, mas porque sou sempre alvo de rejeição... certamente serei a pessoa mais horrível e não existe ninguém que me ame e que eu também ame. Confesso-te que me cansei e tu depois de me usares, trocaste-me por outra pessoa. Confesso-te que sinto ódio, raiva, fúria... estas farpas de angústia que aumentam quando te ouço dizer que vai ter com quem agora amas. Interrogo-me acerca do amor e o amor me matou a vida sem que o tenha encontrado. Tu não entenderás... apenas quero dormir para esquecer a vida, esta sorte que me atormenta e o medo me destrói. Farpas de angústia numa flor que parece estar morta.
27.02.2006 - 04:32h
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