Com ou sem deus (Deus), as coisas vivem a ordem do ser… onde acolhem as verdades necessárias. As ideias estabelecem relações entre as modalidades e é nesse ponto epistémico que te encontro. Conhecer a verdade implica interrogações, desprendimento do intuitivo, interiorizando-se na tautologia da contingência.Por vezes as tuas palavras embaraçam-me, transportando-me a uma discussão séria! Faço-te um apelo à inteligência e leio a tua biografia, confesso que me pareceu interessante! O debate avança pela palavra, pela causa que movimenta o ser na sua ordem… a ordem altera-se pela actualização, nos ditames do sangue universal, da razão que se deseja a todo o momento. Os momentos são sempre diferentes na sua sucessivamente!Escrevo-te textos e o texto é um lago imenso onde se pode navegar, mais profundo ou mais superficial… a corrente é o pensamento, com os seus tesouros, os medos e as teias da palavra. Encontrei-te hoje no seio da tempestade, não entendi essa, desligaste o telemóvel. Eu continuo sempre o mesmo, nada me altera, muito menos essas tuas atitudes para comigo… sou assim e nada há a fazer, relaciono-me com quem entendo.Não corro contra ninguém, muito menos comigo, sou assim e não posso ser outra coisa, já te tinha dito isso… do resto não me interessa. Permaneço aqui, universalmente despido, saboreando páginas intermináveis, sustentadas por vários sabores, com o delírio do olhar. Saboreio as tuas palavras, cheias de anseios e de outro sangue, com o delírio das inconfidências maduras. Corre no meu rosto o sumo incandescente, a água do outro sistema e sai-me do coração um outro poema que te dedico, pela constante na vontade… com deus ou sem deus.A vida é este caminho de fogo e tempestade, com ou sem crença! Encontro-te com um nada que avassala o tacto das mãos, a um maior encontro… um dia destes. Neste lugar somos um texto por terminar… palavras indecifráveis, gestos de uma centésima existência que não se mostra. Não nos mostramos… somos!Semeias palavras na terra infértil e a minha alma mantém-se cúmplice da eternidade, do aroma das horas sem movimento… sou este bloco de gelo com ou sem cor, imóvel pela descrença. Morro a cada segundo e a cada segundo vivo por ti! Sinto-me desmembrado nas sílabas que inventas, nos objectos sem utilidade, mas sou presença que não se escreve, na confusão viva da tua cabeça.Pergunto pela utilidade e encontro deus e o diabo numa luta constante, a encher as mentes fracas. Palavras sem utilidade!Nas palavras que te escrevo rasgo-me e repetidamente torno-te inesquecível para mim! A cada momento torno-me em dois corpos, em duas verdades que lutam… desfazendo os sonhos e votando-os aos defeitos do pó. Sou assim a liberdade última, o louco que reinventas no parágrafo último, no eco da razão… quando o homem não está. Sou na distância de segurança o teu nome, aquele que pronuncias ao acordar, com ou sem deus.
06.07.2006 – 17:28h
Sem comentários:
Enviar um comentário