segunda-feira, 12 de novembro de 2007
SONÂNCIAS E OLHAR COLORIDO
O nome que deste ao meu corpo perdeu-se no sangue do espírito, no beijo das memórias atrasadas e na centelha inaugurada de todo o resto. Perdi a vontade de ter a vontade, apenas tenho o meu lugar e os sulcos da morte que farejo numa alucinação sem nome. Todas as sinapses construíram o mundo do adeus, neste abismo amnésico de sensações sem sorte! Sabes que a minha mão guardou o teu calor, apenas fiquei impaciente a esse agoiro, a essa correria, a cavalaria da pesada! Deixo-te nos restos da minha alucinação antiga, entre as horas da romaria silenciosa.
Dispo o nome deste grande vácuo nas sombras que me acariciam com o selo anti-matéria, na jangada de todos os pontos movediços… tu escreves a possibilidade na tentativa de me conduzir, sem que tal condução esteja disponível! O verbo admite a primeira fase, as outras demoram a amadurecer e os gestos são remansos impróprios de uma saudade que já não existe, as sonâncias alteram o seu rumo do meu olhar e os coloridos instalaram-se docemente na minha alma, com outros nomes, na rua que se deixou fotografar, ante o pó e a escuridão.
Uma nova varanda, onde te sirvo os meus devaneios, alguns descontinuados, mas com a delicadeza de sempre, porque para ti ainda continuo a ser o desejo concedido dos momentos insaciáveis. As brumas tecem o nosso envolvimento glorioso, a lógica das manhãs temporãs, enquanto o relógio adormece. Quero mais experiências todas essas juntam o momento escolhido. Escolhemo-nos então…
12.11.2007
Samuel, o Ventoso
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