quarta-feira, 21 de novembro de 2007
AMPLITUDE DOS ESPASMOS
Nas escadas inertes senti o adeus desenhar o relento, cheio de versículos bíblicos como se isso ainda me dissesse alguma coisa, não tivesse eu ficado cansado pelo atordoado da hipocrisia da religião de epitáfios, essa para onde me puxaram, naquele tempo de olhos vedados a um sol negro tomado pelo silêncio abrupto que fazia correr da memória o sangue do bem estar! Senti os espasmos, toda a descodificação que me conduziu para outras brumas. O degredo somava-se ao medo pelas formas hirtas da demência, no relento do sangue que nasceu comigo, outro ficou na romaria do esquecimento, entre os lamentos da chuva e da cidade fria. A memória guardou o verbo da morte, a relíquia indizível da frota dos ditos eruditos. Fico-me na rua imaculada, com a saudade das horas, no nome congeminado a apetecido pela resposta guardada. Não ignores o que te poderá vir a ser bastante útil, a noite é apenas passageira e logo depois tomo-te na claridade da semente prolongada, às vezes indefinida… mas nos braços do desejo, outros desejos se somarão. Fico-me por aqui nesta dança e recordo-te entre a greta do mar e a limpidez da amizade sempre doce.
21.11.2007
Samuel, o Ventoso
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